39 - Sentimento desagradável

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GIZELLY

Depois que subi para o meu apartamento, encontrei com Jaqueline terminando de pôr a mesa do jantar. Agradeci pelo carinho e avisei que iria tomar um banho e deitar. Mas antes disso, ela me avisou que Rafaella esteve aqui me procurando. Respondi que estive com ela e então segui para o meu quarto.

O domingo no dia seguinte passou voando. Rafaella não me ligou, não mandou mensagem e nem me respondeu. Ela estava definitivamente chateada comigo, e eu não juguei sua postura, eu realmente vacilei em não ter dito nada sobre Jaqueline. E sobre meus sumiços também, por mais que tenham sido inocentes e sem intenção. Contudo, me vi chateada com a situação em que nos encontramos, pois eu realmente detesto discutir relação.

Na segunda-feira fui para o hospital pela manhã e trabalhei o dia todo no escritório da contabilidade, fazendo vez ou outra a ronda hospitalar. No entanto, Rafaella não entrou em contato. No fim do meu expediente desse mesmo dia, passei no condomínio e busquei por minha filha. Eu já havia combinado com Kelly mais cedo de busca-la para um passeio. Levei ela para tomar sorvete e brincar um pouco no play do shopping. Feito isso, voltamos para casa já no início da noite e a deixei de volta na casa de seus avós. No fim do dia, quando já estava deitada em minha cama pronta para dormir, tentei mais uma vez falar com Rafaella. Mas ela estava irredutível, e não me atendeu. Com isso, me dei por vencida e fui dormir.

O resto da semana passou como uma tartaruga. Enfrentei mais perrengues no pronto socorro, reuniões com o conselho, plantões e acertamento de contas nos balancetes mensais. E diante de tantos acontecimentos, a quinta-feira chegou. Com ela, a coragem de ir até Rafaella na intenção de nos resolver. Uma vez que; eu havia deixado ela à vontade com os sentimentos, dando o espaço que ela queria e precisava.

Era meu dia de folga, então após dar uma faxina em minha casa com a ajuda de Jaqueline, que por sua vez só trabalhou no turno da manhã, tomei um banho e me vesti com uma roupa casual. Optei por uma calça jeans e uma regata simples da cor branca. Eu não iria chegar de qualquer maneira no trabalho dela. Pus um tênis em meus pés e busquei por minha carteira e chaves. Logo em seguida me despedi de Jaqueline.

Assim que cheguei na garagem do prédio, optei por pedir um carro de aplicativo. E foi o que eu fiz. Em poucos minutos o carro chegou e demos partida.

Fui o caminho todo pedindo internamente para ela estar no trabalho, e não ter saído cedo ou ter ido resolver algo demorado na rua. E com todos esse pensamentos e devaneios, o carro parou em frente ao edifício. Acertei a corrida com o rapaz e desci do veículo. Logo atrás, assim que o carro deu partida, outro estacionava. Dele saía Rafaella e Bárbara. Franzi o cenho e logo trouxe meu pulso até meus olhos. No relógio marcavam cinco horas e dez minutos. E eu só conseguia me perguntar de onde elas vinham. E porque Rafaella estava com ela.

A vi com uma expressão surpresa assim que seus olhos bateram em mim, ainda parada no mesmo lugar, com as mãos no bolso de minha calça.

- O que faz aqui?- Ela perguntou assim que chegou perto, num tom baixo e um sorriso amarelo.

- Que pergunta é essa?- Devolvi a pergunta no mesmo tom, observando por cima de seus ombros, a outra mulher se aproximar.

- Boa tarde, Gizelly! Como vai?...- Ela estendeu sua mão para mim, e eu muito educada, apertei em um cumprimento. - Ainda não fomos apresentadas. Bárbara Labres, muito prazer!-

Assenti com um meio sorriso e então virei para Rafaella, em busca de respostas.

- Vamos subir? A Barb já está indo.- Foi o que ela respondeu.

- Bom, vou indo mesmo! Muito obrigada pela companhia, Rafa. E Gizelly, espero que possamos nos conhecer melhor.-

Assenti mais uma vez em resposta e elas logo se despediram com um abraço. O que me fez virar o rosto disfarçadamente. Bárbara deu um último tchau e saiu andando, então Rafaella fez sinal me chamando para o interior do edifício. Fomos juntas para o elevador.

Duas garotas, Um encontro! 2Onde histórias criam vida. Descubra agora