Epílogo¹

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RAFAELLA

1 ano e alguns meses depois...

Tantas coisas aconteceram nesse tempo, que é difícil recitar cada um. Resumidamente falando, depois que voltamos da nossa viagem em família há quase dois anos, Gizelly fez questão de contar a novidade para todos. Depois disso e toda a empolgação inicial, ela voltou sua atenção para nossa casa. Porém eu não fiquei de fora dessa, pois precisávamos mesmo ver essas questões. Agora seria mais um ser humaninho em casa, mais um assento na mesa, mais uma cama, e consequentemente mais um quarto.

Pensando nisso, transformamos a brinquedoteca em mais um quarto. O cômodo desfeito, porém, passou a ser na área externa em nosso quintal dos fundos. A sauna. Não usávamos a mesma, então Gizelly e eu em comum acordo, optamos em transforma-la. No entanto a piscina, o chuveirão, e cozinha gourmet, nós mantemos.

Durante a gestação descobrimos o sexo do bebê, e era outra menina. Fizemos todo o processo dos exames e não deu nada. Nossa filha não apresentou alteração alguma. E mais uma vez sentamos para conversar sobre os nomes, e resolvemos homenagear o bebê que nós perdemos antes do Theo. Sendo assim, nossa menina passou a se chamar Cecília. E durante todo o restante da gestação fui mimada ao extremo por Gizelly, meus pais e dona Márcia. Não que nas outras três vezes eu não fui, mas eu estava sentindo falta de ser paparicada nesse nível, e não me lembro de ter sido tanto.

Quando nossa Céci nasceu, foi motivos para mais bajulação, pois por incrível que pareça, essa veio a cópia escarrada de Gizelly. Cabeluda, com os fios pretinhos e a pele mais morena. Diferente de Sofia e Theo que vieram feitos papel, de tão brancos. Até a manchinha charmosa na testa, o nosso bebê carregou da mãe. Não preciso nem dizer o quão convencida Gizelly ficou com isso.

Hoje, em nossos dias atuais, Theo está com quatro anos, Sofia com sete, e Cecília completando os dez meses. Nossa casa está aquela bagunça generalizada e muito gostosa. Theo continua uma matraca, falando e perguntando tudo que tem dúvidas. Já Sofia como sempre, muito calma e muito mocinha. Ela me ajuda em tudo, e principalmente com os irmãos. Minha princesa parece uma mini adolescente em casa. Os dois vieram uma mistura minha com Gizelly, literalmente. Enquanto Theo é super atencioso com tudo e todos, prestativo, falante demais, e turrão como Gizelly, já é risonho como eu. Mas Sofia, apesar de ser séria como Gizelly, é carinhosa e meiga como eu. Já Cecília, ainda não deu tempo de distinguir seu gênio.

Mais cedo saí de casa para vir trabalhar com o coração partido, pois Cecília estava enjoadinha. Aliás, ela enjoou a semana toda por conta da vacina que tomou, e os dentes que vem saindo. Essa fase sempre foi a pior em que passamos com eles, e com ela não seria diferente. No relógio já era três da tarde, quando liguei para Gringa na intenção de saber do meu bebê. A babá disse que ela havia dormido, mas que enjoou a manhã inteira. E pensando nisso resolvi encerrar meu expediente e ir pra casa, pois minha caçula não tem se alimentado direito à não ser pelo peito.

Entretanto quando eu estava arrumando as coisas em minha bolsa, a porta do escritório se abriu. Pensei que fosse uma de minhas primas, mas era Theo uniformizado.

- Ei, filhote!- Falei vendo-o se aproximar ofegante. - Veio correndo é?-

- Uhum! A mamãe Gi ta vindo.-

Deixei um beijo em sua bochecha, e o sentei em minha mesa, de frente para mim.

- Como foi na creche, filho?-

- A mamãe levou eu no cube, e eu vo jogar gugby, mamãe.-

- Vai, amor?-

- Uhum!-

Duas garotas, Um encontro! 2Onde histórias criam vida. Descubra agora