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× Maratona 3/5.
Carmem;

Fui me aproximando devagar da mesa do meu pai, o Pedaço sorriu me encarando sentado do lado do pai dele. Observei ele descer o olhar pela minha roupa e negar rindo, ele não sabe se surta ou me elogia desde a hora que eu cheguei aqui.

Estreitei meus olhos pelas coisas em cima da mesa e bufei, caralho em! O Pedaço, não tá entendendo que ele simplesmente não pode beber. Quando eu pisei aqui ele já tinha bebido horrores, isso já faz mais de uma hora e esse idiota não para de beber. Eu tô realmente puta com ele agora, porra, que dificuldade é essa mano?

Carmem: Sério isso? Tô falando pra tu parar desde aquela hora. - Falei puta e ele sorriu levantando as mãos. - Para de ser idiota, porra, tu nem devia estar bebendo.

Pedaço: E tu tá vendo eu beber, amor? - Respirei fundo sem paciência alguma. - Se acalma, pô, chata.

Segurei o rosto dele pelo queixo, inclinei um pouco minha cabeça e encarei os olhos vermelhos. Fora que já senti o cheiro forte de álcool vindo dele, e o filho da puta ainda tem coragem de olhar na minha cara e dizer que não bebeu. Ele ergueu o rosto tentando me beijar e eu me afastei, olhando feio pra ele.

Carmem: Tá fedendo a bebida e maconha, e tua cara entrega mais ainda. Pode parando. - Mandei e ele sorriu debochando. - Tô falando muito sério contigo, Pedaço, na moral! Não me estressa agora, cara.

Pedaço: Ou ou, relaxa porra. Já falei que eu tô tranquilo, pô, não falei? Então fica tranquilinha também, não tem porque se estressar atoa, Estrelinha. Calma. - Agarrou minha cintura com força me puxando para perto. - Isso aí, fica calminha.

Esse homem já não presta, resolve começar a beber e fica parecendo um ninfomaníaco. Toda hora me agarrando, tentando me beijar e me chamando para sair daqui, eu não aguento uma praga dessa não.
Abracei ele colocando meus braços em volta do pescoço e deixei cruzados nas costas dele. Ele encostou a lateral da cabeça um pouco em baixo dos meus peitos e eu olhei a nossa volta, tem bastante gente que eu mal conheço e talvez algumas pessoas que nem o Pedaço conhece. Desviei o olhar para o meu pai sentado na mesma mesa, de frente para nós dois.

Carmem: Tudo bem, pai? - Perguntei e ele balançou a mão, encostado na cadeira e bebendo uma cerveja.

Tião: Uhum. - Resmungou e olhou de mim para o Pedaço. - Ele tá bebendo demais, dá uma segurada antes que dê tilt.

Senti o Pedaço rir contra mim e dei um chute de leve na canela dele. Ele ainda insisti em dizer que não está bêbado, pelo amor.

Carmem: Tenho tudo sob controle, ele não vai mais beber. - Senti o Pedaço me apertar um pouco mais e fechei minha mão dando um soco nas costas dele. - Será que vai demorar, pai? Tô ansiosa.

Pedaço: Puta ótima pergunta! - Falou alto me soltando e olhando pro meu pai. - Parada demorada em irmão, agiliza isso aí por favor.

Tião: Irmão? Tu fala direito que eu ainda nem descontei meu ódio dá tua cara, pô, se liga caralho. - Mexi minha cabeça respirando fundo e meu pai estalou a língua negando. - Não começa tu também, tô tranquilo demais pra me estressar.

Pedaço: Oh, deixa ela quieta. Rum, tá putinho comigo, então fala comigo, deixa a Carmem. - Retrucou e meu pai deu uma risada jogando a cabeça pra trás. - Vai rindo, pô, pode rir mermo..

Bacu: Pedaço! Fica na tua. - Avisou e bateu no braço do meu pai. - E tu também, vai estragar o dia mermo? Geral tranquilo e vocês aí dando tilt, qual foi?

Carmem: Exatamente, não tô entendendo nenhum dos dois! - Me afastei do Pedaço e estendi a mão, ele encarou minha mão e segurou levantando. - Vamo dar uma volta, agora.

Pedaço: Uma volta? Pra ontem! - Esticou o braço livre pegando o copo na mesa, me virei rápido tentando impedir e ele virou de costas. - Calma aí, é só um gole, relaxa. - Vi ele erguer o braço e virar o copo, devolvendo ele vazio na mesa. - Pronto, pô.

Carmem: Inacreditável. - Agora eu tô puta de verdade, porra, ele não consegue ficar dez minutos sem beber igual um filho da puta! - Saí fora, tá? Tu quer beber então fica aí, dá licença.

Me virei puta e saí andando pela quadra, pisando fundo e em passos rápidos. De longe observei a Giane pegando docinho na mesa de doces e ri, ela olhou em volta e saiu andando como se nada tivesse acontecido.
Eu ainda tenho que conversar com ela.. e sinceramente, acho que o momento perfeito é agora. Pedi licença para um vapor que estava na minha frente e ele sorriu me dando espaço, passei por ele seguindo em direção a Giane, observando ela sentar em uma cadeira na mesma mesa que o Sabiá.

De repente, a namorada do meu pai entrou no meu campo de visão. Me chamando e sorrindo.

Jennifer: Miranda! - Parei sorrindo pra ela de volta e ela se aproximou balançando um lança confetes. - Pronta? Se não tiver, fique, tá na hora!

Deu pulinhos animada e eu franzi a testa, sentindo meu coração disparar e um nervoso subir pelo meu corpo. Ok, está na hora de saber se vou ter um filho ou filha.. eu não tô preparada para isso! Socorro.

Carmem: Agora?! Eu tenho que ir chamar o Pedaço e eu nem sei se eu tô preparada, na verdade eu não estou nem um pouco preparada.. e eu scho que tô passando mal! - Ergui minhas mãos sobre meus rosto, me abanando enquanto ela ria.

Jennifer: Pelo amor de Deus, não passa mal agora não! - Me olhou preocupada e eu concordei rindo de nervoso. - Eu vou levar isso pro seu pai e chamar o Pedaço, ok?

Carmem: Eu vou junto, eu mesma chamo o Pedaço e.. Ah eu vou desmaiar. - Concluí ainda rindo e me virei, sentindo meu corpo ir de encontro com alguém. - Que isso?!

Tropecei no meu próprio pé e senti meu corpo ser jogado pro lado, mas senti mãos me segurarem firme. Olhei os dedos tatuados em volta da minha cintura e bufei, aí que ódio! Bati na mão dele e me virei encarando ele séria.

Pedaço: Quase te derrubo, pô, quase. - Disse aliviado e ainda me segurando. - Nós não ia dar uma voltinha? Pô..

Carmem: Me solta, antes que você derrube nós dois. E não, a gente não vai dar uma volta porque agora nós vamos fazer a revelação. - Ele abaixou a cabeça e concordou. - É a última vez que eu te falo, para de beber! Você mal tá se aguentando em pé, deu por hoje.

Pedaço: Tá bom, pô. Prometo que eu vou parar um pouquinho.. é dia de comemorar amor, fica bolada comigo não. - Beijou minha bochecha passando a mão pelo meu cabelo. - Tá linda demais pra tu se estressar.

Carmem: Cala boca, eu tô tentando brigar com você porra. - Apontei com o dedo e ele sorriu, me abraçando e beijando meu pescoço. - Para, idiota. Pedaço!

Ele se afastou erguendo as mãos em rendição, começando a andar de costas em direção a parte vazia na frente da decoração. Observei ele tropeçando de leve e olhando feio para trás mas viu que não tinha ninguém, me olhou sério e eu segurei a risada caminhando pra lá. 

Como caralhos ele consegue me fazer ficar com raiva e feliz, em segundos? Eu não entendo mesmo.

Fiéis Amantes - [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora