Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)

54. Desconfianças

HELAENA TARGARYEN

No primeiro dia que eu entrei no quarto de Aegon ele estava dormindo pelado. Ele e o Aemond tem isso em comum, mas de resto são totalmente opostos. Eu deitei pelada ao seu lado e mal consegui dormir. Aegon roncava do meu lado e eu fiquei tentando ler um livro. Aemond queria entrar pela passagem secreta e eu não deixei, Aegon poderia acordar a qualquer momento.

O guarda estranhou minha visita, mas não disse nada. Combinamos que uma aia seria enviada para os aposentos de Aegon para abrir as cortinas e recolher as roupas que ele deixava atirada pelo quarto. Quando escutei a porta se abrindo no amanhecer, tirei o cobertor de cima de Aegon e abracei seu corpo.

Estou de olhos fechados quando escuto um ruído de surpresa. Finjo dormir tranquilamente. Não sinto vergonha de ser vista nua, as aias já me viram sem roupas e em trabalho de parto. Escuto a porta do quarto se fechando. Em breve o castelo todo saberá.

Aegon acorda na mesma hora e eu congelo. Abrindo os olhos encontro seu olhar. Ele parece confuso e curioso. Deuses.

— Ora, como você acabou na minha cama se não chega nem perto de mim? — ele senta na cama e seu membro está ereto.

Deuses! Preciso fugir antes que ele queira uma segunda vez que nem primeira de fato teve.

— Eu estava carente, Aegon. Esses últimos meses não foram fáceis. Você não é meu marido? — pergunto fingindo estar me espreguiçando.

Desvio o olhar dele e visto meu roupão que estava em cima da cadeira ao lado da cama.

— Não lembro de nada — diz ele dando de ombros, logo passando a mão no cabelo curto. — Não quer trepar antes de sair?

— Estou atrasada para ver os gêmeos — fico nervosa. Levanto rapidamente e estou saindo do quarto quando viro para Aegon. Ele está sentado ainda me olhando com o cenho franzido. — Obrigada, estava precisando.

Saio do seu quarto encontrando um guarda e duas aias passando no corredor. Arrumo meu cabelo e ajusto meu roupão. Passo a mão na minha barriga. Faço isso tudo pelos meus filhos.

As fofocas do porque eu ter voltado a dormir com meu marido foram diversas. A minha preferida é que Aegon fez promessa que não iria mais ter amantes e eu o aceitei de volta. Eu e Aemomd rimos muito quando soubemos desse boato.

A verdade sobre os trinta dias que passei indo ao quarto de Aegon é que tive que usar um chá de ervas específicas para derrubá-lo. Não me orgulho do que fiz, mas a necessidade era maior que minha consciência. Nos outros dias ele não estava tão bêbado quando eu entrava e ele me agarrava enfiando as mãos brutas entre as minhas pernas. Eu comecei a servir vinho doce com ervas relaxantes e em minutos ele estava dormindo e, eu aguardava algumas horas e saia do quarto toda desarrumada.

Minha mãe ficou feliz por termos feito as pazes. Eu não conversava muito, pois ela era muito esperta. Ainda acredito que ela passou a desconfiar de mim e Aemond, mas nunca comentou nada sobre. Eu e Aemond não ficávamos mais juntos à noite, no entanto, arranjávamos tempo para fazer amor durante o dia.

Quando contei que estava grávida para Aegon ele ficou um tempo me olhando com uma expressão de descrença, mas por fim sorriu me dando um beijo nos lábios (selinho) e me abraçando. Não contei para Aemond sobre isso, existem coisas na vida que é melhor manter para si. Meu pai ficou muito feliz porque agora teria oito netinhos; minha mãe e avô gostaram também, para eles ter mais herdeiros é fundamental para nossa casa. Todos acreditavam que eu estava com medo de perder um dos gêmeos e por isso eu quis gerar mais crianças, como se fosse possível substituir filhos, no entanto, não neguei esse boato.