Capítulo 72

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-Se acalma, não é o fim do mundo.-Diz Lili tentando me acalmar. Ela vem até mim e me abraça fortemente.

Choro desolada enquanto me encolho. Não sei como deveria reagir a isso. Não era assim que eu imaginava formar uma família.

-Meu Deus Rebecca, se acalma. Vai ficar tudo bem, filho é sempre uma benção.-Diz a mesma acariciando meus braços.-Você vai ser uma ótima mãe e vendo a sua beleza e a daquele rapaz, sei que seu neném vai sair muito bonito.

-Eu não, eu não.-Tento dizer entre soluços mas falho miseravelmente. Como diabos isso foi acontecer?

Tem um serzinho crescendo em minha barriga e eu não poderia ficar mais assustada do que estou.

-Se acalme menina, tudo o que precisa fazer é respirar fundo e por a cabeça no lugar. Eu entendo que deve estar desesperada, mas você é mais do que capaz! Você é uma menina inteligente, bondosa, rica tanto de espírito quanto financeiramente. Sinceramente eu não reclamaria se reencarnasse como sua filha nessa vida já que com certeza esse bebê, já é um bebê de grande sorte.-Diz rindo enquanto enxuga minhas lágrimas.-Vou fazer uma canja de galinha bem reforçada pra parar no seu estômago. Nessa primeira fase da gravidez você vai ficar enjoada com uma facilidade extremamente grande.

Ela me dá um pequeno beijo na testa antes de ir, me deixando sozinha no meu banheiro. Com as mãos trêmulas, ligo para uma das únicas pessoas que realmente sinto que devo ligar.

-Amber...-Digo com a voz chorosa.-Consegue vir me ver?-Pergunto em lágrimas.

-Ja estou indo pra aí.-Diz enquanto eu fungo.

Em menos de meia hora já escuto um baita barulho na porta me fazendo levantar do sofá, Amber olha de forma fria e irritada para todos os cantos da casa, suavizando seu olhar ao me ver.

-Quem eu devo matar? Me fala Rebecca, quem te fez chorar dessa forma?-Pergunta Amber vindo rapidamente até mim. Me desmancho em mais lágrimas uma vez antes de abraça-la.-Inferno, foi o Nikolai? Se foi ele eu juro qu-

-Eu estou grávida.-Digo entre lágrimas sem encarar seu rosto.-Eu estou tão assustada, com tanto medo.-Digo sentindo seus braços ao meu redor em uma tentativa de abraço.

-Droga Rebecca.-Diz a mesma em um tom mais tranquilo.-Eu estou aqui prima, pode chorar o quanto quiser.-Diz encostando sua cabeça em meu ombro. Sermos quase da mesma altura torna isso mais tranquilo.

Não sei quanto tempo fico assim, apenas chorando enquanto a abraço, só sei que é tempo o suficiente para nos sentarmos no sofá e eu me acalmar um pouco.

-Eu não sei o que fazer, eu me sinto tão perdida.-Digo enxugando as lágrimas.

-Bom. O mais sensato a se fazer seria conversar com o Nikolai e avisar que ele vai ser papai, mas pelo que vejo vocês dois por alguma razão não estão juntos agora, então que se foda o Nikolai.-Diz me fazendo rir.-Quando se sentir pronta conversa com ele e caso for da sua vontade, faz ele pagar pensão, ele também é bem de vida então vai ser uma pensão bem bacana.-Não deixo de sorrir antes de fungar, me sentindo bem mais calma.-So tenho pena do meu futuro ou futura prima. Com uma mãe tão bonita eu aposto que os amiguinhos vão fazer amizade só pra ficarem perto de você.-Gargalho negando com a cabeça.

-So você mesmo Amber. Eu estou feliz que está aqui comigo, estava me sentindo tão sozinha.-Digo a abraçando mais forte.

-Enquanto eu estiver viva você nunca vai estar sozinha, posso estar na puta que pariu, na casa do caralho, até mesmo em um supermercado cheio de promoções imperdíveis, nada disso vai me impedir de vir para você quando você precisar de mim.

-Se não tivéssemos laços de sangue você seria uma ótima pretendente pra mim.-Digo a fazendo rir.

-Eu não sou feita pra isso, você sabe. Alguém como você passaria por muita coisa.

-Então arranje alguém que seja igual a você.-Digo dando de ombros vendo como a mesma revira os olhos. É possível ver um traço de melancolia por trás de seu sorriso presente em seus olhos azuis claros, mas não me demoro muito os encarando, sei que a deixa desconfortável.

-Com quanto tempo de gestação você está?-Pergunta mudando de assunto.

-Não sei, pretendo fazer amanhã alguns exames para ver se está tudo certo comigo.

-Não esquece dos exames de sangue para ver se está com as vitaminas em dia.-Diz Lili trazendo consigo dois potes com um cheiro muito agradável.-Você deve ser a Amber. Toma menina, come junto com sua prima.-Amber a encara de forma desconfiada e séria, não querendo de forma alguma aceitar o pote com comida.

-Pode comer Amber, ela é de confiança.-Digo acenando positivamente pra ela. Ela me encara desconfiada antes de pegar o pote, a todo momento Lili apenas mantém um sorriso no rosto, achando graça da forma como Amber é desconfiada.

Nunca cheguei a contar para Lili sobre o poder real de minha família, nem mesmo sobre o que ela estava envolvida, logo, ela não sabe sobre o que Amber é capaz de fazer.

-Vocês duas não são nada parecidas.-Diz nos encarando.-Mas pelo que pude perceber, beleza realmente é de família. Já é casada menina?

-Não.-Diz Amber de forma seca, coisa que não abala Lili.

-Seu futuro companheiro com certeza vai ser um homem de sorte, com uma jovenzinha tão bonita assim, o que mais deve ter é rapazes atrás.-Diz rindo.

-Não quero ter nenhum companheiro.-Diz comendo mais uma colher da canja. Vejo em seu olhar que a mesma gostou da canja que está quentinha, mas conhecendo Amber, sei que ela nunca vai admitir.

-Bobagem isso. Ainda mais sendo novinha desse jeito, garanto que logo logo vai arranjar algum rapaz que te interesse o suficiente pra juntarem os trapos.

-Odeio admitir, mas Lili quase nunca erra.-Digo dando de ombros enquanto a vejo revirar os olhos.

-Se quase nunca erra me diga então, qual os números da Mega-Sena?-Diz com certo deboche, completamente desacreditada.

-Vai brincando mesmo menina, depois me fala se eu não estive certa.-Sorrio vendo as duas se retrucando, parecendo muito uma mãe repreendendo sua filha adolescente.

Meu telefone toca e estranho ao ver Nikolai me ligando. Deixo as duas na sala discutindo antes de respirar fundo e atender.

-O que você quer?-Pergunto em um tom frio.

-Você está bem? Hoje percebi que não comeu muito e não sei, senti uma agonia muito forte, uma angústia muito grande.-Diz rouco me fazendo estremecer. Lágrimas ameaçam vir a tona enquanto começo a tremer, a realidade do que está acontecendo está batendo cada vez mais forte em minha cara.

-Como eu estou não importa.-Pigarreio para esconder minha voz trêmula.

-Um inferno que não importa! Me diz Rebecca, o que diabos está acontecendo?

-Você tem menos de um mês para se decidir.-Digo desligando o telefone, mal percebendo as lágrimas que estavam manchando meu rosto.

Aiaiaiaiaaai esses dois. Kskskskks. Como estão amores? Estou morrendo de saudades. A vida da autora aqui anda tão corrida que uma hora sinto que vou ficar louca tendo que conciliar estudos, trabalho e família kkkk, enfim, ainda com a imensa vontade de ser herdeira.

Obrigada A Casar Com Um Estranho Onde histórias criam vida. Descubra agora