56. Tyvaros

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HELAENA TARGARYEN

Faz algumas horas que acordei e que Aemond foi dormir em seu quarto. Ele ficou o tempo todo com nosso filho em seus braços enquanto eu dormia. O parto foi mais fácil que dos gêmeos, talvez porque eu estivesse acostumada também. Tenho vinte anos e sou mãe de três crianças, eu sei que serão apenas esses... posso sentir e meu sonho informou isso tantas vezes. Estou com medo com as visões e os sonhos vermelhos que ainda não retornaram.

Maelor está agora nos meus braços se amamentando. Antes ele estava vermelho e irritado, agora que estou desperta consigo vê-lo melhor. Ele é lindo e cabeludo. Seu cabelo é platinado que nem o nosso, mas ele tem o queixo acentuado do Aemond.

Coloco uma mão tapando o rosto, não pensamos nessa possibilidade. Eu, Rhaenyra, Aegon e Daeron temos os rostos redondos ou mais puxados para o formato de coração como o meu e Rhaenyra. Aemond é o único de toda a família que tem o rosto comprido e o queixo marcado, nem nossa mãe ou avô tem o rosto parecido com ele.

Deuses! Com certeza os membros da corte não irão perceber, mas minha mãe e Aegon com certeza. Vou ter que mentir até o fim da minha vida. Penso em Rhaenyra e o que ela deve ter pensado quando seus filhos nasceram completamente diferentes da nossa família. Os cabelos e os olhos de Maelor são nossa marca do sangue de dragão, mas esse rosto é complemente de Aemond.

O bebê sente que estou nervosa e abre os olhos me encarando enquanto se alimenta em meu seio. Seus olhos são lilases escuros, portanto ficará mais claro daqui alguns meses, os dos gêmeos eram violetas quando nasceram e foram se tornando lilases escuros meses depois como os de Aegon. Maelor só faltou nascer com a cicatriz do pai de tão parecido. Se agora é visível ver a semelhança, fico pensando como será depois.

Aegon desconfiava sobre nós a cada mês que passava. Quando Vhagar foi a única a colocar um ovo em todos esses meses da minha gestação, ele passou a me importunar todos os dias. Fico pensando que ele possa dizer ou já ter dito enquanto estava bêbado. A minha sorte é que sou a princesa quieta e idiota, eu e Aemond éramos os ignorados e deixados de lado, que as fofocas sobre nós são inexistentes.

Sou tirada dos meus pensamentos quando escuto um rugido de dragão próximo da minha janela. Sunfyre. Aperto mais Maelor contra mim. Aegon sempre chega antes por causa do dragão. Eu tenho que negar suas acusações que virão. Não posso admitir a verdade.

Maelor está com os olhos fechados agora. Tiro o bico do meu peito da sua boca e ajeito minha camisola. A porta do meu quarto está aberta para as visitas. Aemond teve que levar Maelor para nosso pai poder vê-lo. Papai depois da Febre do Outono passou mais tempo no quarto que em qualquer outro lugar.

Estou embalando Maelor que agora dorme tranquilamente quando escuto barulho de botas no corredor. Você consegue, Helaena. Aegon entra pela porta olhando para a cama. Ele olha para mim e depois para o bebê. Aegon está com um gibão verde e roupa de montaria. Seu cabelo está desalinhado, possivelmente pelo vento.

— O bebê nasceu antes do esperado — ele solta, e me olha de canto de olho ao tirar as luvas. Ele vai até uma bacia com água e lava as mãos e seca em um toalha próxima da mesa.

Forço um sorriso e aceno para ele.

— Deixa eu ver meu filho — Aegon chega perto de mim e estica os braços para pegar o Maelor. Aperto ele mais contra mim, mas entrego mesmo assim para ele.

Aegon pega Maelor no colo com jeito e sorri olhando para o bebê. Estou aliviada, mas nervosa porque seu rosto está se franzindo e seu bigode se mexe com os movimentos faciais que ele está fazendo.

Presságios e Safiras | helaemond (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora