-Fiz macarrão com molho.-Digo para o mesmo que passa sem me olhar em direção a geladeira.
-Obrigado, mas não estou com fome.-Diz me dando um aceno com a cabeça antes de levar consigo uma caixinha de uva e uma garrafa de suco. Apenas aceno com a cabeça enquanto o vejo sair da cozinha. Dou mais uma colherada em meu macarrão que parece ter perdido o gosto, ou talvez eu não o tenha temperado direito.
Ele está ainda mais estranho desde que saímos da casa do Leon e me sinto um pouco agoniada com tudo isso. As palavras daquela mulher não saíram da minha cabeça e droga, me senti invadida com todas aquelas questões sendo jogadas na minha cara por uma pessoa que nem mesmo faz parte do meu convívio.
Respiro fundo enquanto olho para o meu prato. Eu o amo? É o que me questiono enquanto olho para essa comida nada apetitosa. Sei que amo a comida dele, assim como suas roupas extremamente confortáveis.
-Onde você foi se meter ein doutora Rebecca.-Parece até engraçado e cômico eu estar nessa situação quando até pouco tempo atrás eu via de camarote meus primos e minhas amigas nessa mesma situação, e o mais engraçado de tudo isso é com certeza eu estar no mesmo lugar que eles agora.
Amor... Algo do qual sempre fui cercada por meus pais, algo que era cercada por meus antigos relacionamentos, ou pensava estar cercada pelo menos.
A comida de péssima qualidade parece não querer descer com tanta facilidade enquanto penso mais e mais sobre isso. Seus olhos quando não disse uma palavra sobre o questionamento de amá-lo ou não. Seus olhos pela primeira vez se mostraram extremamente distantes. Suspiro mais uma vez diante dessa merda toda. Que droga! Olho as horas em meu telefone e antes de guardar aquele prato na geladeira pra mais tarde, mando mensagem para uma das pessoas mais improváveis que nesse momento provavelmente vai conseguir me ajudar a entender o que ele está sentindo.
Nikolai onn...
Olho pela janela a mesma sair com meu carro para sei lá aonde. Estreito os olhos para a audácia dessa loira em pegar o meu precioso sem a minha autorização.
Admito estar sendo um covarde e pior, estar completamente amedrontado por passar mais que dois minutos no mesmo ambiente que ela. A verdade é que não consigo encara-la. Não consigo olhar seus claros olhos sem sentir a incômoda dor em meu peito que me sufoca cada vez mais e mais.
A verdade é muito mais dolorosa que isso eu sei. Eu sei que gosto dela, e pior, sei que não deveria estar gostando. Não me parece inteligente o suficiente gostar de alguém que utiliza dos meios que tem pra poder obrigar terceiros a cumprirem todos os seus desejos.
A verdade é que essa maldita loira é uma completa confusão. Em alguns momentos a mesma age de uma forma que me deixa confuso, em outros sinto vontade de cometer um crime contra a mesma e em outros eu só sinto vontade de abraça-la e acolhê-la.
Me sinto patético, não, pior, me sinto extremamente idiota e imbecil. Não acho que eu a ame, não, isso não deve ser amor... Ou será que é?
Se eu não sentisse nada por ela teria simplesmente ignorado aquela discussão idiota, ou nem mesmo teria me preocupado em me levantar do sofá.
Respiro fundo enquanto me sento na cama, comendo as últimas uvas da caixinha. Akemi tem razão, eu virei um molenga e pior, um cadelinha de uma mulher que somente me ferrou.
É inegável que minha vida, minha carreira e porra, minha bela casa, foram todos tirados de mim por causa do capricho de uma mulher. Me bate uma pequena tristeza quando me lembro de meu trabalho. Sinto saudades das minhas queridas armas, da minha sala, porra, realmente sinto saudades da maldita Akemi gritando nos meus ouvidos.
Jogo a caixinha de uva no lixo e me sento novamente na cama. Isso tudo é uma bagunça e eu odeio isso.
Meu estômago ronca dando indícios de ainda estar com fome, o que me faz grunhir irritado. Vou ter que descer lá embaixo e estou com preguiça o suficiente pra simplesmente ponderar ignorar a janta.
Olho pra minha barriga e meu belo shape e isso faz com que eu tome iniciativa o suficiente para levantar da cama e ir para a cozinha, um pouco de proteína a menos pode afetar esses belos e irresistíveis músculos.
Sinto um pouco de frio quando ando pelo imenso corredor antes de chegar a cozinha. A panela com o macarrão de procedência duvidosa ainda está no mesmo local que eu a vi pela última vez, porém não me arrisco a come-lo, ele não parece estar nem um pouco apetitoso. Aquela loira realmente não é muito boa com a cozinha.
Pego um frango, alguns legumes e temperos e coloco na bancada, logo em seguida passo um tempo fazendo um belo frango refogado. Isso sim que é comida boa.
Rebecca onn...
Estaciono o carro em frente a casa enquanto sinto meu coração acelerar. Niko provavelmente vai me esganar quando perceber que peguei seu carro. Porém estou pouco me fodendo pra isso.
Minha pele se arrepia quando saio do carro, talvez por causa do frio, ou talvez por eu ter inventado sair de casa a essa hora da noite no meio da semana. Mas sei que preciso fazer isso, e porra, por mais que eu deteste isso, sei que é o melhor.
-Quem diria que você um dia me procuraria pra alguma coisa.-Diz a mesma com seu olhar extremamente julgador e seu sorrisinho sarcástico.
-Eu também estou muito feliz em te ver, sogra.-Digo com um sorriso azedo já me arrependendo de ter ido até a mesma.
Eai mores o que acham que virá da conversa dessas duas? Tiro soco e porradaria ou conselhos? KKKKKK
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Obrigada A Casar Com Um Estranho
Roman d'amourRebecca Thompson sempre teve tudo o que queria em sua vida perfeita. Loira dos olhos azuis, sempre foi acostumada a tudo o que sua beleza e seu nome lhe ofereciam, desde as melhores roupas até mesmo os melhores eventos, sempre conseguindo tudo o que...