44. Sunfyre

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HELAENA TARGARYEN

Quando deixei o quarto dos gêmeos no início da noite eles estavam dormindo profundamente. Voltei para o meu quarto antes do jantar e encontrei Aemond me esperando. Como todas as vezes desde que mudei de quarto não consegui manter as mãos longe dele. Acabamos nus e entrelaçados.

Esquecemos de fechar a porta e por pouco não fomos pegos. Última coisa que precisamos é que alguém saiba sobre nós. Nossa mãe faria um inferno em nossas vidas e meu avô convenceria nosso pai a exilar Aemond novamente, e eu ficaria manchada para sempre. Sei quanto uma mulher pode sair difamada e menosprezada por se deitar com outro homem que não seja seu marido.

Estou correndo descalça e apenas com uma camisola de algodão que achei próxima da cama - havia conseguido esconder minha nudez da aia com um lençol. Ela explicou que Aegon pegou os bebês e levou para o pátio, mas pela palidez do seu rosto algo me dizia que Aegon deveria estar novamente bêbado.

Saímos no pátio e sei exatamente onde Aegon está indo. A noite está iluminada por archotes de fogo e por uma lua ansiosa para sair de trás das nuvens.

Meus pés pisam em pedras, objetos e outras coisas que não parei para ver o que era, só sinto uma pontada em um dos pés, mas mesmo assim continuo correndo.

O que eu mais temia se torna realidade. Alguns metros de mim está Sunfyre em toda sua glória com as asas douradas abertas. O dragão mais belo que Westeros já viu. Ele é majestoso e imponente, mas seu cavaleiro é o Aegon.

Agora consigo enxergar ele subindo em Sunfyre e pegando algo no colo. Algo não, alguém! Corro até chegar no lado do único guarda que está perto de Sunfyre. Ele entregou Jaehaera para Aegon e estava pronto para entregar Jaehaerys também, mas tiro meu filho das suas mãos a tempo, ficando ao lado do dragão.

Aegon está ajustando as cordas em volta dele. Ele nitidamente está bêbado e louco. Estou com tanto medo de ele tentar voar assim com a minha filha que minha bexiga aperta quase fazendo-me urinar no meio do pátio.

— Aegon, devolve minha filha — peço a ele. Ele me encara e franze a testa como se tivesse dificuldade de me enxergar. Estou tremendo de horror que ele levante voou.

Rys está em meu quadril esticando a mão para Sunfyre. Fico imóvel com medo que ele ataque meu filho, mas o dragão apenas cheira Rys fazendo-o soltar uma gargalhada gostosa. O bebê passa a mão no focinho dele, e ele deixa abaixando a cabeça. Ele sabe que os bebês são parte também de Aegon. Olho por cima de Sunfyre e fulmino Aegon.

— Vamos apenas dar uma volta. Não é filha? — pergunta ele para Jaeh.

Ela estica as mãozinhas para pegar o bigode que se mexe quando ele fala. Ela é tão inocente.

— Aegon você pode levar um por vez, mas não os dois e só quando você estiver sóbrio. Por favor, dá ela para mim — minha voz sai chorosa. Estou tentando fazer um acordo com um bêbado.

Sunfyre se agita, desconfortável, e levanta a cabeça rápido demais. Rys fica se jogando do meu colo tentando alcançar o dragão novamente. Sunfyre está esticando o longo pescoço e ficando estressado. Ele expõe os dentes como agulhas negras para alguém atrás de mim. Viro o pescoço para ver quem é: Aemond.

Ele está caminhando até nós e Sunfyre bate os dentes soprando ar quente contra mim. Olho profundamente nos olhos desiguais de Aemond pedindo para que ele recue. Sunfyre está reagindo as emoções de Aegon, e tenho medo do que ele possa fazer. Aemond para de andar talvez pelo meu olhar de súplica. Ele se vira para o outro lado do pátio e se afasta. Por isso eu amo tanto ele, sempre me entende. Volto o meu olhar para Aegon.

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora