capítulo doze: pulmão preto

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Perigo.

Se pá me arrumei atoa, botei na cabeça que ia sair mermo e meti o louco, mas só foi o Yuri falar que a Carol tava com febre e tudo que acabei ficando por aqui mermo, papo reto. Não ia dar esse vacilo de meter o pé com ela assim, mente não ia dar sossego.

Tava ligado que a Carol me deu um voto de confiança, se fosse uns meses atrás ela ia mermo me xingar todo e ia xingar a Lidiane também, mas só ficou suave e na postura como sempre. Vacilei e pra caralho, tava com umas parada na mente e ela nem me deu motivos pra desconfiança.

Fiquei puto quando vi que o Fiel tava pedindo ela pra me largar, me deixou puto essa porra mermo! O que fode mais é que eu sei que ela não ia dar moral, mas mesmo assim fiquei daquele jeito, as vezes minha mente tem dessas neurose e eu nem sei como mudar.

Tava fumando minha maconha pra acalmar a mente né, terminei e levantei indo pro nosso quarto. Abri a porta e a tv tava no desenho, Pedro dormindo e a Carol olhando pro bagulho na maior loucura, papo reto! Viciada igual tá filho, tem dessas não.

As vezes até eu mermo me pego nessa brisa de ver o que ele vê em qualquer hora do dia, Pedro tá corrompendo nós com essa parada feiona de desenho e essas porra aí, vou agredir esse muleque.

Ela me olhou rápido de lado e voltou a prestar atenção na tv, cheguei perto dela na mansidão e quando fui botar a mão nela, a garota bateu em mim. As vezes Carol é toda agressiva, mano nem faz nada e ela já tá ali na defensiva, bagulho ruinzão nela.

Carol: Tira a mão de mim, Perigo - Murmurou olhando pra tv e eu soltei uma risada baixa, encarando ela que nem olhou na minha cara. Carol nem me chama assim e quando chama, pode apostar que quer me matar.

Perigo: Tu tá com febre, cara. Deixa eu fazer alguma parada pra tu melhorar - Falei coçando a cabeça e respirei fundo.- Te ajudar, sei lá.

Carol: Você não é nenhum médico.- Falou toda abusada e eu neguei com a cabeça.- Por que você não saiu com os meninos? Me deixa em paz, quero nem olhar na tua cara.

Perigo: Porque tu tá malzona aí.- Falei baixo.- Qual foi, não faz assim, amor. Tô ligado que eu errei e vim aqui pra pedir desculpas, fiquei pilhadão com essa porra aí do Fiel, viajei legal, mas já passou.

Carol: Passou pra você, né? Porque tu surta e se fosse ao contrário, ia achar ruim.- Nem falei nada, só escutei.- Você me conhece e jamais iria me trair, eu sei disso e confio em você. Mas a gente já tá namorando tem mó tempão, o mínimo de um relacionamento é a confiança.

Perigo: Eu confio em tu, cara. Só não confio nele, esse filho da puta.- Murmurei olhando pro lado e ela me encarou.- Ele sempre deu esses papo pra tu, no começo eu ligava, mas fui erradão agora, deixei subir pra mente.

Carol: Ué, filho, eu não confio na Lidiane, mas deixei você perto dela daquele jeito porque confio em você. Notou a diferença? - Balancei a cabeça e ela virou o rosto.- Fica nessas brigas desnecessárias e vamos ver nosso relacionamento indo com deus.

Respirei fundo e coçei a cabeça, fiquei olhando pra ela que tava vendo desenho e nem aí pra minha presença. Tava nem com vontade de sair, só ia porque tava ligado que ela ia ficar nessa de me olhar e eu ia querer xingar pra caralho, então decidi de última hora.

Na maioria das vezes só saio com a Carol do meu lado, papo que a vontade e o pique que eu tinha antes se foi, agora fico mais em casa do que em baile, bagulho é que ela me converteu pro mundo dela e papo reto, é bom pra caralho, zero estresse.

Perigo: Qual foi cara, você me desculpa? Prometo não fazer mais esse bagulho.- Perguntei baixo e puxei a mão dela, dessa vez ela já ficou mais suave.- Nós conversa e resolve da melhor forma, sem briga e pá, sei que tu não gosta.

Ela ficou me olhando por alguns minutos e não falou nada, as vezes ela mete dessas de fazer um bagulho desse. Tenho mó medo, acho logo que ela tá me xingando e os caralho, até assim ela consegue ficar gostosa, a mais foda de todas é a minha mulher, sem condições.

Carol: Se gritar comigo de novo, eu vou embora nem se for só com a roupa do corpo. Não sou nenhuma surda pra você achar que gritar ou me maltratar adianta algo, tá? Seu nervosismo não justifica - Virei o rosto e fiquei mexendo nos dedos dela, mania minha que ela acha suave.

Perigo: Desculpa, vou tentar melhor nisso também.- Falei baixo e ela balançou a cabeça ainda me olhando.- Tá suave agora?

Carol: Quem tava nervoso era você né, até dormi de tão calma que eu tava.- Soltei uma risada pelo deboche dela.- Você ia sair porque queria ou foi porque a gente brigou?

Perigo: Queria sair porque tava puto.- Ela ficou me encarando e eu levantei, tirei a camisa e me apoiei na cama, tava sentado na cadeira perto dela.

Carol: Entendi, agora vai sair desse jeito depois de toda briga que a gente tiver? - Concordei com a cabeça e eu ri.- Aproveita e muda de país.

Perigo: Desde quando tu fica sem mim? - Arqueei a sobrancelha e ela revirou os olhos.- Te amo novinha, foi mal aí.

Carol: Te amo pra sempre, Ruan.- Olhei pra cara dela e passei a mão no rosto, papo reto, as vezes era impossível não sorrir com um bagulho desses.

Beijei a testa dela e levantei, minha meta era tomar banho de novo pra tirar o cheiro fortão de perfume, se pá a Carol ia ficar espirrando com esse bagulho e ela odeia, é forte mermo e pra dormir é ruinzão.

Tava nem entendendo porque fiquei puto por causa do Fiel, qual foi, é o Fiel mano, esse cara faz de tudo pra me tirar do sério, tem nem vergonha na cara ele, da próxima vez que brotar por aqui vou perder a calcinha com esse mano feião, cabeçudo do caralho, pulmão preto, corcunda.

Terminei de tomar banho e ia deitar já, mas a Carol falou que só ia me deixar tocar nela se eu fizesse ou pedisse algum bagulho pra comer, aí fui atrás de um menor lá na casa do caralho da parte de baixo pra buscar comida pra essa garota, papo reto, é esses bagulho que eu sofro por ter mulher.

Nem me imagino tendo outro filho agora, mas se a Carol tivesse uma filha comigo eu ia sofrer na mão das duas, ia ser igualzinha ou pior que a mãe, tenho nem cabeça pra isso. Só fico pensando no quanto essa filha da puta consegue entrar na minha mente sem fazer esforço, pior seria se eu tivesse uma filha com ela, ia ser foda, essa pilantra do caralho. Uma cópia dela e eu me mato, sem neurose.

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