Obrigada A Casar Com Um Estranho

Capítulo 42

Bufo irritado enquanto tento ligar essa droga de cortador de grama que não faço ideia de como se liga.

A maldita loira teve que sair bem cedo hoje e nem veio pro almoço, prova de que ela está muito ocupada. Depois que massageei seus pés, ficamos vendo algumas coisas na televisão até a mesma cair no sono e tempos depois eu também.

Acordei com sua mão na minha cara e uma das suas pernas em cima de mim, ela estava em um sono tão pesado que estava até com a boca levemente aberta. Era uma cena engraçada de se ver. Fiquei reflexivo sobre o que a mesma me disse, também me lembrei do que aquela mulher me falou sobre essa loira. Ainda é difícil aceitar o fato de que eu realmente me sinto atraído por ela, extremamente difícil se levar em consideração que nunca quis estar em um relacionamento. Eu não me vejo, ou melhor, nem considerava a possibilidade de entrar em um relacionamento extremamente sério, não porque eu não me considero apto a estar em um, mas porque eu não conseguia sentir algo forte o suficiente por nenhuma mulher com quem já estive.

Reviro os olhos ao perceber o quão clichê isso parece, o homem frio e calculista se sentindo atraído por uma mulher como nunca se sentiu por nenhuma outra. Isso beira ao ridículo de tão clichê, mas pelo menos posso me consolar com o fato de que não sou frio e calculista, não tenho um passado perturbador ou ex namoradas que apareceriam do nada nas nossas vidas a fim de me ter de volta pra ela, quase como mágica, e que essa loira é tudo, menos frágil e emocionada o suficiente pra sumir da minha vida por causa de um grande mau entendido que logo se resolveria depois de eu ter subido o monte Everest, feito piruetas, andado o deserto inteiro e passado meses a procura dela que magicamente desaparece da face da Terra, a encontrasse por acaso em algum local totalmente inesperado e corresse atrás dela(que lógico, fugiria de mim por ainda estar magoada com esse mal entendido). Pra fechar com chave de ouro, eu descobriria que ela está gravida de mim.

Agradeço aos céus por não ter nenhuma possibilidade de uma dessas coisas acontecerem, principalmente a última, que com certeza não aconteceria já que nunca transamos, o que se depender de mim, não vai acontecer.

Você parece estar realmente levando uma surra desse cortador.-Diz uma voz feminina atrás de mim me assustando. Ao me virar, vejo uma pequena mulher me encarando com diversão. A mesma tem olhos castanhos do mesmo tom de seus cabelos, um rosto com traços delicados e me encara com interesse.-Eu me chamo Emma, sou sua vizinha.-Diz me dando uma das mãos.

-Nikolai.-Digo apertando sua mão. Ela encara o cortador de grama ao meu lado antes de sorrir divertida.

-Não está conseguindo ligar o cortador porque não conectou o cabo dele em uma tomada, fez uma péssima compra com esse daí que é totalmente dependente de uma extensão de energia.-Diz pondo as mãos no bolso de sua calça enquanto faz uma leve careta para o cortador. Onde diabos está o fio dessa bagaça que eu não vi?

-E onde está esse fio? Sabe me dizer?-Pergunto vendo a mesma acenar. Ela vem ate o cortador e se ajoelhando, abre uma tampa de onde retira o fio, bufo ao ver a mesma me olhando com um sorriso obvio.-Obrigado.-Digo acenando com a cabeça.

-Sem problemas.-Diz se levantando.-Fico feliz em ter ajudado meu novo vizinho.-Diz sorrindo abertamente de forma gentil, gentil demais até.-O que está achando da vizinhança? Mal te vejo fora de casa.

-Parece tranquila e é bem bonita.-Digo vago.

-Você não é muito comunicativo né?-Diz me fazendo sorrir.-Tem um sorriso bem bonito.-Diz sorrindo de volta pra mim.

-Obrigado.-Digo pigarreando.

-Você malha? Por que sabe, você tem esse corpo bem grandão e musculoso.-Diz abrindo os braços pra me imitar.

-Sim, malho em alguns dias da semana.-Digo olhando ao redor, o tempo parece estar escurecendo.

-Quanto tempo deixou seu cabelo crescer? Ele é tão grande e cheio.-Diz olhando deslumbrada para o mesmo.-E muito brilhante também.-Constata sorrindo.-Posso tocar nele?-Pergunta me encarando.

-Cla-

-Não, você não pode.-Diz uma voz autoritária atrás de mim, me fazendo sorrir ao ver de quem se trata. Olho o sorriso da garota a minha frente se desmanchar um pouco enquanto ela nos olha envergonhada.-Você deve ser nossa vizinha né? Muito prazer, eu me chamo Rebecca, sou a esposa dele.-Diz com uma simpatia tão falsa que me faz revirar os olhos.

-Anne, muito prazer.-Diz acenando com a cabeça enquanto olha dela pra mim.

-Que nome bonito o seu, foi muito bom ter te conhecido vizinha, mas agora vou precisar roubar ele um pouquinho pra me ajudar com algumas coisas.-Diz dando uma leve risadinha.-Qualquer dia desses te faço uma visita e levo comigo alguns biscoitos. Vem amor, preciso de você.-Diz dando um último sorrisinho para ela antes de ir na frente.

-Foi um prazer ter te conhecido.-Digo pegando o cortador de grama e dando as costas para a mesma que apenas fica parada no quintal por um tempo assimilando tudo antes de se virar e confusa, ir embora.

Guardo o cortador de grama inútil na garagem antes de entrar dentro de casa. Quando entro, sou surpreendido por um empurrão que faz com que eu me desequilibre e caia no chão, momentos antes de vê-la sentar em cima do meu colo e irada, puxar meu couro cabeludo.

-Acha muito legal isso de me marcar toda em um ataque de ciúmes igual fez ontem e no dia seguinte ficar flertando com a vizinha não é.-Diz irada antes de apertar com força meu couro cabeludo. Porra.

-Mas eu n-

-Não estava flertando com ela?!-Diz antes de soltar uma risadinha.-Ai, seu cabelo é tão grande e macio, eu posso tocar?-Imita a voz da vizinha de uma forma cônica enquanto seguro a risada. Ela realmenre está puta. Apoio meu peso melhor com as duas mãos no chão enquanto encaro seus olhos azuis que me encaram com ira.

-Coitadinha, negou o desejo da coitada de tocar no meu cabelo.-Digo com deboche enquanto vejo a mesma estreitar os olhos em minha direção, antes de abrir um enorme sorriso, que a deixa com uma cara intensamente perturbadora.

-Eu estou sendo fodidamente paciente com você Nikolai, mas até mesmo a minha paciência tem limites.-Diz acariciando meu rosto com uma de suas unhas pontudas cor de rosa. -Eu não acho graça nenhuma em ver vadias inúteis e imbecis dando em cima do que é meu, não sou muito boa compartilhando.-diz fazendo meu sorriso se desmanchar enquanto sinto o clima mudar, assim como o seu tom que se torna calmo.-Parece que você não está entendendo a sua situação, e eu vou ter que te mostrar.-Diz dando lentos beijos em minha boca.-Você me pertence, desde o dia em que te olhei pela primeira vez, eu sabia que você era meu, somente meu.-Sussurra em meu ouvido enquanto um sorriso vem aos meus lábios.

-Adivinhe só, minha querida. Eu não sou seu, não sou de ninguém.-Digo em seu ouvido enquanto a mesma solta uma risadinha. Grunho ao sentir sua unha passar com força em uma parte do meu pescoço, parte essa que arde enquanto a encaro surpreso.

-Você não podia estar mais enganado meu querido.-Diz me mostrando sua unha ensanguentada enquanto a olho boquiaberto. Ela realmente cortou um pouco da porra do meu pescoço?-Você é meu até eu disser que é, e eu vou te fazer compreender isso por bem, ou por mal.-Diz me dando um leve sorriso antes de passar a mesma unha por meu pescoço e levar o dedo avermelhado até sua boca, gemendo ao chupar o dedo ensanguentado enquanto a encaro atordoado.

-Você cortou a porra da minha garganta?-Digo passando a mão pelo pequeno corte, superficial porém ainda assim ardido e dolorido.

-Eu vou cortar muito mais se você deixar outra vadia sentar no lugar que é somente meu.-Diz me encarando com ódio.-Aquela ameaça que me fez ontem não vai ser nada comparado ao que eu vou fazer com você se tocar em outra mulher além de mim.-Diz se levantando.-Cansei de joguinhos, aguarde Rapunzel, essa merda toda vai acabar e eu garanto a você que vai ser na cama, com nós dois suados e satisfeitos ou eu não me chamo Rebecca.-Diz subindo as escadas tranquilamente enquanto encaro suas costas de olhos estreitos. Essa mulher é louca, porém, posso a julga-la por isso quando estou duro como pedra e com um sorriso divertido nos lábios? Ou isso me torna tão louco quanto a mesma?

Em minha opinião, acho que vocês dois precisam de umas consultas com um bom psiquiatra, talvez alguns remedinhos também sabe. Bora fazer uma vaquinha pra arrumar o dinheiro pro psiquiatra deles.

Ainda não acabou more, pula pro próximo capítuloooo.