GIZELLY
Na manhã de domingo, Jaqueline e eu acordamos bem cedo e organizamos somente o necessário em seu carro. A intenção dela era contratar um caminhão de mudança e levar os móveis para o Rio. Porém, como minha amiga ainda não havia conseguido um lugar para morar e ainda estava hospedada na casa de minha mãe, sugeri dela deixar todas as coisas na casa de seus pais e busca-las quando sua vida já estivesse no lugar. No entanto, ela optou por pôr tudo à venda e levar conosco o indispensável.
Pegamos a estrada às nove em ponto da manhã. Às seis da tarde, pisávamos em solo carioca. Durante o caminho, de hora em hora, eu ligava para Rafa dando as coordenadas de onde estávamos. Ela porém, ainda estava aborrecida comigo desde a noite passada. Mas não tive culpa, eu realmente passei o dia anterior todo ocupada.
Quando chegamos na casa de minha mãe, ajudei Jaqueline com as malas e alguns objetos e ela me acompanhou de volta até o portão. Sofia dormia na cadeirinha, e eu me via com dó da minha filha, pois passar quase dez horas sentada não é pra qualquer um. Mas apesar de tudo, ela estava feliz com o passeio.
- Obrigada, ta Gi?! Não sei o que eu faria se você e meu pai não estivessem comigo.- Minha amiga me abordou assim que chegamos ao carro.
- Não precisa agradecer, Jaque, sei que você faria o mesmo.- Respondi de forma sincera e nos abraçamos.
- Agora preciso urgentemente encontrar uma apartamento, pois não quero incomodar sua mãe e sua vó mais.- Seu suspiro preocupado me fez encara-la enquanto segurava suas mãos.
- Não incomoda em nada, ta?! Elas estão felizes com você aqui. O Gu passa o tempo quase todo na namorada.-
- Sim, estou sendo muito bem tratada, mas são aquelas coisas né?!-
- Sim! Eu mesma precisei de privacidade... Mas qualquer coisa é só falar comigo, fiquei de ver um ap lá no prédio. Essa semana eu falo com o síndico.-
- Ta ok.. Agora vai lá, a Rafa deve estar me querendo morta por ter te alugado o fim de semana todo.- Sua fala divertida me fez soltar uma risada nasal.
- Não liga pra isso, ela sabia do meu compromisso e não implicou em nada. Mas vou indo sim, nos vemos amanhã no hospital.-
Mais uma vez nos abraçamos com dois beijos no rosto e dei partida para o Leblon. Rafaella já estava ciente de nossa chegada na cidade, e nos esperava para jantar.
Assim que estacionei em frente ao bloco onde as duas moram, a mesma já nos esperava na entrada do prédio. E assim que nos percebeu, guardou o telefone celular no bolso de sua bermuda jeans e se aproximou abrindo a porta traseira onde nossa filha, ao sentir a movimentação, despertou.
- Ei, mamãe? Que saudades!- Ouvi a voz de Rafaella enquanto eu descia do motorista. Ela logo tirou nossa pequena da cadeirinha, fechando a porta logo em seguida, e as duas começaram a conversar. Então fui até o porta-malas atrás das nossas bagagens. - A é, amor? Você não andou no cavalinho?- A pergunta quase indignada de Rafaella, chamou minha atenção.
- Mas o que você e as dindas fizeram então?-- A Sosô viu o leão, no circo.-
- Você viu, filha?-
- Uhum!-
Fechei o porta-malas e pendurei minha mochila em minha costa, puxando a mala de Sofia em direção as duas. Me aproximei de Rafaella e deixei um selinho em seus lábios.
- Tudo bem aqui?- Perguntei enquanto acionava o alarme do carro e seguimos para o interior do prédio. Ela apenas assentiu.
Sofia contava tudo que fez com Bia e Mari durante o sábado, enquanto estava no colo de sua mãe. Fomos em direção ao elevador e chamamos pelo menos.