64. Dragão se lembra

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HELAENA TARGARYEN

Estou no meu Jardim cortando as minhas rosas brancas quando percebo que toda às vezes que coloco na cesta elas ficam vermelhas sangue. Vozes ecoam na minha volta, mas não consigo identificar...

Desperte Helaena, agora!,- diz uma voz feminina.

Lembra-se da dança dos dragões...,- uma voz masculina ecoa agora.

Você é do antigo sangue de Valiria, um dragão não teme!,- outra voz gutural masculina e gentil ressoa.

Meu corpo não quer despertar, mas minha mente está agitada. Abro aos poucos os olhos encontrando a luz entrando pelo meu quarto. Quanto tempo eu estive desmaiada?

Escuto som de passos no quarto. Uma das aias está colocando uma bandeja de comida na minha cômoda ao lado da minha cama. Agarro seu braço e ela leva um susto com meu ataque repentino.

Maelor? — minha voz sai fraca. Estou confusa e sentindo a língua pesada, forçaram leite de papoula pela minha garganta.... Consigo sentir o gosto na minha língua.

A aia não diz nada, mas não se afasta. Desperto completamente sentindo dor no meu rosto ainda. Eu levei um tapa e um soco. Covardes.

— O que aconteceu com meu filho? — passo a língua pelos lábios secos de sede. — Aemond?

Vou sentando aos poucos na cama. Observo que está amanhecendo e somente a aia está aqui. Estou limpa e com uma camisola de linho branco. Encaro a aia, essa é a Pria. Ela olha para todos os lados e me encara gentilmente abaixando o rosto perto de mim.

— Eu sou uma das espiãs que o príncipe Daemon mantém nessa corte — diz ela. Arregalo os olhos. — Não se preocupe, não farei nada com a vossa graça. A rainha consorte foi a primeira pessoa me tratar gentilmente em toda a minha vida. Os serviçais amam a vossa graça por sua bondade e respeito.

Estou surpresa e emocionada. Tratar as pessoas bem e com respeito é o mínimo que todos deveriam fazer, mas é compreensível os grandes senhores e reis ver todos àqueles menos abastados como apenas servos.

— Eu envenenei os dois grandes meistres com o veneno que a vossa graça produzia. Eles provavelmente devem estar mortos agora — ela fala baixinho.— Seu filho está bem, a rainha viúva não deixou o rei pegar a criança. Ela colocou guardas e abriu a janela para o dragão do príncipe entrar no quarto.

Fico aliviada e curiosa pela ação da minha mãe. Ela nunca havia feito algo assim por alguém.

— E o Aemond? — pergunto sem querer ouvir a resposta. O Aegon disse que iria castrá-lo. Ele iria ferir o próprio irmão por orgulho.

Ela desvia o olhar de mim e encara o lado de fora da janela. Começo a levantar, mas o seu olhar volta para mim.

— Ele foi levado para as masmorras perto da Torre da mão do rei, mas a Vhagar destruiu a torre e quase matou todos que estavam lá. Dois guardas morreram com o desabamento — Deuses! Eu não escutei nada graças ao leite de papoula. — Levaram o príncipe para as masmorras abaixo do chão. E o rei ordenou para acertarem os olhos da Vhagar porque ela está em volta do castelo olhando para dentro em busca do príncipe.

Meu coração bate rápido demais. Eu preciso fazer algo, mas as saídas estão todas protegidas. Olho para a janela. É a minha única opção. Dreamfyre.

— Não sabemos se o príncipe está vivo ainda. A dragão está na volta, então acreditamos que ele esteja vivo ainda — comenta ela. A Pria sabe sobre muitas coisas aqui no castelo pelo jeito.

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora