42. Sedução à meia-noite

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HELAENA TARGARYEN

 — Quero saber por que você falou aquilo para nosso pai? Não combinamos sobre viagem alguma, Aegon — pergunto para meu "marido".

Estamos entrando em nosso quarto após um jantar péssimo. Se não fosse por Aemond distraindo todos na mesa nem sei o que teria acontecido.

— Temos parentes para visitar e eles não conhecem os gêmeos — ele responde.

Vou até a penteadeira para desfazer o coque e soltar meu cabelo. Aegon agora está atrás de mim, posso senti-lo. Ele abraça minha cintura puxando-me contra seu peito.

— Faz tempo que não trepamos — diz ele contra meu ouvido. Tiro as suas mãos de mim.

Eu não sinto nada com seu toque. As palavras sujas nunca me incomodaram, não antes de saber que para ele qualquer buraco existente serve para "trepar", inclusive o meu. Quando é o Aemond dizendo sacanagens, meu corpo aquece em todas as partes.

— Os gêmeos já nasceram e seu resguardo também passou. Você é minha esposa — reclama ele.

Ele ignorou totalmente o que eu disse antes sobre essa "viagem" com os gêmeos sem me consultar.

— Por que você não me disse sobre ir para Campina e decidiu falar diretamente com nosso pai? — pergunto novamente.

— Seria bom para os gêmeos essa época estar nas Terras do Sul — ele responde, frustrado, ao caminhar até a cama e abrir o colarinho da camisa.

Ele não vai sair?

— Pode ser uma boa ideia, mas não agora e não sem conversar comigo antes — termino de soltar meu cabelo.

— Eu pensava que havia casado com alguém mais dócil. Você antes não reclamava quando fazíamos sexo ou quando eu dizia algo. Agora tudo que faço te desagrada — encaro ele de verdade pela primeira vez em meses.

— Você diz "dócil", mas quer dizer na verdade submissa? Eu sei meu dever e eu cumpri com você, nossa casa e reino. Não confunda minha gentileza com submissão. Eu não queria me casar e você sabia disso, fiz tudo que deveria e dei para você muito mais que nossos filhos.... Tentei te conhecer, ser sua amiga e você me traiu de todas as formas.

Não digo sobre as traições de confiança e companheirismo, mas ele acha que é sobre suas amantes.

— As outras mulheres não foram nada para mim. Sou casado com você, não com elas — diz ele desviando os olhos dos meus.

Esse é o problema do Aegon ele desconversa tudo quando é pressionado. Deve ser os anos se esquivando da nossa mãe.

— Não me interessa as outras, Aegon. Quero aproveitar que você está sóbrio... amanhã mesmo irei trocar de quarto e isso acaba aqui — viro novamente para a frente da penteadeira.

Ontem mesmo Aemond estava aqui no meio das minhas pernas. Sorrio para mim mesma.

—Nem pensar, somos casados e vamos dormir juntos — agora ele levanta da cama e vem parar do meu lado.

— Não quero discutir com você, estamos casados apenas perante aos deuses, não somos marido e mulher mais e já faz tempo. Você não precisa de mim para nada e eu também não. Só quero que seja um bom pai para nossos filhos. Agora saia do quarto e vá para onde você gosta de estar.

Ele ainda está me encarando e finjo que ele não está no quarto. Um tempo depois ele sai sem dizer nada. Vou até a porta e tranco.

Nem todas as flores tem espinhos, no entanto, as mais delicadas têm.

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora