capítulo vinte e quatro: trio

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Geovana.

O dia passou rápido que eu nem vi, porque parece que pela primeira vez eu tava me sentindo bem entre pessoas que eu nem conheço direito. É uma sensação estranha, mas ao mesmo tempo boa, parece que aqui todo mundo é da paz e que aceitam qualquer um sem julgar.

É muito legal me sentir parte de alguma coisa. Eu só me sentia bem quando meu pai tava comigo, ou seja, raramente isso acontecia. Mas o Bg tem me mostrado um mundo novo, sensações novas, nunca que eu achei que estaria em um churrasco com várias pessoas me divertindo sem nem pensar em coisas ruins.

Mas ainda me preocupo com a Fernanda, apesar de tudo ela é minha irmã. Não sei como ela tá e nem quero ligar pro meu pai e perguntar, hoje eu quero ficar longe da minha vida normal, só quero... esquecer.

Eu sempre vivi num mundo onde a minha casa era minha diversão o tempo todo, não que eu gostasse de estar lá, é que parecia a melhor opção. Meu pai vivia tentando me proteger de tudo e isso me sufoca, parte das coisas que eu queria ter conhecido não aconteceu por causa dele.

Sei que ele tem medo de acontecer com a gente o que aconteceu com a mamãe, mas uma hora eu tenho que viver. Mesmo que eu não tenha escolhido a mesma vida que ele, toda consequência recaiu sobre minha vida de uma maneira que me chateia as vezes, mas entendo.

Só hoje eu chorei, ri, brinquei, ri de novo, o meu mundo tem sido uma experiência muito boa e eu gosto disso. Só queria que a minha vida fosse assim e não aquela coisa de todos os dias. Seria muito legal.

Bg: A Carol tá te chamando ali - Levantei a cabeça e olhei pra ele que me ajudou a levantar, fui sem entender mesmo e andei até ela que sorriu pra mim. Ela parece que gosta de xingar todo mundo, mas o sorriso é muito gentil.

Carol: Você vai amar conhecer o Pedrinho e a Luana, ela é muito a minha amiga, sabe? - Falou me olhando e eu balancei a cabeça.- Tipo, tudo bem que a gente se conheceu brigando, antes ela era uma escrota, você tinha que ver, tá? Mas agora ela é legal, é minha melhor amiga. A única, na verdade.

Geovana: E por que vocês brigavam? - Perguntei olhando pra ela que me encarou e abriu uma porta muito grande.- Você tem uma cara de quem gosta de xingar todo mundo, mas vi que tem muita paciência, precisa ter muita pra lidar com o Playboy.

Carol: Tô acostumada, conheço eles desde quando me entendo por gente, muito tempo pra aprender a lidar com eles - Sorri porque achei super fofo esse negócio de amizade de infância.- Eu joguei o Perigo no buraco uma vez, foi assim que ele se apaixonou por mim. Nunca deixe um homem subestimar sua capacidade de ser tão filha da puta quanto ele.

Geovana: Ah, eu deixo sim, não tenho essa capacidade toda...- Sorri fraco e ela me olhou séria, me calei na hora e só vi ela abrindo a porta pra um quarto e entrou. Vi uma garota segurando um bebê, ela era linda igual o neném.- Que fofo.

A Carol sorriu pra mim e o neném já abriu os braços, achei a maior graça. A menina ficou me encarando e eu achei que ela não gostou de mim, mas ela piscou pra mim e sorriu, levantando da cama e cruzando os braços.

Luana: Você é a gatinha do dia do baile, né? - Balancei a cabeça e ela revirou os olhos.- Acho ela uma fofa, pena que esse grupo vai corromper o melhor dela. Malditos sejam os homens!

Geovana: O que os homens fizeram com o coração de vocês, ein? - Murmurei e elas me olharam rindo, eu neguei com a cabeça e olhei pro neném.- Ele é o filho do Perigo, né?

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