Vida Bandida.

capítulo um - treze anos atrás

CAROL - treze anos atrás.

Mais cedo quando fui comprar pão, eu passei pelo beco da rua principal porque era mais rápido de chegar, então uma das meninas de um grupinho esbarrou em mim de propósito sem eu ter feito nada.

Eu até fiquei quieta na hora, mas eu sabia o motivo da implicância delas. Era por causa do Ruan. É sempre o Ruan! Elas até falaram que eu não podia passar ali porque o beco é delas, que se eu quisesse iria ter que dar a volta e várias coisas.

Era um grupinho de três meninas feias, o meu grupo chega a ser maior, elas até tem medo de implicar comigo quando tô com meus amigos, é engraçado. Mas eles não pode se intrometer nisso pra me defender, eu ensinei pros meninos que eles não pode bater em meninas.

O Yuri foi o que mais concordou comigo nisso, mas no fim eles prometeram que não iria fazer e eu fiquei feliz, porque bater em menina sendo menino é muito feio e eu falei isso. Só que alguns garotos ficam com raiva de mim porque ando com os meus amigos, aí me sinto obrigada a bater neles quando me batem e até o Ruan bate neles também.

A Mônica, a garota que esbarrou em mim, ela gosta do Ruan desde quando viu ele. Eu não sei o que ela viu de bom no Ruan, ele é irritante e nunca sorri, eu não gosto dele, serio, ele é muito chato. Ele só sorri quando eu passo vergonha ou algo do tipo.

O Yuri é mais legal comigo, ele gosta de mim por perto e sempre faz piada pra eu rir, eu queria namorar com ele um dia. O Breno é fofo comigo, ele me abraça e isso me faz feliz porque eu amo os abraços dele. O Igor me acalma sempre que eu tô brava e me faz cócegas, é sempre assim, é como se fossem meus irmãos.

Só não gosto muito do Rafael, ele é legal as vezes, mas depois fica igual o Ruan e me dá vários foras, mas o Ruan consegue ser pior. Eu não sei o que fiz pra eles, mas toda vez que eu falo isso pro Igor, ele ri, porque diz que eu sempre sou a primeira a implicar. As vezes isso é verdade.

O Ruan gosta de ser ignorante com todas as garotas que gostam dele, e mesmo eu odiando esse garoto, ele consegue ser pior comigo. Ele deve me odiar tanto por isso, eu nunca choro quando ele faz alguma coisa comigo, eu também não fico calada como as outras garotas que gostam dele.

Agora eu tô indo onde as garotas fica pra arrastar a cara delas nesse chão quente, elas até falaram algumas besteiras pra mim, mas eu aprendi com os meus amigos que eu nunca devo ficar quieta quando o assunto é briga, mas eu nunca fiquei mesmo.

Quando cheguei no comecinho do beco, onde elas falaram que eu não podia passar, a Jéssica me olhou abrindo o maior olhão e cutucou a Mônica. A Patrícia levantou na maior rapidez possível e ficou ao lado das outras garotas, mas eu não tinha medo delas e nem de ninguém.

Mônica: Eu já falei que você não pode passar por aqui, se quiser vai dar a volta! - Apontou com o dedo no meu rosto e eu cruzei os braços.- Já te dei um aviso hoje cedo, vou te que dar outro?

Carol: Não me ameaça.- Falei encarando ela e empurrei o dedo dela do meu rosto.- Você acha que só porque anda em grupo que me dá medo? Bota esse dedo torto de novo na minha cara e eu mordo ele.

Jéssica: Tá se achando um moleque só porque anda com aqueles seis, mini monstro? - Perguntou, mexendo no cabelo liso e longo.- Você parece um moleque mesmo. É igualzinha.

Patrícia: É, as minhas amigas Mônica e a Jéssica estão muito certas, concordo com tudo! Essa garota é um monstro - Respirei fundo e a Mônica se afastou um pouco delas, chegando mais pra perto de mim.

Mônica: Sai do meu beco agora.- Falou entredentes e eu neguei com a cabeça. Jéssica e Patrícia iriam fazer o mesmo que ela, mas a Mônica negou com a cabeça.- Eu sozinha vou fazer ela sair.