Vidas, só para deixar avisado que teremos dois livros porque se não esse aqui vai ficar enorme! Mas a história ainda vai ser sobre os dois.
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Carmem;Coloquei o bolo dentro do forno enquanto ouvia Bença, do Djonga, tocando na caixa de som do Pedaço. Fechei o forno e fui para a pia, liguei a torneira lavando a mão que estava um pouco grudenta de leite condensado. Chacoalhei a mão molhada em cima da pia e puxei o pano, secando ela. Nisso virei minha cabeça quando ouvi a porta bater, acompanhei o Pedaço jogando a chave em cima da estante e fazendo um leve barulho, nada muito alto por causa do som.
Carmem: Oie! - Gritei e me virei pra guardar o pano, de repente senti o encontro dele comigo e me apoiei na pia. - Tá me vendo não? Idiota.
Achei até que ele tava brincando mas olhei para ele do meu lado e vi ele cuspindo sangue na pia, olhei bem e percebi um pequeno corte e a boca inchada.
Carmem: Que isso? - Me aproximei e ele deu um soco na pia, colocando o braço na minha frente e me impedindo de chegar perto. - Pedaço? Dá licença.
Empurrei o braço dele e me enfiei entre ele e a pia, segurei o rosto dele com as duas mãos e encarei a boca inchada, mas nem tão inchada. Franzi minha testa e olhei no olho dele, estreitando os meus.. eu tenho quase certeza de que isso é obra do meu pai, porra ele não tem limites. Mas se eu parar e pensar um pouquinho, vou saber que ele fez com motivo, o Pedaço com certeza fez muito mais do que só ter ido conversar com ele "numa boa", como ele disse.
Pedaço: Culpa tua, feiticeira. - Dei risada do jeito que ele falou, totalmente puto mas saiu tão fofo. - Vai rindo, pô, vai chegar tua vez e quem vai rir sou eu.
Carmem: Meu pai nunca encostaria em mim e se tentasse, a última coisa que tu faria é rir. - Roubei um selinho dele e ouvi ele resmungar com dor, me empurrando um pouco. - Hum, mas foi só isso? Um soco? Meu pai foi até generoso, né.
Pedaço: Cinco. - Balançou a cabeça em negação e se mexeu fazendo careta de dor. - Ele aliviou, pô, foi o que ele disse né. Falou que eu merecia mais, só que não ia cobrar agora por causa dos tiros. - Cruzei meus braços em baixo dos peitos. - Não foi nada não, tô tranquilinho.
Insisti com a pose de bolada, ele riu e e puxou a camisa pelo corte da gola, tirando ela por cima da cabeça. Observei o curativo ali no peito esquerdo e aí acompanhei ele se virando de costas. Arregalei meus olhos, assustada com as marcas enormes e vermelhas pelas costas dele, algumas com pontinhos de sangue. Puta que pariu, o que meu pai fez?! Suspirei e ela virou de frente pra mim, sorrindo com deboche, idiota..
Carmem: Como ele fez isso aí? E não me enrola, eu quero saber. - Mandei e ele riu jogando a camisa em cima do ombro. - Anda, Pedaço.
Pedaço: Ah pô, ele mandou eu ajoelhar e me meteu a madeira.. não, pera aí. - Gargalhei alto e ele me olhou feio. - Porra, não nesse sentido, tu entendeu o que eu disse. O pior pô, tinha um quadro de Jesus pendurado na minha frente.. teu pai é perturbado, pra caralho, pior que eu e tu juntos.
Carmem: Desculpa, eu não ia rir mas aí tu falou e eu não consegui segurar. Desculpa. - Pedi segurando a risada e respirando fundo. - O meu pai é louco, lembra uma vez quando eu te disse que tu se pagava de machão, mas ia ser só até aparecer um louco mais louco que você? - Ri com a cara feia que ele fez. - Olha só, apareceu.
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Fiéis Amantes - [M]
Romance"Lua cheia no morro, invictos no jogo não fugimos da guerra. Mais cedo ou mais tarde, exigindo liberdade, o olhar de maldade é o extinto selvagem". Uma alma quebrada, um coração partido e um corpo mutilado. Apenas o amor, é capaz de construir e reco...