Obrigada A Casar Com Um Estranho

Capítulo 34

-Eu não acredito que você vai aceitar esse absurdo tão facilmente por causa da droga de um cartão de crédito!-Esbravejo a encarando incrédulo.-Você por acaso já ouviu falar de uma coisa chamada trabalho?

-Primeiro, não é um cartão de crédito sem limite, são cinco. Segundo, os meus motivos pessoais não são da sua conta e terceiro, existem muitos trabalhos nos quais eu não preciso ir com frequência fazê-los meu querido. Não é só porque eu fiz algumas viagens com você e você conheceu menos de um quarto da minha rotina, que eu seja uma completa sanguessuga encostada.-Esbraveja me encarando com ira.

-Se tem tanto trabalho assim, por que não pega o seu dinheirinho e deixa essa merda pra lá cacete!-Digo entredentes, a mesma engole em seco enquanto desvia o olhar por um momento, me fazendo bufar. Claro que ela não deixaria sua vida luxuosa e cercada de privilégios pra lá, por que eu realmente senti esperanças de que por um momento, ela se importaria com algo além de si mesma?

-Não te interessa.-Diz enfim quebrando nossa troca de olhares.-Cadê as malditas chaves?-Pergunta encarando todos que apenas nos olhavam de forma silenciosa. Sorrindo, sua mãe a entrega as chaves e dois envelopes, me dando um último olhar, ela apenas me entrega um dos envelopes e sai dali, me deixando sozinho com todos ali.

-Eu gostei dela.-Diz meu pai quebrando aquele silêncio, recebendo uma fuzilada de olhar da minha mãe.

-Minha princesa é adorável, não é?-Diz o pai dela sorrindo. Reviro os olhos antes de sair dali, uma profunda raiva me domina seguida de uma grande frustração, novamente minha opinião e decisões foram ignoradas por idiotas ricos que abusam do seu poder somente para benefício próprio. Por isso odeio grande parte desses malditos.

Já dentro do meu carro, abro o maldito envelope, olhando o endereço da casa e algumas fotos da mesma enquanto amaldiçoo em nome de todos os deuses. Um bairro repleto de socialites esnobes, em uma casa digna de um filme perfeito americano, na mesma casa com uma mulher que pensei ser mais do que realmente é, também, a culpa é minha por tentar tirar leite de pedra.

Sigo com meu carro para a minha nova casa, tão feliz quanto alguém que está indo para um velório, essa sensação de desgosto perdura em minha boca a amargando, já aceitei o fato de ter me atraído por aquela maldita, mas espero que com essa atitude minha mente e corpo percebam que não vale tanto a pena investir nisso.

Eu só passaria dor de cabeça se me apaixonasse por uma menina que acha que a vida é cor de rosa, só pensa em roupas de última geração e nunca trabalhou duro na vida. Não me considero mais um jovem para querer ao meu lado uma mulher assim, penso em ter ao meu lado uma mulher guerreira e batalhadora, uma mulher que sabe valorizar as coisas por já ter vivido muito e que pense em construir um futuro ao meu lado, com princípios e caráter.

Divago sobre essas e outras coisas até chegar a minha nova casa, respirando profundamente e me preparando pra isso. Ter que morar sobre o mesmo teto que uma loira irritante.

Me sinto desconfortável ao sair de meu carro e perceber olhares direcionados a mim. Mulheres e crianças me encaram surpresos, alguns homens param de cortar a grama para me observar, alguns com olhares de reprovação. Avalio a segurança dessa casa e bufo, sem muros, apenas uma garagem grande ao lado e uma cerca branca rodeando a imensa casa com um estilo tradicional misturado ao elegante na cor creme e alguns tons de marrom pastel. Ela sem dúvidas foi comprada com o propósito de fazer com que eu e aquela loira nos sintamos mais próximos, como um casal de verdade a espera de um primeiro filho que irá correr e encher de brinquedos esse imenso jardim com gramas verdes e bem aparadas.

Entro em meu carro novamente e sigo para a garagem, pegando o controle com botão que veio dentro do envelope e o abrindo. Olho surpreso para o Bugatti La Voiture Noire rosa claro estacionado no local, revirando os olhos ao estacionar o meu e após sair, verificar a segurança dessa garagem. Eu espero que esse bairro seja muito seguro, porque se não esse carro francês de quase vinte milhões de dólares vai dançar legal.