Capítulo 55

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Tudo ainda é uma completa confusão quando começo a acordar, minha visão está embaçada, minha bochecha dói e porra, um gosto forte de sangue permeia em minha boca. Meus dois braços estão completamente tensos e dormentes, resultado do nó que aperta minhas mãos em algo gélido, acho que algum ferro. Escuto vozes masculinas mas não consigo distinguir o que diabos estão dizendo, minha garganta está terrivelmente seca.

Levanto minha cabeça e lentamente tento focar em algo, o que se torna um pouco complicado.

-A vadiazinha assediadora de crianças acordou.-Diz um dos homens. Pisco meus olhos mais algumas vezes até conseguir focar nele. Uma tremenda repulsa se instaura em meu estômago ao ver o rosto inchado do homem no qual estava lutando até ser traída por meu lindo e caro salto.

-Do que diabos você está falando?-Sinto como se mil agulhas estivessem perfurando minha garganta. Pigarreio na inútil tentativa de melhorar a situação dela.

-Mas você só pode estar de sacanagem. Você molesta uma criança, paga pelo silêncio da mãe e ainda assim tem coragem de perguntar o que aconteceu? Porra, até para eu que sou um bandido há muitos anos acho isso repulsivo.

-Repulsivo é pouco. É grotesco, nojento, da pior classe, com esse rosto tão bonito ninguém realmente esperava que existiria um monstro por dentro.-Lagrimas queimam em meus olhos enquanto a pura confusão se instaura.

-Eu não fiz nada disso, porra, eu estava ajudando aquele menino.-Ambos reviram os olhos antes de bufarem.

-Se eu já não estivesse tão encrencado por ter te nocauteado, eu com certeza te espancaria sua vadiazinha.-Diz um dos homens entredentes, o outro ri de sua cara.

-Espancar? A porra da mulher te deu uma verdadeira surra e só não ganhou por causa desse maldito salto. Você com certeza é uma verdadeira vergonha.-O homem olha para esse com um extremo ódio antes de voltar seu olhar para o meu.

-Eu não entendo o porque dessa vagabunda fazer esse tipo de coisa, com um corpo e uma beleza dessas, ela poderia ter o homem que quisesse.-Diz me encarando com um olhar extremamente asqueroso, que faz com que meu corpo se arrepie, não de um jeito bom. O outro homem olha com mais atenção com meu corpo antes de concordar com ele.

-Eu mesmo poderia fode-la até ela aprender a virar gente, porra, olha as curvas dela.-Olho com nojo para ambos enquanto um sentimento de alarme se instaura em meu peito.

-O gato comeu sua língua loirinha? Não vai dizer nada? Nos olhando enojada como se fosse melhor que a gente quando é um verdadeiro monstro.-Diz rindo com deboche. Um profundo ódio perdura dentro do meu ser enquanto mordo fortemente minha língua. Sei que nesse tipo de situação, o melhor a se fazer é evitar xingar até mesmo a décima geração de canalhas como esses dois.-Fala alguma coisa porra!-O mesmo tenta avançar contra mim, porém é parado pelo homem que até a pouco me olhava com malícia.

-O chefe já foi compreensivo o suficiente quando você socou esse rostinho, mas sabe o que vai acontecer se dizer de novo. Vai lá pra fora e fique mais calmo, precisamos estar concentrados nos próximos passos.-O mesmo me dá um olhar irado antes de sair daquele cômodo completamente nojento.

Olho com nojo para as paredes repletas de lodo, o local fede a xixi de rato e mofo, e constatar que estou sentada em um chão onde bichos nojentos ja andaram, faz com que eu sinta uma extrema vontade de vomitar.

-Você realmente é uma causadora de polêmicas.-Diz o homem se ajoelhando a minha frente. Por puro instinto, trago minhas pernas até mim, nunca abandonando seus olhos.-Ainda não entendo o que uma coisinha linda como você procuraria em uma criança que não tem nada desenvolvido ainda.-Sinto repulsa quando sua mão asquerosa passa por meu joelho, antes do mesmo me dar um sorriso completamente amarelado. Ele cheira a cerveja e cigarros, seus perversos olhos me fazem crer que esse homem é muito mais perigoso do que o maldito que estava agora a pouco aqui.

Obrigada A Casar Com Um Estranho Onde histórias criam vida. Descubra agora