22. Jovens apaixonados

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AEMOND TARGARYEN

A Fortaleza Vermelha é o castelo real criado durante o reinado do Aegon, o Conquistador, em Porto Real. Seu filho, Maegor Targaryen, finalizou a construção antes de sua morte. Existem diversas passagens secretas. Alguns Targaryen jamais souberam encontrá-las, mas eu sabia de algumas, principalmente a que levava ao quarto de Helaena.

O meu quarto foi escolhido justamente para ir de encontro ao dela. Nesse momento estou parado ao lado da passagem. Escutei o suficiente para saber que perdemos a oportunidade dela recusar o casamento quando fosse encontrar nosso pai. A batida na porta de acesso ao quarto dela foi a minha mão com alguns anéis colidindo contra ela. Como não pensei que eles poderiam ter ido diretamente ao papai sem chamá-la para estar presente? Devem ter percebido sua hesitação dias atrás.

Volto para meu quarto e saio pela porta principal para ir jantar. Estou descendo o corredor quando encontro a aia da Helaena saindo do quarto dela.

— Cecy é seu nome? A princesa não irá jantar? — pergunto para a jovem que está desviando o olhar de mim. Mesmo com a minha cicatriz parcialmente escondida às pessoas não conseguem me olhar diretamente sem sentir desconforto.

— Sim, meu príncipe. Sobre a princesa Helaena... ela pediu para informar vossa graça que ela não está se sentindo bem para jantar — diz a aia, olhando para os lados como se quisesse estar em qualquer outro lugar do que não ali comigo.

— Irei informar a minha mãe, não há necessidade de ir até lá — digo, enquanto continuo andando até o salão que sempre jantamos.

Encontro todos sentados conversando. Não consigo nem olhar para minha mãe e avô. Aegon está sentado ao lado de Daeron. Sento de frente para ele. Seu cabelo está mais curto, mas a cara de idiota não mudou. Meus ombros ficam tensos, meus dedos estão doloridos por ter batido na porta.  Sinto uma onda de raiva por estar sentado junto dessa família oportunista.

— Encontrei a aia da Helaena pelo caminho até aqui. Ela não irá jantar conosco. Não está se sentindo bem — comunico para ninguém em particular. Sirvo meu prato com uma fatia de pão e nacos de carne de carneiro. Uma taça de vinho doce está servida na minha frente.

Papai está rindo estrondosamente de algo que Daeron falou. Nem prestei atenção no que o garoto disse, mas sem olhar, sei que papai está bêbado. Para amansar a fera teimosa tiveram que enchê-lo de vinho.

— Oh! Helaena estava bem hoje à tarde, não é, mamãe? —pergunta Daeron para a rainha consorte. Vou cortando minha carne e com os ouvidos apurados quando o assunto é Hela. Não posso demonstrar a frustação e a raiva que estou sentindo por todo esse espetáculo que está sendo arquitetado.

— Estava sim.... irei depois vê-la, querido— responde ela para meu irmão caçula.

— Ela deve estar nervosa para os preparativos do casamento. Ah! O Aemond já estava sabendo dessa bela união? — pergunta papai com a voz arrastada para mim. O velho não percebe nada realmente que acontece. Eu o avisei daquela vez.

Levanto o rosto e olho para ele: — Eu soube por Helaena durante esses dias em que mamãe e Aegon estiveram fora — respondo justamente para papai se atentar que foi combinado algo antes mesmo dele saber. Se ele percebeu algo estranho no que falei, não demonstra.

Alguém está me fulminando. Encontro o olhar assassino do meu avô. E dou de ombros fingindo não entender seu olhar.

— Sim, Sim... faz tanto tempo que houve um casamento em nossa corte. O último foi de Rhaenyra e Laenor. Que os Deuses tenham em piedade do pobre homem. Estou bastante animado — diz papai com um sorriso largo em seu rosto enorme.

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora