63. Sussurros

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(aviso de gatilho de violência contra mulher)

HELAENA TARGARYEN

Desperto arregalando os olhos de medo. O sonho terrível que tive com as mortes dos dragões, meus filhos e tantas outras pessoas... Aemond. Sento na cama olhando a minha volta. As luzes do sol estão iluminando todo o meu quarto. Reparo que a cama está cheia de cobertores e eu estou vestida com uma camisola que não estava ontem.

Levanto da cama indo direto para o lado bacia de cerâmica. Encho de água e limpo meu rosto e boca. Olho para o espelho na minha frente, os meus olhos permanecem iguais, não há sangue saindo deles ou em outra parte.

Tive o pior pesadelo de toda a minha vida, mas eu sei que tenho que fazer. Se Aegon continuar a ser rei a destruição virá para todos, inclusive dos inocentes, como as minhas crianças. Visto um roupão e vou até a porta do meu quarto. Abro e recebo uma mensura de dois guardas.

— Ficarei pelo quarto, estou cansada. Não quero a presença de ninguém. Verei meus filhos daqui a pouco — informo aos guardas.

— Entendido, vossa graça — aceno fechando a porta. Nunca vou me acostumar em ser chamada assim.

Eu sou a rainha consorte e ao mesmo tempo amante devassa do irmão do rei. Não irei descansar ao lado dos deuses quando partir, sorrindo abro a porta da passagem secreta e vou até o quarto do Aemond.

Ao entrar em seus aposentos o vejo dormindo. Ele está deitado de bruços, inclino a cabeça vendo o lençol tapar sua bunda definida. Quantas vezes cravei as unhas nela puxando contra mim. Sinto arrepios na minha pele e chamas percorrem meu corpo.

Aemond dormindo parece até inocente. Seu longo cabelo liso está esparramado pelas almofadas parecendo fios de prata com o contraste do sol clareando o quarto. Para mim sempre será o homem mais lindo que já vi. Caminho até o lado da cama deitando ao seu lado. Beijo seu rosto. Ele se mexe, mas não não acorda, beijo novamente o canto da sua boca.

Ele abre os olhos agora sorrindo para mim. Aemond se vira de lado se espreguiçando. Esfregando o rosto ele observa ao redor para ter certeza que estou mesmo ali.

— Uma rainha na minha cama — ele sorri de canto com o semblante sonolento. — Devo me ajoelhar agora? Embora eu esteja sempre de joelhos por você.

Sua voz rouca e provocante me deixa excitada, mas não é para isso que vim até seu quarto.

— Aemond, precisamos conversar — falo enquanto ele olha para meus lábios. Sua atenção volta para meus olhos.

— Entendo — ele se levanta plenamente nu. Observo seu corpo tentador indo até a bacia que está sob o armário para ele lavar o rosto.

Deito na cama de costas olhando para o teto. Os detalhes do quarto de Aemond são em tons verdes com fundo negro e o teto contém detalhes em formato se gavinhas brancas no gesso. Fecho os olhos lembrando Aemond matando centenas de pessoas e iniciando a morte dos dragões. Meu coração aperta.

— Gostaria que me explicasse porque estava ontem embaixo de um temporal em plena noite e com manchas vermelhas pelo corpo — pergunta ele.

Abro os olhos e sento em sua cama me recostando na cabeceira. Aemond agora está vestindo uma calça simples. Ele coloca os cabelos atrás das orelhas me encarando na expectativa de uma resposta.

— Eu tive um dos meus sonhos vermelhos, Aemond — puxo as pernas contra meu peito. — Você foi o algoz da morte dos dragões e responsável por centenas de mortes, incluindo das nossas crianças.

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora