69. Casamento Valiriano

765 79 66
                                    

AEMOND TARGARYEN

Um mês depois...

A risada adorável do Maelor ecoa em pleno ar. Seguro com força seu pequeno corpo agitado enquanto sobrevoamos Porto Real. Vhagar bate suas asas calmamente contra um vento quente de um início de manhã. Olho para baixo vendo tudo pequeno parecem formigas em um solo verdejante e distante.

As mãozinhas do meu filho estão sob as minhas enquanto seguro as rédeas, elas são tão pequenas e inocentes, espero que nunca em sua longa vida seja marcada por sangue, mas Maelor é filho do dragão e meu próprio descendente, sangue faz parte do nosso lema, assim como fogo.

Fogo e Sangue. O lema de uma história de lendas dentro da nossa casa. Somos feitos de glórias e violência, nunca poderia ter nascido em qualquer outra casa que não essa. Vhagar é um enorme lembrete que até mesmo um sangue não puramente valiriano não nos faz menos. O vento assopra meus cabelos para trás e alisa meu rosto marcado pela enorme cicatriz sobre meu olho de safira. Fecho os olhos absorvendo a paz e os ruídos que saem de Vhagar e do meu filho sorridente.

Sem mesmo dizer qualquer palavra, Vhagar entende que é o momento de voltar para o solo. Olho para Maelor que ainda mantém suas mãozinhas nas minhas, seu cabelo fino e liso voa com a pressão do vento. Inclino a cabeça para baixo vendo seus grandes olhos lilases claros como os da Hela brilhando de empolgação. Sorrindo para ele e para mim mesmo descemos rumo ao nosso último dia em Westeros.

— Meus valentes cavaleiros de dragão retornaram para mim — a voz doce e aveludada da Helaena sai em divertimento.

Estou terminando de descer da Vhagar quando vejo a minha noiva chegando perto de nós. Minha talentosa dragão-fêmea inclina com delicadeza sua enorme asa no chão carregando nós até pisarmos no solo. Ainda dizem que a Vhagar não sabe ser gentil.

Maelor assim como eu fica feliz em escutar a voz da Helaena. Ele está preso contra o meu peito como rédeas para o pequeno dragão humano. Nosso filho se agita e procura pela mãe após escutá-la.

Helaena está parada agora perto de nós olhando para a Vhagar que sem cerimônia levanta voou partindo para outro lugar longe de todos. Ela abre um lindo sorriso quando vê nos dois se aproximando dela. Meu coração bate mais rápido quando vejo seu cabelo preso em uma trança elegante com flores vermelhas entrelaçadas em seus longos cabelos.

— Vocês saem todas as manhãs cedinho deixando-me sozinha naquele quarto frio — ela diz olhando para mim e sorrindo de lado agora tímida quando nota a intensidade do meu olhar sobre ela.

Helaena tem um corpo feito para o pecado, felizmente sou o único a tê-lo todas as noites. Agora não escondemos que estamos juntos, mas a Rhaenyra pediu para que esperássemos um tempo antes de celebrarmos nosso casamento para não gerar mais revoltas em Westeros.

A paz pode ser um simples instante e muito frágil, nem todas as casas aceitaram de forma pacífica as mudanças que houve nos últimos tempos. Sangue foi derramado, casas foram extintas e cabeças rolaram, e não fiz parte dessa guerra civil. Não levantarei espadas ou levarei Vhagar para uma batalha que não me pertence. Daeron está visivelmente chateado comigo ainda por não participar, deixarei as glórias juvenis para ele.

— Impossível estar frio, Hela. Mantenho sua cama quente todas as noites e as manhãs também — digo para ela e rio da sua expressão acanhada.

Por mais que estejamos juntos a anos, ela ainda cora quando é pega desprevenida pelas minhas palavras impróprias.

— E eu sou grata aos deuses por isso — ela pisca para mim mostrando sua ousadia conquistada após anos ouvindo depravações da minha parte.

Sou culpado por desejar e amar tanto essa mulher?

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora