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Pedaço;A claridade fez minha cabeça doer, balancei minha cabeça sentindo essa porra latejar de dor, caralho.
Olhei em volta do quarto de hospital, já me lembrando do que rolou. Filho da puta! Pisquei começando a ficar preocupado, a Giane, pô, ela tava lá na hora. Eu vi ela atravessar a rua e o carro bater nela, porra ela foi jogada pro outro lado caralho.. na hora eu fui tentar pegar minha arma em cima do banco, ouvi o carro se aproximando e mermo de longe e com os vidros escuros do meu carro, eu olhei na cara do filho da puta do Brown!
Ele quis que eu tivesse visto ele, porque achou que ia me matar.. pro azar dele, tô vivo pra caralho!Virei um pouco a cabeça, sentindo uma dor fodida no peito. Parei olhando a Estrelinha, encolhida no sofá pequeno, respirei fundo e passei a mão no rosto, que porra ela tá fazendo aqui caralho?! Não era pra ela estar aqui não.
Ela se mexeu e eu olhei bem, vendo a pouca luz iluminar o encosto de couro do sofá. Estrelinha se virou um pouco jogando o cabelo pra trás e mostrando o rosto calmo, digitando algo no celular e soltando ele no sofá em seguida. Tossi sentindo meu peito doer e ela se virou, dando um pulo sentada de susto, coloquei a mão em cima do meu peito sentindo doer e ela levantou rápido vindo pra perto.
Carmem: Oi.. - Falou calma mas vi a mão dela fechar e abrir rapidamente, suspirei olhando pro rosto dela. - Tudo bem? Desculpa, pergunta idiota.. quer alguma coisa? Comer? Remédio?
Ri com a preocupação dela, ela fez cara feia e bufou se encostando na cama. Estendi a mão e ela pegou, virei a mão dela e encarei a palma da mão marcada, várias marcas de meia lua feitas pelas unhas dela. Subi o olhar pro rosto dela já repreendendo o que ela fez, burra.. respirei fundo e soltei a mão dela. Vi o colar de estrelas brilhar e levei a mão no meu pescoço, dando falta do meu cordão.
Pedaço: Meu cordão? - Perguntei e ela balançou a cabeça revirando os olhos.
Carmem: Tá guardado, eu guardei. - Avisou e eu assenti, batendo na cama e ela sorriu de leve subindo com calma e sentando. - Você me assustou, muito.. eu tô me sentindo desidratada de tanto que chorei. Por que caralhos você tava andando com um carro que não era blindado? Seu idiota, burro!
Pedaço: Foi de última hora, vendi o meu blindado pra pegar outro. Mas tá tranquilo, pô, tô vivo. - Dei de ombros e ri com ele ficando boladinha. - Relaxa, pô, eu tô tranquilo Estrelinha.
Carmem: Tranquilo? É óbvio, que não tá. Você quase morreu, até ontem você estava na UTI cara, não tá nada bem! - Bateu na minha perna e eu olhei feio pra ela, perturbada. - Desculpa.. você me deixa louca com essas coisas que faz, eu tô preocupada e você brincando.
Estiquei um pouco meu braço e coloquei na perna dela, acariciei e ri sozinho. É engraçado ver ela toda preocupada.
Pedaço: Estrelinha, eu tô bem, relaxa. - Subi a mão pela barriga dele e me assustei com a diferença que eu nem tinha notado, porra.. - Quem volta da morte, tem corpo fechado.
Encarei a barriga dela, olhando assim não dá pra ver nada. Nenhum volume. Mas eu conheço o corpo dessa mulher como ninguém, tenho cada curva dela gravada na ponta da língua e sei quando tem algo diferente. A barriga tá mais inchada, vendo por cima da camisa não vejo nada, mas tocando eu sinto diferença.
Puxei um pouco a camisa dela pra cima, ela segurou e puxou deixando a visão da barriga nua. Fiquei uns minutos analisando, enxergando a pouca diferença mas já achando linda pra caralho.. tem um filho meu ali dentro, pô, crescendo e se preparando pra nascer. Caralho, essa parada é muito louca, de outro mundo.Carmem: Quem volta da morte tem corpo fechado.. - Repetiu quebrando o silêncio e colocou a mão em cima da minha. - Tá começando a crescer e daqui a poucas semanas não vai dar pra esconder. E seu pai veio falar comigo, ele sabe que a gente tem um lance.
Pedaço: Foda-se meu pai, ou os outros. Foda-se. - Falei e olhei pro rosto dela, ela sorriu de leve e concordou respirando fundo. - Faz seis dias que eu tô aqui né, então é mais uma semana.. tu vai fazer quatro meses semana que vem, pô. Depois são só mais cinco meses fechado ou menos, ou mais, depende. - Balancei minha cabeça pensando nisso tudo. - Se contar o tempo em que nós tá junto, quando tu tiver o bebê, já vai ser mais de um ano, né?
Carmem: Eu me perdi. - Avisou e riu nervosa me olhando. - É, vai ser mais de um ano.. já tem quatro meses do nosso lance, mais quase quatro da gravidez e tem mais cinco pra vir. Um ano e um mês. Caralho!
Um ano e um mês, essa porra tá passando rápido pra caralho. E eu ainda não assumi essa perturbada como minha mulher, coisa que eu já devia ter feito há um tempo.
E vou fazer isso ainda essa semana, cansei dessa porra de esperar e esperar, porra nenhuma, geral vai saber que ela é minha mulher.Pedaço: Tu tá feliz? - Perguntei e ela mordeu o lábio rindo. - Tá, né? Eu sei que tu tá feliz, eu falei pra você que isso ia ser bom e que ia te ajudar a melhorar. - Dei um tapinha na barriga dela e sorri. - Um bebê arco-íris, pô, veio pra colorir tua vida junto comigo.
Carmem: Sabe que você me deu uma ideia, se for menina, podemos chamar de Íris. - Esticou a perna por baixo do meu braço e eu concordei vendo o sorriso no rosto dela. - Eu tô feliz, ainda assustada com esse tanto de coisa acontecendo e com um pouco de medo.. mas aprendendo a lidar bem com isso e me sentir bem. Nosso arco-íris me faz feliz..
Pedaço: É isso aí porra, é assim que eu quero te ver.. feliz e bem. - Entrelaçou a minha mão na dela. - Estrelinha, eu quero tu aqui comigo sem medo.. quero tu dentro da minha casa como minha mulher, mas eu geral saiba disso, de nós dois. Melhor, nós três. - Apontei com a cabeça pra barriga dela, ela me ouviu com atenção. - Tô fechando contigo, pô, tu fecha comigo Estrelinha? Hoje, amanhã e até quando der.. vamo sustentar a nossa broca, pô, sem ligar pro que vão falar.
Ela passou a língua entre os lábios e respirou fundo, colocou o cabelo atrás da orelha e me olhou rindo nervosa.
Carmem: Falador fala e nós calados ganhamos. Que se foda tudo.. - Falou com firmeza e atitude. - Eu tô contigo, juntos pra caralho!
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Fiéis Amantes - [M]
Romance"Lua cheia no morro, invictos no jogo não fugimos da guerra. Mais cedo ou mais tarde, exigindo liberdade, o olhar de maldade é o extinto selvagem". Uma alma quebrada, um coração partido e um corpo mutilado. Apenas o amor, é capaz de construir e reco...