12. Ciúmes

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AEMOND TARGARYEN

O estrado da família real caiu em silêncio após a saída do príncipe Ernes Martell. Agora papai sinaliza para os músicos iniciarem o baile.

Ao meu lado, Aegon está tremendo seja por raiva ou bebida, ou os dois. O principezinho conseguiu silenciar o inútil do meu irmão. No momento, estou mais irritado pela vergonha que o Aegon fez a Helaena passar do que um presente idiota dado por um dos solteiros mais cobiçados da primavera. As víboras jamais se casariam com os dragões. Eles odeiam nossa existência e nosso poder. Invejosos e rancorosos.

É a pior casa dos Sete Reinos.

A primeira dança de Helaena é com o príncipe de Dorne. Ela está magnífica em seu vestido azul cobalto, lábios marcantes e a tiara que a diferencia como princesa dos Sete Reinos. Ela está sorrindo para o idiota. E ele tem sua total atenção para ela.

Tomo mais um gole de vinho. E me viro para observar meus pais e irmãos. Nestos Tyrell não tira os olhos da mesa da família Martell, enquanto conversa com papai. Mamãe está sussurrando algo para Daeron que faz uma careta engraçada, provavelmente ela mandou sair e ir dormir.

Levanto com meu cálice na mão e vou para o outro lado do estrado. Dessa forma consigo ter uma visão melhor de todo salão. Por sempre sentar ao lado de Aegon, não conseguia ver as suas reações aos bailes sem ele perceber que estou olhando, mas desse ângulo consigo ver seu rosto.

Aegon está com os olhos cravados em Helaena que agora iniciou outra dança com Rickon Stark. Fecho uma mão em punho. Maldito Aegon! Jamais notou nossa irmã, agora que ela é uma mulher e se tornou a mais linda dos Sete Reinos ele passou a ter crises protetoras com ela. Não estou gostando de nada disso.

Alguns minutos se passam e a dança termina. Coloco o cálice na mesa e desço do estrado diretamente ao encontro de Helaena. Na minha visão vejo um dos lordes da Casa Blackwood se aproximando da minha irmã, chego rapidamente ao lado dela e toco sua mão. O homem olha pra mim, e eu o encaro e franzo a testa para ele sair logo. Talvez por medo de eu ser um príncipe, ou um cavaleiro de dragão ou simples fato de não ter um olho, ele abaixa a cabeça e se afasta rapidamente.

— Mond, isso não foi gentil. Eu havia prometido uma dança para ele — diz Helaena.

Olho para ela e pego sua mão trazendo-a comigo para o centro da pista.

— Você já dançou o bastante com esses tolos em outros bailes. Essa noite quero dançar com você.

— O que deu em você para querer dançar hoje? Nunca o vi antes nessa pista — diz ela, sorrindo e curiosa.

— É seu presente de aniversário, Hela. Você está absolutamente linda que é impossível não querer estar ao seu lado — respondo, sem um pingo de vergonha.

O rosto dela fica em tom vermelho como um morango, assim como está parecendo seus lábios. Fico alguns segundos a mais olhando para eles, antes de ouvir os acordes do início da música.

Helaena coloca a mão no meu ombro e eu passo um braço em volta de sua cintura. Ela está tão quente e macia nos meus braços. Parece tão certo estarmos perto assim. Começamos os primeiros passos. Ela sorri timidamente para mim, enquanto meu olhar se mantém fixamente em seu rosto.

— Sabe Mond, não sabia que era um dançarino talentoso — comenta ela.

— Parece que as aulas estúpidas que tivemos anos atrás serviu para alguma coisa. Eu odiava cada segundo — ela gira e retorna a por a mão no meu ombro.

— Eu gostava, mas não para dançar publicamente. Você deveria se divertir mais. Já conversamos tantas vezes sobre isso — diz ela, olhando para meu único olho agora.

— Gostou do presente que ganhou do príncipe Martell? — tento puxar um novo assunto. Não quero falar sobre o que ela acha que eu deveria fazer com o meu tempo livre. Minha escolha sempre será passar mais tempo com ela.

— É uma linda tiara, não é? Só não entendo o objetivo, pois já possuo essa que estou usando e outra dourada — responde ela, inocentemente.

Ela não percebeu a pontada de insatisfação na minha voz. Não me importo com seus presentes, no entanto, a forma que aquele sujeito olhou para ela me deixou com ciúmes, ainda mais pela reação hostil de Aegon.

— Talvez ele queira casar com você, doce irmã — digo sem humor algum.

A verdade é que desde que retornei de Derivamarca não sou mais tão silencioso e compassivo, antes eu guardava tudo para mim, mas agora... agora quem ousar entrar no meu caminho pagará.

— Mond! Detesto quando você é sarcástico dessa forma. Posso não perceber algumas coisas, mas noto sempre quando alguém está debochando de mim — responde Hela.

Aperto ela mais perto de mim, enquanto giramos pelo salão. Não notei os casais na nossa volta. Estava tão focado na mulher na minha frente que não percebi olhos negros e atentos sobre nós. Ernes Martell.

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora