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Carmem;

Quando eu acordei, confesso que era bem tarde já, mas não tinha ninguém em casa. Meu celular descarregou e eu não achei meu carregador, aposto que o Pedaço deve ter pegado. Ontem a noite ele disse que tinha deixado o dele em casa, agora quem tá sem carregador sou eu.

Abri a porta dando uma olhada na parte da frente do quintal, mais cedo a rua tava bem movimentada. Olhei em volta procurando algum dos meninos da contenção, bufei não encontrando nenhum deles. Saí e e fui até o portão, abri e coloquei minha cabeça para fora olhando pela rua, nenhum deles aqui também.. Onde que esses homens foram se meter agora?! Pelo amor de Deus. Observei o cachorro que vive por aqui a anos, latindo e se aproximando de mim, sorri colocando minha mão pela grade e fazendo carinho na cabeça dele. Ele sentou mas logo se afastou voltando para o outro lado, perto do final do muro daqui de casa, latindo.

Balancei a cabeça e me afastei conferindo se tinha fechado bem o portão, voltando para dentro. Deixei a porta aberta e bufei frustrada, sem carregador e sem bateria para pedir um pro meu pai. Eu queria saber onde esse homem se meteu também, não vi ele ainda.

Arrastei meus pés pelo chão de madeira, cantando baixinho Geminiano, o Djonga deu tudo nessa música. Eu sou completamente apaixonada sério. Parei de arrastar meus pés para subir os degraus, entrei no corredor e fui direto pro quarto. Vou fazer o que faço de melhor, dormir!

Passei pela porta e preferi deixar aberta, joguei o celular na cama e ele caiu certinho em cima do travesseiro, mais um pouco e ele ia ter batido na parede.. Que susto. Larguei o chinelo no meio do quarto e andei até a cama, me jogando de bruços em cima dela.

Fechei meus olhos e continuei naquela posição estranhamente confortável, respirei fundo soltando o ar e senti um cheiro forte.. de perfume. Meu corpo ficou tenso, apertei minha mão fechando em punho e tive certeza que não era coisa da minha cabeça quando senti de novo.

O Brown tá aqui.. Eu conheço o perfume forte dele e o cheiro tá aqui.

Ouvi o barulho da cortina e abri meus olhos, ouvindo também os passos dele, rápidos. Fui me virar assustada e não deu tempo, senti a mão dele agarrar o meu cabelo na parte de cima. Puxando para trás e me fazendo virar, doeu muito, levei uma mão desesperada até a dele tentando fazer com que ele soltasse meu cabelo. Ele me colocou deitada com as costas na cama, bati nele com minhas mãos fechadas e dando um grito.

Brown: Cala a boca, caralho! - Gritou vermelho e colocou a outra mão na minha boca, colocando uma puta força alí. Ele jogou todo o peso do corpo em cima de mim. - Cala a boca porra! Quietinha.

Tentei me mexer e ele apertou a mão contra o meu rosto apertando mais, mordi minha bochecha por conta disso e senti o gosto de sangue. Olhei para o braço dele e depois o rosto, as veias saltando no pescoço branco e a pele vermelha, ele tá com raiva, muita raiva..

Brown: Vou tirar a mão e se tu der a porra de um grito, juro por Deus, Carmem, que eu vou te matar. - Falou com ódio, dá pra sentir o ódio nas palavras dele. - Fica quieta.

Tirou a mão da minha boca e foi levantando devagar, colocou o dedo na frente da boca fazendo sinal de silêncio e se afastou de vez. Sentei rápido na cama me encolhendo e indo para trás, até me bater na parede lateral. Observei a mão dele descer até a cintura, ele tirou um revólver e engatilhou.

Meu corpo travou, arregalei meus olhos e ele riu, pegando o celular dentro do bolso e me olhando. Senti meus dedos começarem a tremer, meu coração acelerando como o Flash, o medo tomando conta do meu corpo.

Fiéis Amantes - [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora