Carol.
Depois de tanto puxar meu cabelo e rir como se fosse a coisa mais maravilhosa do mundo, Pedro dormiu fácil. Ruan tava deitado do lado dele com a cabeça apoiada na cama, já estávamos no nosso quarto e ele todo folgado. Não é atoa que o Pedro tá dormindo todo aberto na cama, com um pai desses, impossível não ser igual.
Eu tô sentada na ponta da cama e ele bem longe de mim, ainda mexendo no celular sem dar atenção nenhuma pra namorada dele, sem dizer que ele tá me matando de fome, nem pra fazer alguma coisa pra eu comer ele tá servindo. Quer namorada pra que?
Perigo: O menor me passou a visão que a Natasha acordou lá.- Virei o corpo pra olhar pra ele que deu de ombros, colocando o celular em cima da mesinha.- Tua amigona do peito.
Carol: Muito engraçadinho você - Falei baixo e ele ficou me encarando, revirei os olhos e mudei de canal. Nem tava olhando pra ele mas sabia que ele tava olhando pra mim, Ruan não perde a porra dessa mania.
Perigo: Qual foi, amor? - Virei pra encarar ele e dei de ombros, ainda encarando o querido.- Toda estranha aí, cadê a Carol que perturba até eu expulsar ela? Cadê a Carol abusada?
Carol: Tá dando mais atenção pro seu celular do que pra mim.- Cruzei os braços e ele soltou uma risada baixa por causa do Pedro.- Tô rindo não, Ruan.
Perigo: Ain, ela quer carinho ela - Arqueei a sobrancelha e ele riu mais ainda, dei dedo pra ele que se mexeu na cama na maior delicadeza pra não acordar o Pedro.- Vem cá, neguinha.
Carol: Não - Murmurei vendo ele sorrir de lado e beijar a lateral do meu rosto, deixei o controle na minha perna e passei a mão por cima do ombro dele. Ele só encostado com a minha na minha e eu sorri.- Te amo.
Perigo: Eu também me amo, impossível não me amar - Falou abafado por estar com a boca na minha e eu soltei uma risada com ele enfiando a mão na minha boca. Essa frase é minha! - Te amo, Carolzinha.
Carol: Se manca.- Revirei os olhos arranhando o braço dele e virei o rosto, sentindo a boca dele na minha bochecha. Olhei pra cara do Ruan e ele sentou direito do meu lado, depois fiquei longos minutos olhando pra ele, só pensando mesmo.- Você já pensou em me trair?
Ele me olhou como se aquela pergunta fosse ofensiva demais pra ser respondida e eu cruzei os braços, vendo ele olhar cada movimento meu como se fosse uma novela muito interessante. Mas eu só queria saber o que ele iria falar e como ele falaria.
Perigo: Ah, caô - Murmurou, virando o rosto pro outro lado. Depois voltou a me olhar e eu arqueei a sobrancelha.- Tá doida, garota? Tenho que responder isso mermo?
Carol: Então já pensou? - Falei um pouco mais alto e ele enfiou a mão na minha boca, bati na mão dele e resmunguei, ele tava se divertindo bastante com isso.- Ai, tchau!
Perigo: Nem se tivesse uma clone sua, pô.- Falou baixinho vindo me agarrar, senti sua mão passando pelo meu pescoço e eu levantei o rosto pra encarar ele.- Você é minha, eu sou teu... E jaera!
Eu acho engraçado e ao mesmo tempo fofo o jeito que ele se expressa, não é como se eu estivesse acostumada com o jeito dos outros, mas com ele é diferente. É tudo do jeitinho dele, no ritmo dele e isso me ganha mais do que deveria.
Carol: Mas tem certeza que nunca pensou nisso? - Perguntei de novo pra atentar e ele me olhou sério, eu prendi o riso e dei um beijinho rápido nele.- Você é um amor.
Perigo: Sai fora, sou isso não - Eu ri mais ainda sabendo que ele tava imitando o Theo, ele sorriu de lado e apoiou a cabeça na minha.- O Pedro tá demorando pra crescer, né.
Carol: Quer que ele já esteja do teu tamanho? - Ele revirou os olhos e me empurrou de leve, apoiei a cabeça no peito dele e respirei fundo.- A gente vai ter paz agora?
Perigo: Meu vulgo é Perigo, cara.- Falou como se fosse a coisa mais óbvia, eu soltei um suspiro e ele riu.- Th tá morto, já foi! Único problema real mermo é a Mariana, vejo maldade nela de qualquer forma.
Carol: Eu posso bater nela de novo? - Perguntei fofa e ele me olhou prendendo o riso, era só pra não perder o costume de mostrar que odeio essa mulher mais que tudo.- Tenho ódio dela, ela quase te matou.
Perigo: Eu agradeço, pô. Se não fosse por ela tu nunca ia cair na real que me ama, tá ligada né - Fiz cara feia e dei um soco na perna dele, Ruan beijou meu pescoço e eu dei mais um tapa nele.
Carol: Idiota - Murmurei, olhando pra mão dele e depois pro pulso.- Amor, imagina só uma tatuagem aqui, escrito tipo: "eu amo a Carol".
Perigo: Te liga, cabeçuda - Joguei longe a mão dele que tava em cima de mim e ele riu, esse apelido de infância e ele nessa de me chamar assim, não me ama mesmo. Mordi a ombro dele e ele nem demonstrou ter doído ou algo do tipo.- Vou te jogar no chão igual quando nós era menor não.
Carol: Até faria, mas não quer acordar o Pedro - Olhei pra ele que praticamente concordou com o que eu falei e eu soltei uma risada, muito insuportável.- Qual é a coisa do CB contigo?
Perigo: Porra, tu disse que queria paz, minha filha - Resmungou e eu ri.- Boca de sacola a tua, se liga, vou falar nada não que o cara pediu pra não explanar.
Carol: Mas eu sou sua namorada! - Fiz cara feia e ele me olhou de lado, abusado.- Você pode me contando as coisas, pare com isso, eu só quero entender, nem vou falar nada...
Perigo: Entender o que, cabeçuda? - Encarei ele que falou no maior deboche a última parte, revirei os olhos e respirei fundo.- Parei já, amor, sem violência.
Carol: É alguma coisa do passado? - Ele balançou a cabeça e eu ri, depois negou de novo e eu belisquei ele.- Desisto, vou perguntar o Borges.
Foi aí mesmo que ele riu como nunca, tava tentando entender o motivo dele rir tanto por causa disso, muito chato esse meu namorado.
Carol: Qual é a graça?
Perigo: Tu! Vai achando mermo que o Borges vai abrir aquela boca dele, ele só vai falar se quiser e ele nunca quer - Eu prendi o riso porque é verdade mas ele não tem o direito de jogar isso na minha cara.- Ele só é fofoqueiro pra vida dos outros, quando é mermo do interesse dele, ele fica calado e age como se a fofoca fosse da vida dele.
Carol: Ou seja, ele não vai contar porque leva isso como algo dele - Ruan concordou e eu balancei a cabeça.- Entra vocês aí um no cu do outro e explodam, maior chatos.
Perigo: Agressiva, gosto muito.- Murmurou rindo ainda mais pela minha curiosidade e eu dei dedo pra ele.- Mas e aí, cabeçuda, o que tu acha sobre essa irmã da Geovana aí?
Carol: Para, Ruan - Murmurei rindo e ele riu mais ainda, gosta muito de irritar os outros.- Eu acho ela uma piranha mal amada que gosta de humilhar os outros, nem preciso de muito pra saber disso, por que?
Perigo: Sei lá, só queria mudar o assunto pra tu não insistir mais - Dei um peteleco nele e ele ficou me olhando.- Tu é muito gostosa, cara. Tipo assim, é de corpo, de mente, as parada toda! Tu tem mó corpão, até aí beleza, me atrai e os caralho todo, mas tua inteligência e teu coração é outro nível...
Eu sorri e ele continuou sério, Ruan levou minha mão até a boca dele e deu um beijo, tá todo fofo agora só pra eu esquecer do que ele falou antes. A mão dele desceu até minha cintura e ficou lá fazendo um carinho confortável.
Carol: Você até que dá pro gasto.- Falei apenas isso e ele arqueou a sobrancelha, começou a fazer cócegas na minha barriga e eu tentando rir baixo enquanto ele só fazia mais ainda.- Para, caralho!
Perigo: Maldita - Murmurou subindo a mão até meu pescoço e eu soltei uma risada baixa quando ele segurou e levantou meu rosto pra olhar no meus olhos, Ruan olhou pra minha boca e se aproximou mais.
Ruan colou nossas bocas e dei passagem pra sua língua tocar a minha. Enquanto nossas línguas estavam em pura sincronia, suas mãos desciam e subiam pela minha cintura e isso já tava mexendo com a minha mente e meu corpo.
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Vida Bandida.
Novela JuvenilSEGUNDA TEMPORADA DE "CORAÇÃO BANDIDO". O amor é o que torna a Vida Bandida suportável, é a base de tudo. Quando acha que a mente e o coração tá totalmente tomado pelo ódio, a família tá ali pra lembrar que tudo passa e ainda há esperança em dias me...