26 - Quer me matar?

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GIZELLY

O almoço foi tranquilo, zombamos uns dos outros, rimos de falas ditas, e conversamos sobre coisas nostálgicas que esse dia nos proporcionou, como sempre acontecia. Exceto as falas de João Vicente ao lado de Rafaella, que vez ou outra insistia em soltar algumas lembranças dos dois na época escolar.

Não me pronunciei perante à isso, apenas ouvia e fazia de tudo para não bufar ou revirar os olhos em tédio. Deixei que ela conversasse com o amigo de infância e lembrasse dos fatos, como eu também fazia com os meus.

Deixei meu incômodo de lado e foquei na mesa.

Sofia estava no colo de Rafa, com o tablet nas mãos, assistindo algum desenho aleatório. Essa que já havia almoçado e pelos olhinhos pequenos e as sessões de esfregação nos mesmo, dava indícios de sono.

- Que foi, Gi?- A pergunta de Rafaella tirou-me de meus devaneios.

- Hum? Nada. Quer mais alguma coisa?-

- Não, estou satisfeita. Pega ela um pouco?- Me ofereceu nossa filha quando viu os braços cansados. Então a peguei em meu colo, e ela automaticamente se acomodou, sem tirar os olhos da tela colorida.
- Quer ir pra casa?-

- Não, bebê, podemos ficar mais um pouco.- Respondi sincera. Eu realmente não queria estragar seu almoço de sábado com minha insatisfação pelas piadas do amigo.

Talles pediu mais uma rodada de cerveja e eu aproveitei para pedir também. Rafaella que havia pedido uma gim tônica, ficou apenas nessa uma. O resto de nós também pediu outra rodada.

Permanecemos mais um tempo entre conversas amenas e risadas. Logo pedimos algo doce para degustar. Apesar do tempo nada agradável, ameaçando armar chuva para o fim do dia e a brisa fresca, o cenário de onde havíamos escolhido para o almoço, deu ênfase para um dia bonito.

As crianças no meio de nós já haviam se cansado. Assim como Sofia que dormiu em meu colo com o tablet nas mãos. Esse que Rafaella logo guardou na bolsa.

- Vamos fazer algo mais tarde?- Lucas sugeriu do outro lado da mesa, tirando-me de meus pensamentos.

- Se rolar, eu topo!- Paulinho respondeu virando sua cerveja na boca.

O restante na mesa, todos concordaram.

- Pode ser um churrasco lá em casa?- Felipe ofereceu logo em seguida.

- Seria bom, pois se chover, já estamos amparados.- Luiza respondeu sugestiva.

- Todos de acordo então?- Manu perguntou animada. E todos assentiram.

- Só mandar o endereço.- João respondeu risonho. O que me fez suspirar fundo.

- Amor, para de implicância?!- Rafaella sussurrou ao meu lado, assim que passou um de seus braços por meus ombros e apoiou no encosto da cadeira.

- Não estou fazendo nada, vida.- Dei de ombros e ela serrou os olhos.

- Ele não pode abrir a boca pra dizer nada, que você já respira pesado.-

- Eu tô bem ta?! Fique em paz.- Respondi sincera, virando minha atenção para a mesa.

- Então me dê um sorriso?- Seu pedido carinhoso me fez encara-la de volta. Não aguentei e deixei um meio sorriso curvar meus lábios. - Muito bem!- Sorriu de volta selando nossos lábios rapidamente. - Vamos pra casa, desfazer esse bico?-

- Não precisamos ir agora, bebê. Podemos ficar.- Falei no momento em que algo chamou minha atenção ao redor de onde estávamos.

- Uai, achei que quisesse a massagem.- Seu tom malicioso me fez encara-la de volta, vendo-a alcançar o copo de água na mesa.

Duas garotas, Um encontro! 2Onde histórias criam vida. Descubra agora