19. Coração partido

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HELAENA TARGARYEN


O prato principal dessa noite é costela de carneiro ao molho de cebolas com mel, acompanhado de vinho doce e sobremesas deliciosas: pudim de leite, bolo de canela e ameixas maduras, entre outros pratos. Estou sentada aguardando papai chegar. Daeron está do meu lado beliscando o bolo que está na sua frente; Aegon esta sentado de frente para mim servindo uma taça de vinho; Mamãe e vovô estão conversando baixinho e Aemond está com o rosto virado para baixo.

Papai entra no exato momento em que o Aemond talvez tenha percebido que estava sendo observado. Ele levanta o olhar para mim.

— Boa noite! Trago notícias para todos essa hoje — diz ele sorrindo. —, Infelizmente não haverá casamento entre Helaena e Ernes, mas a paz com Dorne permanece, não é interesse de nenhum dos lados uma discórdia sem necessidades. Está proibido dragões voarem para as terras dornesas, somente se houver alguma negociação entre às casas. Passeios não devem mais acontecer, compreendeu, Aemond? — papai agora está olhando fixamente para ele.

— Sim, estou ciente — responde Aemond, mas seu rosto está com um sorriso malicioso.

— Com o meu aniversário chegando, iremos celebrar durante duas semanas — comunica papai, ele percebe que mamãe vai dizer algo, e a interrompe: — Vou estar bem, Rhaenyra irá vir com seus filhos e meu irmão, Daemon. Portanto, quero paz e comemorar com toda a minha família unida novamente.

Aemond solta uma risada e todos nós se viramos para ele. Ele talvez nem tenha notado que riu alto o suficiente para que todos tenham escutado.

— Algo para acrescentar, Aemond? — pergunta papai.

—Nada, pai. Só não esperava que teríamos a ilustre presença de nossa meia-irmã e seus fortes (Strong) filhos nesse ano — diz ele de forma sarcástica. Desde que ele voltou de Derivamarca não come mais em silêncio, sempre tem uma farpa para soltar, e quase sempre é na presença de papai.

— Eles virão. E ficarão conosco o tempo que quiserem, e não quero problemas entre vocês e os filhos da Rhaenyra — finaliza o rei. —, Agora vamos jantar esse delicioso banquete.


Após o jantar retorno para meu quarto e aguardo Aemond. Ele normalmente entra quando estou pronta para dormir. Ouço uma batida na porta da passagem secreta. Que estranho, Aemond nunca bateu. Vou até ela e abro encontrando-o parado.

— Entre! Porquê bateu? Nunca fez isso antes — pergunto para ele.

— Não sabia se estava vestida ou não — ele desvia o olhar, e caminha até minha cama.

Dou de ombros. Ele está certo sobre isso. Agora somos adultos e certos momentos são íntimos demais e algo mudou no momento que paramos de sussurrar sobre os acontecimentos bobos da corte e passamos a sentir a presença esmagadora um do outro, até mesmo quando não estamos próximos.

— Certo... porque você queria que a passagem estivesse liberada? — caminho até a minha penteadeira e solto meu cabelo do coque que Cecy (aia) havia feito. Estou de costas para Aemond e deixo meu cabelo cair para trás. Pego a escova e começo a pentear ele como sempre faço todas as noites antes de dormir.

Virando para ele. Encontro seu olhar na escova e no movimento que faço. Aemond desvia o olhar da minha mão e me encara. Ele se levanta da cama e fica a centímetros de mim.

— Gostaria de pedir perdão, Hela. Por ter interferido na sua decisão. Não pensei que você poderia ser prejudicada. Fui egoísta nesse ponto, mas não me arrependo — diz ele, enquanto coloca as mãos nos bolsos que tem na frente de sua calça preta e justa.

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora