Capítulo 71

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-Mas então, quer dizer que nossa chefe é adepta mesmo ao relacionamento aberto? Realmente achei seu irmão um gato.-Diz a mulher com voz irritante ao meu lado. Ela é uma novata que entrou pouco menos de uma semana e como castigo por eu ter defendido a Rebecca daquela vez, Akemi me designou como o instrutor da novata. Desde que a mesma olhou meu irmão, ela não para de me seguir para saber tudo a seu respeito.

Suspiro incomodado ao ver a mesa à minha frente com diversas comidas mal tocadas. Fico mais ainda ao ver o olhar que Rebecca me lança ao sair do restaurante. Não posso negar que senti sua falta, na verdade, sinto sua falta. Entretanto, estou muito complicado, eu sou muito complicado. Com as sessões frequentes toda semana, consegui perceber o quão problemático eu posso ser. Percebi que esse meu rancor não é algo normal e que primeiro preciso tratá-lo antes de me envolver novamente com alguém. Não quero magoar ela, e sei que com essa terrível personalidade, em algum momento eu faria isso.

-Sim, eles na verdade são completamente sem preconceito, vai fundo e para de encher a porra do meu saco, isso já está me irritando.

-Qual é, você concordou em vir desde que eu te deixasse sozinho por um dia inteiro. Exijo saber mais sobre seu irmão e esse relacionamento estranho que ela tem com ele.-Suspiro já me arrependendo de ter aceitado essa droga. Meus pensamentos traidores voltam a lembrar dela. Lembrar de seus lábios, de suas carícias, sua voz melódica e irritante. Eu definitivamente odeio ser essa bagunça que sou no momento e ter tão pouco tempo para realmente fazer o meu máximo para arrumar isso é assustador.

Me assusta o fato de só ter mais um mês para consertar tudo e me assusta ainda mais a probabilidade de ela estar me esquecendo ou deixando de me amar.

Me sinto como um garotinho inseguro pela primeira vez na vida. A cada postagem que vejo da mesma, a cada segundo que passo longe dela, sinto cada vez mais a distância terrível entre nós. Eu quero tanto tê-la de volta, mas se isso significa atrasar o meu progresso e consequentemente, prejudicar a segunda chance que eu possa eventualmente ter com ela, prefiro continuar afastado por enquanto.

Eu a amo demais e não quero mais magoar ela. Não mais.

Suspiro antes de tentar focar minimamente a minha atenção na novata ao meu lado, o que custa muito para mim.

Rebecca on...

Tomo mais um remédio antes de ir me deitar um pouco, completamente indisposta. Sinto um leve enjôo por conta da comida que comi e essa dor nas costas permanece me atormentando. Vê-lo depois de um tempo mexeu comigo mais do que eu gostaria de admitir.

Me encolho na grande cama, me sentindo novamente sozinha, em uma cama fria. Lágrimas vêm à tona, mas me forço a piscá-las de volta. Eu não quero chorar novamente. Não quando o vi com outra. Meu orgulho está extremamente ferido e Deus, me sinto patética.

Sinto falta de seu corpo, sinto falta de seus beijos, sinto saudades de seus sorrisos, droga, sinto saudades de como eu me sentia protegida e segura em seus grandes braços naquele abraço estranho que ele me dava quando íamos dormir.

Suspiro novamente.

Eu realmente o amo. O amo como nunca achei que amaria alguém e droga, o quero de volta. Me forço a dormir um pouco, obrigando minha mente a parar de pensar nessas coisas, o que se torna uma missão difícil.

Acordo com batidas pequenas na porta. Quando me sento na cama, ainda sonolenta, peço para que quem quer que seja entre.

Liliane abre a porta antes de me dar um pequeno sorriso. Ela tem dois potinhos em sua mão e me encara de forma maternal.

Fico feliz ao vê-la, assim como meu estômago que logo da sinal de vida ao perceber que ela trouxe minha carne.

-Alguém aqui pediu um churrasquinho bem gostoso?-Pergunta a mesma antes de entrar bem animada.

-Eu realmente não sei o que faria sem você Lili.-Digo batendo na cama para que ela possa se sentar.

Quando por fim ela se senta, pego os pote de sua mão, assim como um garfinho que uso para espetar as carnes.

Quando como o primeiro pedaço, solto um suspiro extremamente alto, sentindo como se todos os meus problemas estivessem sido resolvidos.

-Essa carne realmente é a melhor do mundo.-Digo a fazendo rir enquanto nega com a cabeça

-Espera só até comer com esse pãozinho de alho, é uma delícia menina.-Diz abrindo o segundo potinho com pãezinhos de aparência muito agradável.

Pego um pãozinho e quando mordisco, faço uma pequena careta que surpreende Lili. Não sei se é a textura ou o gosto muito forte de alho, mas algo nele me faz não querer comê-lo.

-Puxa Lili, realmente sinto por não ter gostado, realmente parecem gostosos mas ultimamente eu ando um pouquinho enjoada para comida sabe.-Digo vendo como seus olhos se estreitam ao me encarar. Apenas espero para que a mesma comece a me contar sobre as novidades, mas ela ainda continua me encarando com seus sábios e perspicazes olhos.

Me mexo um pouco na cama a fim de aliviar a pequena dor nas costas que insiste em me incomodar, me fazendo fazer uma careta de desgosto.

-Esqueci de pedir a você para trazer um remédio para dor nas costas, acho que por eu passar muito tempo envergada, acabei desenvolvendo algo, sinto uma dor aqui nas costas sabe.

-É mesmo?-Pergunta a mesma nem um pouco surpresa. Fico confusa quando a vejo me olhar divertida.-Minha querida, realmente nenhum remédio nesse caso vai poder te ajudar.-Diz me deixando assustada.

-Por que? Acha que posso estar com algum problema crônico? Ai droga, pode ser algo muito grave?-A mesma gargalha antes de negar com a cabeça me dando outro sorriso doce.

-Querida, você ainda não percebeu né?-Pergunta divertida, me deixando ainda mais aterrorizada e completamente confusa.

-O que Lili? Me conta.-Digo deixando de lado a carne completamente cheirosa.

-Minha querida, você está grávida.-Diz de forma gentil.

Meus lábios se entreabrem enquanto minha mente tenta assimilar o que ela disse. Rio nervosamente.

-Você realmente está melhorando muito nas piadas Lili.-Digo enxugando uma pequena lágrima em meu olho esquerdo.

-Quem me dera estar brincando, tive três filhos Rebecca. Sei reconhecer uma grávida de longe, e você querida, está gravidissima. Se não acredita em mim, peça a alguém para comprar um teste de gravidez e faça. Eu dificilmente erro nisso.

Não demoro a pedir para uma das minhas empregadas ir a uma farmácia comprar quantos testes fossem necessários.

Não demora muito para que a mesma chegue e quando o faz, corro pro meu banheiro, abrindo todos os testes de gravidez e os posicionando. Sigo todos os passos que as instruções pedem e ando de um lado para o outro.

Lili está na porta do banheiro me encarando pacientemente de forma tranquila.

Os cinco minutos mínimos deveriam parecer uma eternidade, mas me assusto quando leva muito menos tempo que isso para todos os testes apitarem para positivo.

-Eu avisei menina teimosa. Você definitivamente está grávida.-Mal consigo controlar o choro antes de desabar no banheiro.

Alguém pediu uma gravidinha aqui amores? Se acalmem que ainda hoje o outro livro tambem será atualizado e se tudo estiver tranquilo, vou postar outro aqui hoje ainda.

Até lá comentem bastaaante

Obrigada A Casar Com Um Estranho Onde histórias criam vida. Descubra agora