67. Otto & Alicent Hightower

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HELAENA TARGARYEN

Momentos depois da partida de Aemond...

Eu só poderia estar louca! Beijei meu irmão na frente de todos os guardas que estavam no pátio. Agora eles me olham ou admirados ou com o mesmo olhar que a minha mãe deu para mim, quando viu que o Maelor era filho do Aemond e não do Aegon.

Minha mãe.

Dreamfyre estica as asas e levanta voou para algum lugar novo, não deve pressentir nenhuma ameaça iminente aqui. O Fosso dos Dragões está destruído por causa dela. Analiso uma das suas asas machucada enquanto ela voa. Minha querida. Tratarei das dores dela, quando puder sarar as minhas. Observo ela partir rumo ao novo mundo a partir de agora. Eu, no entanto, terei que enfrentar o meu.

Respiro fundo e ergo a cabeça. Sou uma adúltera e mãe de uma criança bastarda e não sinto nenhuma vergonha. Maelor foi feito com todo o amor que é possível existir. Que os deuses protejam Aemond por onde ele esteja.

Corro pelo pátio passando por guardas e empregados, que também estão espalhados pelo castelo. Preciso estar com meus filhos. Uma angústia se aloja no meu peito quando penso em Aemond a caminho da entrada do castelo. Tenho pressentimento que ele não voltará mais o mesmo por onde quer que esteja a escuridão tomou o suficiente dele para fazer o que tiver que ser feito.

Um arrepio passa pelo meu corpo quando estou subindo as escadas. O castelo está silencioso e somente a luz do sol está iluminando a Fortaleza Vermelha. Os estandartes da casa Hightower não combinavam com esse lugar. Somos Targaryen e filhos de dragões.

— Por favor, vocês poderiam tirar essas coisas? — aponto para tudo que não deveria estar aqui. Os empregados que estavam próximos no primeiro andar assentem em concordância.

Estou perto do quarto das crianças quando vejo no mínimo uns dez guardas protegendo a porta. Minha mãe está lá dentro com eles, não sei se é algo bom ou ruim. Os guardas não se mexem quando me vê parada na frente deles.

— Abram a porta — um deles olha para a minha roupa suja de fuligem, para minha trança agora solta e descabelada. — Não farei nenhum mal a rainha viúva, minha mãe. Quero meus filhos.

Um deles parece não querer permitir a abertura da porta, mas o outro abre para mim. Entro no quarto, a porta se fecha atrás de mim silenciosamente. Fico parada na entrada do quarto das crianças vendo os gêmeos brincando no chão. Eles erguem a cabeça para mim, seus olhos brilham enquanto eles levantam correndo para me abraçar.

Mamãe — Jaeh agarra meu joelho. E aponta um dedo para o irmão que está chegando ao meu lado agora. — Rys quebrou meu cavalinho.

Eles não fazem ideia do que acontecia fora daqui. Manter eles inocente e imaculados de toda a crueldade da guerra e do mundo é meu maior objetivo. Passo minha mão em seu cabelo macio e cacheado.

— Jaeh é uma buxa — Rys chuta o pé dela. Ela grita e tenta pegar ele que sai correndo pelo quarto.

Um ruído de asas de couro batendo chama a minha atenção para o canto do quarto. Tyvaros está deitado com os olhos negros como a noite olhando para mim. Ele parece agitado.

Um peso enorme sai dos meus ombros quando vejo o Maelor deitado no colo da minha mãe com um bonequinho na mão. Ela está me olhando como se não me conhecesse.

— Mãe, eu... — começo a falar, mas não sei o que dizer.

— Quando eu era uma garota muito mais nova que você, eu sonhava em ser uma princesa — ela diz parecendo divagar. Vou me aproximando dela para pegar meu filho. — Queria viver em uma corte de amor e paz, e me casar com o homem que eu quisesse e ter o castelo repleto de crianças.

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora