65. Segundo do seu nome

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(Nome do capítulo é uma referência ao Aegon por ele ser o segundo rei com esse nome)

AEMOND TARGARYEN

Horas antes...

Acordo com um balde de água fria na cara. Sento tão rápido que fico zonzo. Levo a mão até a cabeça sentindo uma protuberância na lateral dela. Olho para meus dedos molhados não apenas pela água, e sim sangue.

Ergo o olhar para quem atirou água em mim, vendo um dos guardas da casa Hightower fechando a cela das masmorras. Meu único olho agora se esforça para se ajustar ao local que estou.

Masmorras. Tudo que aconteceu naquela noite me atinge com intensidade. Levanto depressa e vou até às grades olhando para dois guardas através das sombras das velas.

— Quando eu estiver livre, irei fazer vocês se arrependerem do dia que nasceram — minha voz sai fria e grave. Estou com sede e ódio. Os guardas se mexem desconfortáveis, mas não dizem nada.

— Você não fará nada porque nem estará vivo até o amanhecer — uma voz ecoa como uma ameaça.

Seguro as grandes da cela com força. Meu corpo está encharcado e dolorido. Penso em Helaena e como ela está. Fomos tão cuidadosos durante esses anos, quase fomos pegos algumas vezes pelos empregados, mas nunca assim.

Aegon sai das sombras e aparece na minha frente. Imagens de ele agredindo a minha Helaena nubla meus olhos em uma nuvem de ódio e amargura. Covarde inútil.

— Seja homem ao menos uma vez na vida e me solte daqui — provoco. — Lute como um rei que carrega a coroa do Conquistador e não um fraco. Bater em uma mulher só o faz pior do que já pensava sobre você.

Os guardas seguram suas espadas desconfortavelmente. Espero que aproveitem o tempo que lhe restam.

— A meretriz mereceu o que era dela — ele sussurra chegando perto da grade. — E, você ganhará o que é seu também.

Meu corpo está fervendo de ódio. Encosto a testa na grade encarando o rosto do meu irmão. Ele está pálido, mais magro e com os olhos em pura fúria.

— Eu vou matar você, irmão. E eu irei gostar de cada segundo enquanto termino com você — não faço uma ameaça, isso é uma promessa.

— Palavras e mais palavras, você não cansa, não? Se você tocar em mim, estará morto mesmo antes de ter a oportunidade de ver a traidora da nossa irmã — ele fala ajustando seu gibão que parece agora enorme em seu corpo. Seu cabelo está mais curto, ele tem ódio de cabelo comprido.

— Não preciso ficar vivo após matá-lo, essa satisfação será o suficiente para mim. Helaena e as crianças estarão livres de um merda como você...

Aegon sorri estalando os dedos perto de mim. Não me movo nenhum centímetro, ele pode ganhar confiança e se aproximar ainda mais de mim, matarei com as minhas próprias mãos.

— Ótimo lembrete — ele caminha de um lado para o outro rindo. — Seu bastardo estará morto em breve.

Enfio as mãos pelas grandes tentando agarrar sua capa. Filho da puta. Ele dá um passo para trás e solta uma gargalhada igual ao do nosso pai, a diferença é que nada foi engraçado no que ele disse.

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora