6. Vhagar

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HELAENA TARGARYEN

Acordo com um barulho terrível. Levanto da cama correndo. Chego perto da janela e está tremendo. O que pode ser? Deuses. Me aproximo mais para abri-la e olho para o pátio. Um dragão enorme, com o pescoço esticado para cima está rugindo estrondosamente.

Vhagar. Mesmo a noite, é impossível não notar o seu tamanho colossal. Somente um dragão assim poderia sacudir os vidros das janelas e até mesmo o castelo e seus arredores. Pelo jeito ela acordou todo mundo, pois há uma correria no pátio.

Não consigo enxergar bem por estar de noite, mas identifico algo minúsculo no chão na frente de Vhagar. Ela está batendo as asas afastando quem chega perto. O que aconteceu?

Começo a clarear a mente após acordar assustada, e há uma gritaria no pátio e mesmo antes de saber qualquer coisa, sei que é Aemond que está no chão. Ele me contou tantas vezes que queria a Vhagar para si. Mas o que aconteceu? Meu coração está batendo tão rápido que sei que não é apenas pelo susto. É medo pelo Aemond sarcástico de hoje cedo, eu sabia que ele não estava bem.

Visto meu roupão e saio correndo do quarto de visita no qual estou instalada no castelo de nossa prima. Estou descendo as escadas, quando vejo os guardas reais cercando alguém, deve ser o papai. Chego primeiro no Aegon e vejo seu rosto pálido demais.

— O que aconteceu, Aegon? — pergunto aflita.

— Os bastardos quase mataram o Aemond! — responde ele fedendo a vinho, olhando para a correria que está tendo na sala de entrada do castelo.

Eu sabia que era ele. Mas não estava preparada para a afirmação. Sinto meu corpo gelar e minha respiração acelerar. Olho para todos os lados em busca do Aemond. Preciso estar do lado dele. Ele precisa de mim. Aemond, por favor.

Nem percebo nossa mãe chegar perto de nós. Mas ela fala direto no Aegon.

Você vai contar o que aconteceu hoje. Espero que acorde para realmente o que importa aqui. Aemond é seu irmão e nós devemos estar unidos contra esse lixo que tem o mesmo sangue de vocês por parte de seu pai — esbraveja mamãe.

— Mãe, onde está o Aemond? — pergunto pouco me importando com sangue e linhagem.

— Seu irmão está sendo atendido pelo Meistre daqui. Mas partiremos logo em seguida, confio apenas nos nossos em Porto Real. Suba para o quarto e chame uma das aias para te ajudar com as malas — responde Alicent para a filha.

— Quero ver o Aemond, agora! — levanto a voz sem pensar na reação dela.

— Eu já disse para subir! E você, Aegon, vem comigo agora para o salão — diz mamãe puxando Aegon com ela fechando a grande porta do salão.

Fico para trás olhando a porta fechada. Olho para um dos serviçais que está limpando o sangue do chão que nem havia percebido. Ele nota que estou olhando.

— Milady, escutei que perguntou pelo o príncipe ferido. Ele está naquela sala onde todos estão — ele me responde sem eu ter perguntado.

— Obrigada pela informação. Poderia chamar Cecy para me ajudar arrumar minhas coisas? — peço para o rapaz.

Cecy aparece minutos depois no quarto. Estou andando de um lado e para o outro com as mãos tremendo. Preocupada e aflita demais. Ajudo a aguardar minhas coisas. Visto-me apropriadamente para voar com Dreamfyre.

Horas depois o mesmo servo avisa que posso descer. Minhas duas malas já desceram. Estou quase no último degrau quando encontro Aegon parado me olhando com o rosto vermelho demais.

— Vamos agora para Porto Real. Estava esperando você chegar — diz ele andando rapidamente na minha frente.

Ele nem ao menos explicou que aconteceu atrás das portas fechadas e como está Aemond. Pelo menos está vivo, se não já teria sido dito algo contrário. O sol está quase nascendo enquanto sigo Aegon até encontrar os nossos dragões. Rapidamente meu irmão monta o seu.

— sōvēs, Sunfyre! — diz Aegon para o dragão dourado. (voe, Sunfyre em valiriano).

Levantando voou e causando um vento ainda mais gelado que está naquele dia. Começo a subir em Dreamfyre que assim como eu está agitada. Ela nem espera comando, levanta voou atrás do Sunfyre.

Olho para baixo e encontro o navio dos meus pais. Aemond pode viajar com ferimentos? Preciso que alguém me diga algo!

Não preciso de respostas sobre Aemond estar vivo ou não. Nem mesmo se ele está ou não no navio, pois escuto um rugido mais baixo do que escutei horas antes. Atrás de mim está um dragão abissal de cor roxa se aproximando. Vhagar passa por cima de mim. Fico de boca aberta pelo tamanho absurdo dela perto de Dreamfyre.

Não há nenhuma dúvida sobre o estado de Aemond. Sua mais nova dragão-fêmea está partindo para casa conosco e ficará ao lado dele até o fim de sua vida ou da dela.

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(Nota: Tanto no livro, como na série é apresentado quando Aemond doma a Vhagar. Eu preferi colocar pela visão da Helaena esse momento.)

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora