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GIZELLY
O dia seguinte de domingo foi tranquilo. Rafaella e eu aproveitamos bem nosso filhos durante toda manhã e metade da tarde, até que eles dormiram. Era nosso último dia de recesso antes de voltarmos aos trabalhos na segunda-feira.
Após Rafaella pôr Theo no berço em seu quarto, foi direto para o nosso banheiro a procura de um banho. Ela e as primas combinaram de sair à noite a curtir o fim de domingo juntas. Eu não me opus, pelo contrário, até incentivei a ir e aproveitar da melhor forma enquanto eu ficava com nossos filhos em casa. Sendo assim, por volta das seis e quarenta, Manoela passou com seu carro na companhia de Marcella, e as três seguiram para uma chopperia na Tijuca. O mesmo que Victória e eu fomos há um tempo atrás.
Fiz questão de sugerir, já que o lugar é bom e bastante recomendado. Não só por ser do meu amigo, mas também pela qualidade.
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Na segunda-feira, acordei pela manhã deveras disposta. Eu estava animada e ansiosa para voltar ao trabalho depois de uma semana. Então levantei com calma para não despertar Rafaella, e segui para o banheiro.
Não vi que horas ela chegou noite passada, sei que eu já estava dormindo. E ela, como sempre em todas as suas saídas noturnas com as primas ou as amigas, me acordou para satisfazer suas vontades e desejos. É sempre isso que acontece quando ela coloca bebida alcoólica para dentro, e eu não reclamei. Até gosto quando ela chega cheia de gás, me procurando na cama.
Após me aprontar para o dia na emergência do hospital, fui até a cozinha. Faltava menos de meia hora para Gringa chegar e acordar Sofia para a escola, e pensando nisso já deixei seu leite morninho pronto na mamadeira. Quando terminei de passar meu café, e me sentei na bancada para fazer meu desjejum, ouvi o latido de Pluma pelo quintal. Logo a porta da sala foi aberta, e em alguns minutos, a babá apareceu na cozinha.
- Bom dia, dona Gi!-
- Bom dia, Gringa! Senta pra tomar café, ainda tem quinze minutos.-
E assim ela me acompanhou, como todas as manhãs, entre uma conversa tranquila e amena. Não enrolamos muito, pois assim como ela, eu não poderia me atrasar. Então nos levantamos e enquanto ela foi até o quarto da minha filha, lavei o que eu usei e guardei, deixando o balcão arrumado para Rafaella e as crianças. No entanto, tudo tampadinho e resguardado.
Depois disso voltei para o meu quarto, na intenção de fazer a higiene bucal e pegar minha pasta. Acabei encontrando Gringa e Sofia no corredor. Sorri ao ver o rostinho amassado da minha pequena, e os cabelos desgrenhados, pegando-a assim em meu colo.
- Bom dia, vida da mamãe!- Falei enchendo seu pescocinho de beijos e cheiros, vendo-a deitar a cabeça em meu ombro, sem dizer uma palavra sequer. - Mamãe deixou seu leite pronto, no microondas. Desperta pra você tomar seu café da manhã e ir à escolinha.-
Com isso ela se esticou, para que eu a colocasse no chão. E foi isso que fiz, vendo-a pegar na mão de Gringa e seguir para a cozinha. Entrei em meu quarto em seguida, vendo Rafaella se espreguiçar enquanto o despertador soava.
- Bom dia, bebê, já estou indo.- Falei ao me aproximar, deixando um beijo em seus lábios.
- Achei que já estivesse ido.- Sua voz manhosa e preguiçosa me fez rir, sentindo seus braços apertar meu pescoço contra ela. - Cê vem tarde hoje?-