GIZELLY
No dia seguinte de domingo às nove da manhã, Rafaella e eu já estávamos prontas para embarcar. Já havíamos feito nosso desjejum juntamente de Bianca e Mariana, e agora ela amamentava Theo para que Bia nos levasse ao aeroporto.
Por volta de onze horas e vinte minutos, desembarcávamos ao Rio. Como prometido, Sofia nos esperava no portão de embarque junto de Gustavo. Enxergamos seu sorriso largo de longe, assim que passamos pelo portal. Automaticamente Rafaella passou Theo para o meu colo, me deixando agora com nosso bebê, a bolsa infantil a qual eu carregava, e sua bolsa. Sofia logo correu fazendo a mãe Rafa apressar os passos e se inclinar para pega-la em seu colo. Sorri com a cena a poucos metros em minha frente, e caminhamos em direção ao meu irmão, que por sua vez, também sorria.
- Ela estava a ponto de ter um filho, de tão ansiosa.- Gustavo chamou nossa atenção de forma descontraída.
- Parece até que ficamos anos fora.- Falei entre risada, passando as bolsas para ele.
- Deixa ela...- Rafa logo se manifestou. - Mamãe também estava morrendo de saudades, filha.-
- Você não a viu ontem né, Julieta?- Gustavo voltou a dizer, enquanto caminhávamos para o estacionamento.
- Era pra eu ter vindo embora né, mas alguém me raptou sabe?!-
- Não gostou?- Perguntei com uma falsa tristeza.
- Pelo jeito não.- Gustavo pôs lenha na fogueira.
- É, Rafaella?-
- Claro que gostei, neném. Pare de pilhar sua irmã, Gu. Cê sabe como ela é.- Sua resposta divertida me fez encara-la em descrença. O que fez ambos rirem ainda mais.
E assim chegamos até onde o carro estava, com Sofia agarrada em Rafaella como um filhote de coala. Com a cabeça deitada em seu ombro. Theo dormia em meus braços. Esse que já estava ganhando peso de um bebê grande, pois os braços já cansavam. Minimamente, mas cansavam. Rafa sentou atrás com os dois, e eu na frente com Gustavo na direção. Enquanto meu irmão e eu conversávamos menidades, Rafaella e Sofia batiam um papo aleatório. Nossa filha contava com gosto tudo que fez com os tios na noite de ontem. O que arrancava risadas de Rafaella, em certos pontos engraçados que ela dizia.
Quando chegamos no apartamento da minha noiva, pedimos comida através do aplicativo e seguimos para o banho. Gustavo ficou para o almoço, e no fim da tarde ela se despediu.
O resto do dia foi em organização da minha parte para a minha volta ao trabalho no dia seguinte. Rafaella também aproveitou que as crianças tiravam o cochilo da tarde para arrumar suas coisas, pois ela também voltaria para a agencia. Porém meio período por conta de nosso filho. E quando a noite chegou, preparei algo fácil e rápido para o nosso jantar.
Não enrolamos tanto para deitar, estávamos cansadas da breve viagem. E por um milagre divino, Sofia e Theo não deram trabalho para dormir cedo. Nossa menina também esteve cansada pelo fim de semana agitado. Coisa que me faria agradecer Gustavo depois.
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A semana passou voando, e com ela, a volta para o meu apartamento. Agora com Rafa mais amena em relação aos nossos filhos, nossa rotina voltava aos poucos. Theo completou seus três meses, e com isso veio a comemoração entre nossas famílias. Nada muito grande, assim como os outros dois meses. Os dois pequenos vinham acostumando com Joana em casa. Essa que já se familiarizava perfeitamente com o apartamento e a rotina deles.
Todos os dias após meu expediente, fora de meus plantões, passo pelo apartamento para ver os três. A mãe e os filhos. Nosso bebê crescia cada vez mais esperto, e foguento quando vinha para o meu colo. Theo, apesar do semblante fechado, não pode ouvir minha voz que me procura com os olhos. Ou quando está comigo, e eu brinco com ele, seus lábios se curvam em um sorrisão que me deixa cada vez mais apaixonada e babona. Ouvir seus gritinhos enquanto converso com ele, e a bagunça que Sofia faz e sempre fez com minha chegada, depois de um dia árduo de trabalho não tem preço. Fico contando os dias para o fim de semana chegar e estar com os quatro na mesma casa, passando tempo grudadinhos, e dormindo juntos.