PERIGO
Viver é um bagulho foda, pra mim antes era um problema grandão quando a fome batia no meu estômago e dos meus irmãos, pior ainda quando eu nem podia fazer nada pra ajudar. Roubar era a única opção, nós não tinha nada e eu nem tinha noção que tava tirando algum bagulho de quem ralou pra ter, mas o que eu ia fazer?
Ver meus irmão morrendo não era opção, o Yuri quase morreu por passar fome, mas mermo assim não reclamou da vida em nenhum momento e isso era um bagulho que me intrigava. Igor não abria a boca pra reclamar também, o Breno só dizia que queria ter uma vida normal, mas não especificava esse bagulho de comida.
Agora viver no crime é um outro bagulho além de só passar fome, ali tu tem dinheiro e tem alguma coisa pra comer todo dia, mas a avareza e a ganância brota que tu nem sente. Quando vai ver, já mudou pra caralho, não é a mesma pessoa de sempre e ela acaba ficando só na tua mente.
Tem uns que entra por opção, outros não... Mas eu entrei nessa vida porque eu quis, não tinha nenhuma expectativa pro futuro, até porque o governo me tratava que nem lixo, menor daquele jeito ninguém ia dar um emprego, tive que fazer essa merda pra sobreviver.
Mas o amor é uma parada foda, ela te dá esperança e faz tu acreditar em dias de paz, mesmo vivendo na maior guerra da vida. Amar alguém que não fosse meus irmão as vezes me assustava, sempre tive medo de traição e me abrir pra um bagulho assim, é de outro nível.
Mas a Carol pode mermo me machucar de uma forma que faça eu não querer nem olhar na cara dela?
Papo reto, eu não acredito nisso. Ver ela deitada toda cheia de marra esperando o lanche que eu vou buscar, depois ela me dá um beijinho no rosto e sorri toda mandada pedindo obrigada pelo bagulho, parece até uma criança, mesmo que seja uma parada mínima que eu faça por ela.
O jeito que ela revira os olhos quando eu falo que vou fazer os corre e tô atrasado, até como ela me agarra e pede pra eu ficar mais um pouco, mesmo sabendo que eu tenho que ir logo e que tô atrasado pra caralho mermo.
Quando ela me obriga a comer depois que eu chego da missão e tô estressado com os bagulho, aí ela me obriga de qualquer jeito comer e divide as parada comigo mesmo falando o tempo todo que tava com muita vontade de comer. O jeitão que ela olha pro meu filho, sorri felizona pra mim ou pra qualquer um.
Quando nós transa gostosin e eu acordo de manhã vendo ela sentada na sacada com uma camisa minha, aí eu fico olhando pra isso e tentando entender o que eu fiz pra merecer esse bagulho todo, nem vendi minha alma pro diabo pra alguém me amar, achava mermo que tinha que fazer isso.
Como um bagulho de infância cheio de caos poderia dar certo, mesmo no errado?
Tava com a mão na cintura dela que tava conversando com o VelhoBorges, ela sorriu e olhou pra mim. Era um bagulho surreal, é tipo a sensação de dirigir uma BMW, a adrenalina e a felicidade enche meu peito todinho, até sinto vontade de sorrir com essa mandada, mesmo ela falando que eu vivo com cara de cu.
A mulher tá no meu porte e ela sabe que é minha, sabe que nós tá juntão, né segredo isso. E caralho, papo reto, eu nunca achei que ia amar alguém mais do que eu amo ficar longe das pessoas. Amava mermo ficar solteiro, minha vida antiga era uma parada que eu em amarrava. Mas hoje, se pá, nem lembro o motivo de eu gostar tanto daquilo.
Carol me abraçou e eu fiz careta olhando pra ela, uma hora a mulher tá querendo me matar da pior forma, na outra ela tá me agarrando de um jeito que se eu fugir, ela ainda vai me matar da pior forma e depois perguntar por qual motivo eu morri se ela não deixou.
Carol: Não queria outra vida, mesmo que a nossa não tenha tanta paz na maioria do tempo como a gente queria, mas eu amo muito nossa família e tudo que a gente conquistou, todas as nossas mudanças...- Eu sorri de lado vendo que ela tava olhando pros muleque na maior resenha.
Ela tava olhando pra frente onde o Bg tava com a Gigi, Luana na maior viadagem com o Igor, Fiel fazendo meu filhão rir, Gomes amassando as carne e rindo do Fiel cuzão, VelhoBorges rindo junto, Rafael segurando a mão do Theo alandelon do caralho e ele tava até com uma garota do lado, Yuri gastando o muleque sem dente e a garota lá rindo disso.
Carol segurou meu rosto e eu olhei pra ela, tô ligado que nela, no olhar dessa doidona, em tudo que ela é, eu achei um bagulho que nem sabia que tava esperando pro meu futuro, era uma parada que tava destinada a acontecer com nós. Era amor que eu procurava sem nem saber e ela me deu isso desde quando nós era menor.
Carol beijou meu rosto e eu sorri de lado, ela sorriu me agarrando mais e eu soltei uma risada, segurando a cintura dela. Aqui eu me sinto diferente, é nossa casa e o futuro da nossa família. Só vou trabalhar pra caralho pro Pedro não precisar entrar nessa vida pra nada, não é isso que eu quero pra ele.
Eu e minha dama, nós briga as vezes, ela fica com raiva, mas depois nós se resolve da melhor forma. Nunca desejei muita coisa não, só que minha vida tivesse momentos suave, não desse jeito porque não imaginei esses bagulho acontecendo pra nós, aquela parada de o destino ser incerto é verdade mermo.
Perigo: Te amo pra caralho, amor.- Falei passando a mão no rosto dela e ela revirou os olhos, sorrindo de lado. Dei um tapa de leve na cabeça dela e ela segurou minha mão, passando a mão na minha tatuagem.
Essa vida é foda, tenho inimigo pra caralho por aí, mas tô em clima de paz. Vou ficar em paz e melhorar meu jeito em alguns bagulho ou o Yuri come meu cu com aqueles papo chatão dele. Nós continua sendo neurótico de guerra, mas as vezes tem que dar uma parada ou nós enlouquece.
Ninguém desistiu de mim mesmo eu sendo um filho da puta, tô ligado que antes com a Carol eu era mó vacilão. Yuri continuou me aturando mermo depois de eu passar mais tempo usando coca na salinha do que com ele. Rafael ficou do meu lado o tempo todo mermo quando eu odiava estar do lado de qualquer um, tava usando coca e ele do meu lado.
Igor sempre me dava um toque pra parar com isso ou eu ia morrer, Breno levava comida pra mim lá na boca e chegava a chorar pra eu mudar de vida porque aquele bagulho tava foda de lidar, ele disse que aquela vida não era pra nós, mas já que a gente entrou, não era pra deixar subir pra mente e comandar tudo.
Carol sempre debochando, enchendo a porra do meu saco naquela época, ficava naquelas querendo rir dessa mandada fazendo uns bagulho mó chatão que me cansava, mas eu continuei na postura porque se fosse pra rir, ela ia me zoar até o fim da minha vida.
Foi a única que continuou depois que viu minha pior parte, viu eu descontrolado matando o menor depois que descobri que o Pedro não era meu filho, aturou minhas ignorância e até quando descobri que ela perdeu um filho do meu irmão.
Aconteceu tanta parada que nós aprendeu a ficar junto, eu só gostei mais dela e quis ficar por perto, mermo odiando ficar do lado de alguém. Aprendi altas parada com ela e papo reto, minha felicidade é saber que ela continuou mesmo depois de tudo, é acordar e me ligar que ela me ama e faz de tudo pra mostrar isso todo dia.
Primeira e única mulher que eu amei, nosso Coração Bandido, Vida Bandida, Amor Bandido, essa porra toda. Me conquistou fácil demais, mermo nem sabendo disso porque eu queria odiar ela o tempo todo por me jogar no buraco, mas papo reto, já sentia altas parada por ela desde essa época.
Me amarro pra caralho nessa filha da puta e quando digo isso, deixo claro que amo ela e se pá ela nunca vai descobrir quando comecei a amar ela, nem eu sei, só sei que foi antes do que nós pensa.
Nunca nem abaixei a cabeça pra ninguém e nunca dei confiança pra mulher nenhuma entrar na minha vida, mas aí chegou essa gostosa de meio metro pra mandar em mim e eu deixo, nem entendo essa minha viadagem. Minha Carolzinha é a mulher da minha vida mermo e ela sabe disso...
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Vida Bandida.
Teen FictionSEGUNDA TEMPORADA DE "CORAÇÃO BANDIDO". O amor é o que torna a Vida Bandida suportável, é a base de tudo. Quando acha que a mente e o coração tá totalmente tomado pelo ódio, a família tá ali pra lembrar que tudo passa e ainda há esperança em dias me...