Capítulo 1

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Me sento na minha cama macia enquanto tento terminar de acordar. Meus cabelos loiros estão jogados em meu rosto completamente bagunçados e rebeldes, enquanto meus cobertores em vários tons de rosa já estão espalhados pelo chão, resultado de eu ser extremamente bagunceira. Minha cabeça dói um pouco por causa da farra de ontem e não quero nem ver os storys em minhas redes sociais.

Morrendo de preguiça, me levanto da cama e faço todo o meu ritual matinal, depois me atentando a colocar uma maquiagem leve e muito natural.

Volto para cama e tiro meu telefone do carregador, me ajeito na cama e com um sorriso, começo a gravar vídeos para minhas redes sociais.

-Bom dia meus amores como estão? Acabei de acordar e ainda tô completamente lesada por causa da farra de ontem.-Digo sorrindo enquanto passo a mão em meu cabelo que demorei um baita tempo pra pentear. Uma das primeiras coisas que falo pra minhas amigas com baixa autoestima é com certeza não acreditarem em tudo que vêem de influencers por aí, eu sou um ótimo exemplo disso. Me levanto da cama e durante a manhã me empenho em gravar mais vídeos, mostrando looks escolhidos, algumas dicas e tutoriais de maquiagem e após fazer tudo isso, me preparo para realmente iniciar meu dia.

-Bom dia papai, bom dia mamãe.-Digo dando um beijo em meus pais. Fui adotada pelos mesmos quando era bem pequena, meus pais biológicos foram mortos em uma guerra de máfias que ocorreu há muito tempo atrás, fato esse que só fui descobrir a poucos anos, assim como também descobri ser uma Thompson, membro de uma das famílias mais ricas e influentes dos EUA. Me sinto privilegiada e realmente não tenho do que reclamar, meus pais adotivos podem não ser considerados umas das famílias mais ricas dos Estados Unidos, mas não deixam de ser extremamente ricos, ainda mais porque papai é o chefe aposentado de diversos departamentos relacionados a justiça e a polícia e mamãe uma renomada médica.

Tive uma infância maravilhosa, onde era apaixonada pela Barbie e sempre tive tudo relacionado a mesma, inclusive uma casa em tamanho real exatamente igual a dela. Na adolescência fui a líder de torcida que namorava o jogador de futebol mais gato(hoje em dia não estamos juntos pois o mesmo se descobriu homossexual e é casado a 4 anos com seu marido) e, consequentemente, a rainha do baile.

Olhando esse histórico do meu passado, qualquer pessoa diria que sou somente uma desocupada que não sabe fritar nenhum ovo e que apenas um soco me derrubaria. Pois é....

-Bom dia filha, não se esqueça que as duas da tarde você tem treino com seu professor de karatê e as quatro precisa encontrar seu professor de tiro, algumas armas novas chegaram e ele acha que já está apta para iniciar.-Diz minha mãe enquanto corta suas panquecas. No meio de toda essa rotina de garota rica e loira, preciso me adaptar a essa que tenho há anos. Segundo meus pais, mesmo que eu tenha dez seguranças, ainda assim estaria indefesa se todos fossem derrubados e sendo filha de quem sou, é de extrema importância que eu saiba me defender muito bem.

Apesar de me darem tudo e tornarem minha adolescência e infância excelente me dando tudo o que eu sempre quis, meus pais sempre foram muito rígidos em relação aos estudos e minha segurança. O que exatamente isso significa? Bem, significa que eu até o momento sei falar nove línguas(português, espanhol, francês, coreano, japonês, russo, alemão, mandarim e italiano), sou formada em diversos cursos voltados as tecnologias, economia, investimentos e dentre outros, inclusive tenho uma pequena gaveta usada só pra guardar meus certificados de conclusão. Eu realmente não brinquei quando disse que eles levavam os estudos muito a sério, o que de certa forma é ótimo já que de burra só posso ter a cara.

-Ok mamãe.-Digo saboreando o delicioso café da manhã, tomando cuidado com minhas unhas cor de rosa extremamente pontudas.

A manhã se passa muito bem, a tarde também de forma bem tranquila e a noite, ligo pra algumas amigas para sairmos, em plena sexta feira só fico em casa se estiver doente, caso contrário, a farra me espera.

Visto um vestidinho prata sensual e bem Paty do jeito que amoo, um salto alto confortável, passo uma maquiagem que destaca meus olhos azuis e um batom vermelho em meus lábios, em uma vibe patricinha inocente... Mas nem tanto. Passo meu perfume doce e marcante, pego minha bolsinha contendo todos os meus documentos e as chaves de um dos meus apartamentos que fica próximo dali. Coloco no bloquinho de notas onde vou e onde estarei em cima da mesa da sala, pois a essa hora meus pais já estão dormindo.

-Amiga vem cá, vamos tirar uma foto pras redes sociais.-Diz uma das meninas e me junto com a mesma pra tirarmos várias selfies. Pegamos nossas pulseirinhas vips e vamos para o andar de cima, com um corredor que dá uma ampla vista para parte debaixo do salão de festas, completamente lotado. Pego uma bebida e me escoro na barra de vidro, vendo com interesse as pessoas do lado debaixo, procurando para essa noite, meu próximo alvo.

-Aquele de lá amiga? Pode desistir, ele me deu um fora dos grandes e disse que não fica com patricinhas mimadas.-Diz me fazendo arquear a sombrancelha com interesse e prestar com mais atenção, na conversa de duas das várias meninas ali.

-Quem?-Pergunto e acenando com a cabeça, vejo o homem que ela se refere. Longos cabelos negros e ondulados, sombrancelhas grossas e arqueadas, mãos grandes assim como o porte físico. Ele é um homem estranhamente bonito.

-Bonito, mas nada demais.-Digo dando de ombros enquanto meus olhos ainda continuam fixos nos mesmos.

-Como nada demais?! Ele é extremamente gato!-Diz extremamente indignada enquanto eu só beberico minha bebida, essa festa não está das mais animadas, várias dessas músicas são tão antigas!

-Mas você sabe que ele não faz meu tipo amiga.-Falo o observando beber de forma tranquila.

-Ela não faz o seu tipo ou você não consegue ficar com ele?-Diz outra menina me fazendo arquear a sombrancelha.

-Eu consigo pegar o homem que eu quiser.-Digo a lançando um sorrisinho. Isso não quer dizer que sou arrogante ou narcisista, sou apenas uma mulher que sabe da beleza que tem e sabe usar isso ao seu favor.

-Eu duvido.-Diz a mesma me devolvendo um sorrisinho cínico.

-Quer apostar?-Pergunto a encarando, e lá vamos nós iniciar essa noite daquele jeitinho.




Obrigada A Casar Com Um Estranho Onde histórias criam vida. Descubra agora