Fiéis Amantes - [M]

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Pensando seriamente em uma maratona..

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Carmem;

Carmem: Pelo amor de Deus, não fala pra ele! Pedaço, por favor. - Implorei e ele me olhou negando. - Que merda, você não tá entendendo nada!

Pedaço: Não fode caralho! Tu não quer que eu conte pro teu pai, porra, tu tá maluca? - Gritou comigo. - Vai falar o que, que tu ama aquele filho de puta?

Carmem: Me escuta, por favor, caralho! - Gritei desesperada. - Se você disser, ele vai mandar matar o Brown!  E o Brown vai saber antes, ele sempre descobre tudo.. E ele vai mandar alguém me matar, Pedaço, por favor..

Ele passou as mãos no rosto, eu consegui controlar minhas lágrimas e tô tentando fazer o possível para ele me escutar. Ele precisa me escutar. O Brown tem influência, tem família envolvida e se algo acontecer com ele.. Eu tô morta. Meu pai morre..

Pedaço: Porra! Como tu foi acabar no meio disso, Carmem? - Me olhou bolado. - Isso acontece desde quando? Me fala, porque eu não consigo acreditar que tu deixou isso acontecer contigo. A porra da Carmem que eu conheci, nunca deixaria..

Carmem: Eu não sei.. Eu juro por Deus que eu tentei, Pedaço, eu tentei acabar com tudo mas eu não consegui.. Eu não consigo. - Falei em meio ao choro que insistiu em descer. - Desde o começo, eu era uma criança praticamente, eu achava que ia conseguir fazer ele mudar..

Coloquei as mãos no rosto e deslizei limpando as lágrimas.

Pedaço: Tu é dependente dele, puta que pariu.. - Concordei tentando segurar mais lágrimas que queriam cair. - Carmem, ele vai ficar um mês fora.. Depois dessa porra dessa missão, se tu não contar pro teu pai.. Eu não vou contar, vou matar esse filho da puta sem avisar ninguém. Tu tá me ouvindo bem?

Carmem: Pedaço.. - Ele negou e passou as mãos no rosto. - Eu vou resolver, vou resolver isso, eu prometo mas por favor.. Não faz nada.

Pedaço: Carminha.. - Deu uma risada nervosa. - Tu não tá me entendendo, pô.

Carmem: É você quem não tá me entendendo, porra. Por favor cara, tu quer que eu te implore?! - Perguntei e ele negou.

Pedaço: Cala a boca caralho, para de falar merda. - Apontou para mim. - Eu já te falei pô, tu tem um mês e no máximo umas duas semanas depois disso, tu quer dar o teu jeito? Tranquilo! Mas se eu ver parada errada, não vai ter mais conversa.. Tu pode chorar, espernear e a porra que for!

Um mês e duas semanas.. Eu consigo, eu vou conseguir fazer algo. Eu sei que vou.

Carmem: Tá, tá bom. - Concordei e ele virou o rosto olhando pela janela do carro, escura por conta do vidro fumê. - Só confia em mim.

Ele ficou parado com as mãos no volante, olhando lá para fora. Eu coloquei meus pés em cima do banco de couro e apoiei meus braços nos joelhos. Pensando, pensando muito no que eu vou fazer e como vou fazer.. Tenho que dar um jeito nisso antes de o Brown voltar e vou ter que ter cuidado, porque é bem capaz dele descobrir.. E se eles descobrir eu tenho certeza que ele me mata.

Além disso, eu tenho que lidar com outra situação que ele me colocou.. Eu ainda estou com tanto nojo e raiva, eu tô sem rumo e me sentindo totalmente traída. De tudo o que ele me fez, eu nunca imaginei que fosse chegar a esse ponto, um estupro coletivo então.. Porra eu não consigo me sentir limpa, só suja e imunda, com muito nojo.