Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)

1. Pedra Preciosa

AEMOND TARGARYEN

— Quantas vezes terei que dizer para vocês ficarem longe daqueles bastardos? — dizia-lhe a sua mãe com o rosto vermelho de raiva. Sentada em sua cadeira no quarto da rainha, ao lado de seu avô, Otto, em pé com os punhos na mesa.

Eu e Aegon estávamos sentados de frente para eles, com as mãos no colo, ouvindo pela milésima vez sobre a bastardia de nossos sobrinhos, filhos da nossa meia-irmã, Rhaenyra. Fomos pegos pelo guarda real, Criston Cole, fora da cama na madrugada junto com os outros e fomos levados ao quarto de mamãe. E vovô logo apareceu também.

— Mãe, estávamos apenas espiando na ala dos serviçais e a festa que estavam dando — defendeu-se Aegon. — Eles foram conosco porque seguiram eu e o Aemond, não significa que temos alguma amizade com eles.

Aemond olhou para o Aegon, ele não estava dizendo toda a verdade para nossa mãe, por ser mais velho e ter o maior peso em cima de sua cabeça, havia aprendido mentir sem pudor para nosso avô e mãe para escapar dos tapas e castigos. A verdade foi que Aegon acordou todos nós após o jantar de celebração do aniversário de 14 anos da Helaena, para espiar os serviçais fornicando e não apenas bebendo e dançando.

— Não interessa, Aegon! Você não tem que andar com a escória e chacota desse lado da família de seu pai. Só os deuses sabem o que podem estar falando sobre vocês, quero vocês apenas com os Strong no campo de treinamento enquanto eles estiverem aqui em Porto real — falou seu avô olhando para o Aegon, que nesse momento estava com sorriso sarcástico no rosto, após seu avô ter acreditado na meia verdade dita.

— Tudo bem, vovô — disse Aegon, revirando os olhos.

— E você, Aemond? Endenteu? Ou terei que fazê-lo entender de outra forma? — perguntou Alicent, olhando para o filho mais novo.

— Entendi, sim, mãe — respondeu Aemond.

Aemond não questionava mais todas essas preocupações sobre andarem junto com os sobrinhos, ele não era fã deles, mas também não tinha esse ódio que a mãe tanto tinha pela sua meia-irmã. Ele recebia os castigos na maioria das vezes por causa de seu irmão, mas estava acostumado.

— Agora vão dormir, pois amanhã será mais um longo dia pela comemoração do aniversário da irmã de vocês — falou Alicent ao se levantar para abrir a porta.

Levantei e fui saindo do quarto com o Aegon logo atrás segurando com força meu ombro.

— Se você contar para alguém que estávamos vendo os servos trepando e até mesmo para a estúpida de nossa irmã, eu vou cortar esse teu cabelinho que tanto ama à noite — sussurrou Aegon no meu ouvido antes que eu entrasse no meu quarto e ele seguisse em frente pelo corredor.

Antes de dormir, Aemond estava cansado demais para ir ao quarto de sua irmã observá-la dormindo — ele havia descoberto as passagens secretas pela Fortaleza. Aegon se enganou como sempre, seu cabelo nunca foi motivo de adoração para ele, Aemond o mantinha longo, pois Helaena amava eles serem assim. Suspirando, Aemond tirou o roupão e deitou na cama confortável de seu novo quarto, por mais que amasse seu espaço sentia falta de compartilhar a cama com a sua irmã.

☆

Quando acordou no fim da manhã do segundo dia de comemoração do aniversário da irmã, levantou animado para encontrá-la e entregar o presente de aniversário que ele não conseguiu dar para ela no dia anterior. Foi até a janela e respirou profundamente sentindo o cheio de comida que estava sendo posta nas mesas. Ele teria mais um dia cheio de idiotas bajuladores na corte de seu pai, aguentar as bebedeiras do inútil do Aegon e as merdas dos outros parentes.