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Jennifer;

Jennifer: Não sei.. Olha eu tô gritando e nada, acho que ela tá dormindo. - Falei passando pelo portão e entrando no quintal, andando meio rápido. - Calma amor.

Tião: Calma nada Jennifer, falaram que o Brown tava por aí, acharam a moto dele mas o filho da puta sumiu. A contenção teve que descer verificar e ela tá sozinha. - Falou rápido e eu consegui sentir o desespero na voz dele pela chamada.

Jennifer: Eu tô entrando. - Avisei observando a porta aberta. - O que tá acontecendo em? Eu tô preocupada e você não me explica, seu jegue.

Tião: Pera, tu tá armada? Se não tiver entra com cuidado. - Avisou e eu escutei ele bufar. - Depois te explico tudo porra, agora vai logo.

Revirei meus olhos segurando o celular e entrando na casa, por estar no viva voz eu ouvi várias vozes vindo de onde ele tá. Esse homem se enfiou em outra comunidade, eu ainda não entendi bem o que tá rolando mas ele tá tão desesperado que me dá medo. Só entendi que tem a ver com o Brown e com a Carmem.

Olhei a sala a minha volta e tudo normal, a TV desligada, nenhum sinal da Carmem. Dei mais alguns passos e me virei olhando para a esquerda, meu corpo travou.. Olhei para todo o sangue sentindo minhas mãos tremerem, e quando eu desci o olhar, vi a Carmem jogada.. Coberta de sangue e completamente machucada, entrei em estado de choque, sentindo uma vontade horrorosa de chorar.

Jennifer: Tião, pelo amor de Deus.. - Falei com a voz trêmula me aproximando dela. - Tá cheio de sangue, a Carmem tá no chão.. Manda alguém vir pra cá, vem pra cá.

Tião: O que? Como assim?! Jennifer vê se ela tá respirando, rápido caralho, eu tô indo. - Gritou do outro lado da linha e eu me abaixei perto dela. - Vai porra! Eu tô saindo.

Ele começou a gritar com um monte de gente lá, ouvi o barulho dele acelerando o carro e soltei o celular no chão, olhando de perto a Carmem. O rosto dela.. Tá totalmente machucada e cheio de sangue, tá muito frio, meu Deus.. Senti uma lágrima medrosa descer pelo meu rosto e estiquei um braço colocando a mão no pescoço dela, vendo se tinha batimentos.

Me assustei sentindo uma pulsação fraca, muito fraca.. Quase impossível de sentir. Coloquei minha mão na frente do rosto dela, bem perto do nariz e da boca, demorou quase um minuto para mim sentir o ar fraco bater na minha pele. Puta merda!

Jennifer: Amor.. - Chamei ele nervosa, sem saber o que fazer. - A Carmem.. Ela não tá respirando direito, eu não sei o que fazer.. mas ela tá viva e eu tô com medo dela morrer..

Ele não me respondeu, apenas ouvi o barulho de pneus no asfalto. Levantei minha cabeça olhando a escada, a trilha de sangue pelos degraus e depois todo o sangue em volta dela.. Eu tô assustada pra caralho.

Levantei sem saber o que fazer, o Tião não me respondeu mas não desligou a chamada. Olhei a minha volta e corri para fora, preciso pedir ajudar, chamar alguém.. Preciso ajudar a Carmem, porra. Encontrei com o olhar um dos meninos da contenção atravessando a rua, e o amigo do Pedaço junto.

Jennifer: Gateu! - Gritei e ele me olhou parada na porta, os olhos foram para as minhas mãos com sangue. - Pelo amor de Deus, a Carmem tá machucada! Me ajuda!

Ele disparou até o portão abrindo ele e correndo para cá, o outro cara correu atrás e os dois passaram como jato do meu lado. Me virei indo atrás, falando que ele tá perto da escada e apontando. Os dois tiveram a mesma reação que a minha, arregalaram os olhos e se desesperaram.

Gateu: Porra! Ela tá sangrando muito, caralho, puta que pariu. - Falou nervoso se abaixando em meio ao sangue. - Sabiá, manda avisar que o Brown tá por aqui! Eu preciso de ajuda aqui, ela bateu a cabeça e tá sangrando muito..

Fui para perto vendo ele passar o braço por baixo do pescoço dela e levantar a cabeça dela, olhei para o sangue escorrendo ali e depois para a lateral, de onde tava saindo muito sangue.. eu não consigo imaginar o que o Brown fez mas eu tenho certeza de que ele quis matar ela. Ele quis muito.

Sabiá: Tá avisado, o que nós faz?! - Perguntou se aproximando e olhando a nossa volta, todo o sangue e depois ela. - A gente tem que levar ela pro hospital, rápido.. Gateu tem muito sangue, porra, ela tá morrendo..

Gateu: Me ajuda a levantar ela, vai caralho. - Mandou e ele se aproximou segurando ela por baixo das pernas, quando eles levantaram ela, eu só conseguir chorar vendo a situação piorar. - Caralho, caralho..

Sabiá: Ah, meu Deus! Porra! - Gritou olhando para a perna dela e eu juro por Deus, eu não consegui me mexer. - Gateu, isso aqui não tá legal porra!

Tião: Jennifer? O que tá rolando? - Desviei o olhar para o celular no chão e me abaixei pegando ele, sujando minhas mãos de sangue. - Jennifer, porra! Me responde caralho, o que tá rolando?

Jennifer: Tá muito feio.. - Respondi não querendo olhar para a Carmem sendo segurada pelos meninos, o cheiro de sangue começando a me enjoar. - Tião.. é melhor você vir logo, me diz que tá chegando por favor.

Tião: Porque você tá chorando? - A voz dele saiu trêmula. - Diz que ela tá bem, pô, diz que a Estrelinha tá bem Jennifer. Por favor caralho.

Jennifer: Vem logo.. - Respondi desligando a chamada e me virando para os meninos.

Eles começaram a andar devagar pela sala, a cada movimento eu via o sangue pingar de algumas partes e de outras cair bastante e mais rápido, meu coração se apertou quando bati o olho outra vez na perna dela de onde vinha mais sangue.. Tem um fratura exposta muito grande, eu tô conseguindo ver o osso dela e tá saindo muito sangue, meu Deus.. Eu tô com um medo do caralho por ela, medo só de imaginar o que ela passou aqui dentro para ter chegado nesse estado.. Medo de ela não conseguir sobreviver..

Fiéis Amantes - [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora