HELAENA TARGARYEN
Cinco meses depois do casamento de Rhaenyra e Daemon...Estou sentada abaixo de uma colina que fica muito atrás do meu jardim e esperando Aemond chegar com a Vhagar depois do treino. Foi ele que me trouxe aqui pela primeira vez, três meses atrás. O local é um vasto gramado de cor verde brilhante. O vento traz o cheiro de maresia e a descida para cá é pedregosa, por este motivo ninguém consegue chegar aqui sem os dragões.
Desde que recebemos uma nova carta de Pedra do dragão informando que a minha irmã estava grávida do tio Daemon, mamãe passou a viajar uma vez a cada duas semanas para visitar nossos outros parentes na Campina. Mamãe leva o Aegon junto com ela, mas o Daeron sempre fica em Porto Real.
Aegon parece piorar. Ele não janta mais conosco, nem treina mais com o Aemond, passa todas as noites bêbado e andando com diversas meretrizes para toda Porto Real assistir. Não sei exatamente o que acontece nessas viagens com os dois juntos, porém é nítido o quanto afeta.
Eu e o Aemond somos os irmãos ignorados, ninguém se importa onde estamos. Mas, desde que Aemond perdeu o olho e arranjou àquela cicatriz, ele está treinando todos os dias para se tornar um exímio guerreiro.
Ouço som de asas de couro de dragão contra o vento. Dreamfyre está deitada alguns metros de mim dormindo, ela desperta assim que escuta Vhagar chegando, ela já está acostumada com a fera antiga. A dragão-fêmea poderosa de Aemond aterrissa perto de Dream e abaixa a asa até o chão para Aemond poder descer.
Ele está se aproximando de mim, enquanto Vhagar se esparrama pelo chão perto de Dreamfyre. Elas são absolutamente magníficas. A minha tem um tom azul-claro com cor de safira e o sol ilumina suas marcas prateadas. Vhagar é três vezes maior e tem a cor roxa escura e escamas violetas.
Aemond senta ao meu lado e me cumprimenta com um aceno. Observo seu rosto, ele sempre foi meu irmão preferido, por toda a gentileza comigo, até mesmo quando não me entende completamente. Ele está usando um casaco verde escuro, com uma camisa branca aberta mostrando seu peito claro, sua calça preta está justa em suas coxas e usando botas pretas até o joelho.
Ele mudou muito desde o incidente. Seus ombros estão mais largos pelo treino e seu corpo antes magro, agora está tonificado. Aemond não é tão belo quanto o Daeron, mas eu o acho lindo. Existe algo em sua presença e no seu olhar que o torna tão enigmático e atraente para mim. Seus longos cabelos platinados estão presos em um rabo de cavalo. Agora com seu único olho lilás escuro e o novo acessório "tapa olho" cobrindo a cicatriz do lado direito da face.
Aemond nota que estou o observando e solta uma risada sem humor. Ele senta ao meu lado na grama e deita para trás se apoiando nos cotovelos, me encarando de cima a abaixo.
— Então... está preparada para seu aniversário de 16 anos?— pergunta Aemond já sabendo da resposta.
Solto um suspiro fraco.
— Vou fazer 16 anos e nunca estive preparada — respondo sem ânimo. —, Será igual das últimas vezes.
Aemond não responde, mas fica me encarando. Minhas bochechas ficam vermelhas com a sua avalição. Estico o braço e pego a cesta de piquenique que eu trouxe.
— Sabe Aemond, você tem muita sorte de ser o terceiro filho e ainda homem. Papai ama festas, mas ele sabe o quanto você não interage com as pessoas mesmo que ele exija — comento sem humor algum, enquanto desfaço o laço da cesta.
— Não tem porque comemorar com pessoas que não me importo. Essas celebrações servem para realizar casamentos entre os nobres. Não irei me casar mesmo com ninguém fora daqui. Mamãe perdeu qualquer vontade no momento que recebi essa belezura no rosto — diz Aemond achando graça em não se importar com nada.
Fico pensando o que ele quis dizer que nunca irá se casar com alguém de fora. Tirando bolinhos de maçã que Aemond ama de dentro da cesta e outros sanduíches, coloco na sua frente uma sidra cítrica das terras do Norte.
— Você... não pensa em se casar um dia? — pergunto para ele e automaticamente ficando com o rosto em chamas.
Não sei por que estou com vergonha de perguntar isso. Aemond é meu irmão, vivemos juntos desde que tínhamos fraldas e cuidamos um do outro. Mas esse último ano, antes mesmo da briga em Derivamarca, meus sentimentos por Aemond estão mais intensos.
— Claro que penso, é nosso dever, não? — responde ele com olhar focado em mim.
Seus olhos eram chamativos e misteriosos antes, mas agora sendo apenas um parece que se tornou muito ainda mais penetrante. Sempre sou refém da intensidade de seu olhar.
— Claro — respondo. —, E como foi o treino hoje? —pergunto para mudar de assunto.
Aemond começa a contar sobre as novas táticas de luta que está aprendendo com o mestre das armas e também com o Sor Criston Cole que parece ter se tornado seu mais novo e dedicado treinador. Começamos a lanchar e a conversar sobre quem irá aparecer no meu aniversário daqui dois meses e qual cavaleiro ganhará o torneio deste ano.
Enquanto isso, Dreamfyre cochila mexendo o focinho quando algum mosquito passa perto dela e Vhagar come um pouco da grama a sua volta. A vida deveria ser assim: simples e tranquila.
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Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)
RomanceDinastia dos Dragões: A história de amor agridoce de Helaemond merece ser contada. Casa Targaryen é conhecida por reinado de glórias, poder, sangue e dragões. Nessa história de romance destruidor e proibido: A jovem Helaena Targaryen sofre as adver...