Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)

47. Paixão obsessiva

AEMOND TARGARYEN

Três meses e sete dias...

Se eles não chegarem ainda hoje terei que ir buscá-los na Campina. Sete dias horríveis que tive que me sujeitar a ficar sentado esperando o retorno de Helaena e os gêmeos. Essa ideia absurda só poderia ter saído da nossa mãe mesmo. Ela com certeza está sabendo de algo sobre nós. Ficamos relaxados demais na presença dos outros e nossos olhares devem ter entregado que estávamos juntos.

Um pouco mais de uma semana nossa mãe teve a brilhante ideia de convencer nosso pai de enviar Helaena, Aegon e os gêmeos para Vilavelha com a desculpa de visitar parentes que não conheciam os gêmeos. Porra, eles que venham até nós.

Essa ideia foi sugerida por Aegon há mais de um ano e tínhamos até mesmo esquecido. Eu quis ir junto com eles, mas Helaena disse que eu deveria ficar e mesmo se eu quisesse ter ido meu avô inventou que eu deveria ajudá-lo escolher um novo guarda real. Eles têm comandante real para quê?

Os gêmeos estão quase completando dois anos e se tornaram uma parte vital dos meus dias. Nunca pensei que pudesse me importar com alguém além de Helaena. Eu os amo como se fossem meus filhos, no meu coração eles são. Eles são curiosos, engraçados e carinhosos e a cada dia parecem ainda mais -fisicamente- com a Helaena ou com Aegon. Sou o único diferente do restante com o rosto comprido e queixo marcado demais. Se eu não tivesse os olhos de nosso pai e não fosse cavaleiro de dragão poderia até mesmo acreditar ser filho de outro homem.

Passei todas as tardes na Colina em nosso lugar seguro. Fazia bastante tempo que não vinha até aqui. Foi neste lugar que eu descobri que Helaena se casaria com Aegon e também foi o lugar do nosso primeiro beijo. Estou deitado na grama olhando para o céu e ruminando sobre essa viagem ao lado de Vhagar. Viro para olhar ela. Minha dragão-fêmea é espetacular. Não existe uma pessoa viva que não a tema, realmente uma Deusa da Morte como nas histórias sobre os deuses valirianos. Seu tom roxo é único com seus chifres enormes. Faço carinho em sua asa enquanto ela estende sobre mim. Sorrio. Acredito que nem mesmo Helaena me compreenda tanto como Vhagar. Espero morrer antes dela, não suportaria existir em um mundo sem Vhagar ao meu lado.

Ela ergue sua grande cabeça em direção ao céu. Mesmo de longe consigo ver o contorno de um dragão sobrevoando as nuvens pesadas de chuva. Dreamfyre ou Sunfyre? Outro aparece logo atrás. Eles voltaram.

☆

Uma tempestade tenebrosa estava caindo nesse momento. Esperei por mais um tempo antes de sair da Colina - pegamos boa parte do temporal. Vhagar mesmo assim não quis entrar no Fosso, assim que me deixou no solo voou para longe.

Estou entrando pela área dos empregados quando vejo as aias que mais acompanham Helaena conversando sobre ela. Fecho a cara e me escondo atrás de um armário escutando o que dizem. Se estivessem desrespeitando minha Helaena, amanhã mesmo estarão fora desse castelo.

— ...Estou dizendo mesmo — diz uma das aias baixinho. —, a princesa e o príncipe terão em breve um filho. Você deveria ter visto os dois juntos naquele castelo estranho...

Nem mesmo o meu olho bom pisca. Só pode ser mentira porque a outra aia não os acompanhou e a outra quer se vangloriar da fofoca. Estou todo ensopado e indignado.

— Ela dormiu todos os dias com o príncipe e no desjejum com os gêmeos eles pareciam próximos como era na época que casaram — sussurra a aia que foi junto com Helaena. — Você se lembra da princesa saindo toda descabelada da sala e depois o príncipe saindo arrumando o calção e....