Obrigada A Casar Com Um Estranho

Capítulo 8

-Ok, já entendi Rebecca, você quer me pregar uma peça, pode sair de onde estiver escondida.-Digo alto observando tudo ao redor, esperando pela longa e grande cabeleira loira aparecer a qualquer momento. Se ela tivesse escolhido outra pessoa para me pregar essa peça, teria sido mais engraçada.

-Isso não é uma piada senhor Stepanovi.-Diz me fazendo revirar os olhos.

-Eu admito ser uma piada de mal gosto.-Digo levantando as mãos em rendição.-Agora peça para sua filha sair do esconderijo, quero voltar para casa e esquecer que essa semana aconteceu.-Digo cansado. Seus olhos me encaram de forma dura, fazendo com que apesar do meu rosto demonstrar o mais puro tédio, eu esteja alerta. Algo está fodidamente errado.

-Eu não sou um homem de brincadeiras senhor Stepanovi.-Diz mexendo em alguns de seus papéis.

-E o que leva o senhor a acreditar que eu aceitaria ter qualquer tipo de relação com sua filha?-Pergunto de forma dura e arrogante, o encarando de olhos estreitos. Ele me encara por longos segundos antes de me lançar um breve sorriso.

-Creio eu que será mais prudente para o senhor.-Diz de forma sutil, uma ameaça.-Não seria nada bom para a sua agência se eles perdessem um dos tão capacitados detetives.-Diz deixando meu corpo tenso.

-Seja mais malditamente claro, o senhor está me ameaçando?-Grunho irado, segurando com força a maldita poltrona. Essa maldita loira está indo longe demais.

-Não vamos encarar as coisas dessa forma, futuro genro.-Diz sorrindo de forma calma.-Minha querida filha acredita que vocês dois podem ter um futuro, ela está muito interessada em você.-Sabia que tinha dedo daquela maldita nisso. Desgraçada.-Ela me pediu para convencê-lo a se casar com ela, entenda, ela é minha única filha e minha princesa, o que eu não faço para agrada-la.-Diz passando a mão por seus poucos cabelos enquanto sorri orgulhoso, como se estivesse me dizendo que irá dar uma boneca que a filhinha mimada dele quer.

-E por acaso o senhor, o senhor que cumpriu tantos anos de serviço, acha essa merda ética? Acha ético obrigar um cidadão livre a se casar?-Digo irritado.-Eu vou te falar a verdade, a sua filhinha querida não gosta de mim, ela simplesmente está com uma birra maldita e quer me usar pra satisfazer o seu ego!-Exclamo socando minha perna enquanto observo seu semblante sério.-Eu não vou servir de marionete para satisfazer os malditos caprichos da sua filhinha mimada que não tem nada para fazer além de infernizar a minha vida!

-O senhor está muito enganado, minha filha realmente está muito interessada em você e tem esperanças, e eu não vou permitir que você a magoe.

-Em outras palavras, vai me obrigar a cometer a loucura de me casar só para cumprir o desejo da sua menininha de ouro.-Digo entredentes. Se esse velho maldito não fosse tão importante eu já teria o socado.

-Não é bem uma loucura.-Diz cauteloso.-O senhor no final do casamento receberá uma pequena comissão por esse ano que estiver casado com minha filhinha. Se a tratar bem eu serei muito generoso.

-Eu não preciso do seu maldito DINHEIRO!-Digo irritado.-O que acontece se eu não aceitar?

-Não seria benéfico para o senhor irritar um homem de renome igual o meu. Em outras palavras, poderia considerar toda a sua carreira em vão, eu tenho muitos amigos nesse ramo que ficariam felizes de acatar qualquer pedido que eu fizesse.-Diz sorrindo satisfeito. Essa merda definitivamente não pode estar acontecendo, deve ser só uma brincadeira de muito mal gosto daquela maldita loira. Sinto minha cabeça girar ao tentar processar isso, minha carreira, toda a minha fodida carreira que me empenhei tanto para conquistar, está simplesmente na mão de um maldito velho!

-Eu já falei, sua filha não quer nada mais que me irritar!-Exclamo em um tom calmo, calmo até demais se comparar com minha mente onde se estabelece um tremendo caos.

-Isso não é verdade e vamos confirmar agora.-Diz discando em seu telefone e falando alguma merda em seu telefone que meu cérebro faz questão de ignorar, não consigo processar a brincadeirinha de mal gosto. Escuto a porta se abrir e se fechar e o adocicado perfume de baunilha invadir o local, a vejo andar de forma doce até seu pai, enquanto observo seu delicado rosto, com lábios cheios e rosados, olhos azuis tão claros quanto o gelo e cabelos loiros que caem como véu por seu corpo pequeno, tão brilhantes e grandes. Ela é a definição perfeita de lobo em pele de cordeiro, quem a vê de primeira pensa que se trata de um delicado e belo anjo, mal sabendo que não se trata de nada mais, nada menos que um maldito demônio.

-Me chamou papai?-Pergunta com sua voz tranquila enquanto me encara de forma serena. O seu cinismo me enoja, e o seu maldito e pequeno sorriso de deboche que a mesma me lança, faz com que eu fique mais e mais irado. Me sinto no limite.

-Sim querida, esse rapaz insiste em dizer que você não sente nada por ele, isso é verdade?-Pergunta me fazendo estreitar os olhos ao ver sua tão malditamente fingida cara de surpresa.

Rebecca on...

-Papai, eu gosto muito dele.-Digo serena encarando o rosto de um homem completamente irado.-Ele também sente algo por mim, fomos feitos um pro outro, por favor, me diga que o convenceu a se casar comigo?-Pergunto com uma falsa voz de choro, segurando o delicioso gostinho de vitória ao vê-lo me olhar sombrio.

-Depois da conversa que eu tive com o jovem rapaz, só ele poderá te responder essa pergunta.-Diz pegando em minha mão. Observo os sombrios olhos azuis que me encaram com ódio, com uma sombria e obscura promessa que arrepia e gela todos os meus ossos enquanto uma deliciosa adrenalina me domina.

-Eu aceito me casar com sua filha.-Diz em um tom rouco e sério.-Entretanto, não espere carinho e muito menos amor vindo de minha parte, eu garanto que vou tornar a vida da sua querida filhinha, um verdadeiro inferno.-Diz me prometendo com os olhos, fazendo com que eu sorria de forma fria para o mesmo.

Idem imbecil, o seu inferno pessoal está apenas começando.

Quando eu penso que não podia piorar, vai e acontece esse tipo de coisa. AAAAAAAA EU TÔ SURTANDO. Eai mores, o que acham? Comentem aíii e se possível, votem.