capítulo onze: date da noite

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CAROL

Acordei sentindo algo molhado no meu rosto e abri os olhos com uma dificuldade do caramba, senti um tapa na minha testa e tomei um susto. Soltei uma risada baixa quando vi o Pedro com a boca no meu rosto e com a mão apoiada na minha cabeça.

Sorri beijando a mãozinha dele e vi que ele tá com uma roupinha de ursinho, tá tão fofo, fico boba. Passei a mão na barriga dele e ajeitei o Pedro na cama que tava rolando por todo canto, só faltava andar de uma vez, acho até que não vai demorar muito.

Carol: Eu te amo, Pedro - Murmurei olhando pra ele que tava concentrado em comer a própria mão.- O babycria mais fofo que eu conheço.

Ele sorriu parecendo entender o que eu disse e eu soltei uma risada baixa, respirei fundo olhando pra trás e o Ruan tava se arrumando. Ele tava sem camisa e com uma bermuda, mas dava pra ver que ele ia sair.

Tava com dor de cabeça e pura dor no corpo, não ia mesmo bater cabeça com nada, então apenas levantei da cama com cuidado e ele olhou pra trás, me encarando na hora.

Carol: Olha ele.- Murmurei passando por ele que desviou o olhar e me deu as costas, revirei os olhos e abri a porta do banheiro, indo fazer xixi.

Ruan na maioria das vezes é assim, ele não gosta de conversar sobre o que aconteceu, só quer ignorar e agir na infantilidade como se fosse adiantar. Eu não vou atrás, dei um voto de confiança como ele queria e tirei esse peso das minhas costas.

Em nenhum momento me incomodei com o fato de que ele passou a tarde toda conversando com uma garota que queria de qualquer jeito ficar com ele, mas ele se incomodou com uma única brincadeira do Fiel. Escovei meus dentes e passei uma água no rosto pra evitar mais estresse.

Saí do banheiro e ele tava mexendo no celular enquanto segurava o Pedro com uma mão só. Fiquei olhando pros dois e o Pedrinho passou a mão babada na cara dele, prendi a vontade de rir e passei pelos dois que estavam me olhando.

Tava me sentindo um pouco mal, meu corpo tá doendo e minha cabeça também, até frio eu tô sentindo e tava calor pra caralho mais cedo. Peguei um pouco de água e bebi mais um remédio pra dor, indo pro quarto de novo.

Entrei no quarto e o Ruan já tava arrumado, olhei pro Pedro que tava paradinho olhando pro pai e sorri de lado. Deitei na minha parte da cama e me cobri, sentindo o Pedro toda hora batendo na minha barriga e eu rindo desse garoto.

Fiquei ali brincando com ele de me esconder debaixo da coberta e aparecer, ele ria que nem um doidinho e eu rindo dele o tempo todo, mas a dor de cabeça só aumentava.

Perigo: Aí pô, tu pode ficar com ele até a Luana vim buscar? - Levantei um pouco a cabeça e olhei pra ele.

Carol: Você vai mesmo fingir que nada aconteceu? - Perguntei baixo e ele me encarou.

Perigo: Tô ligado no que aconteceu pô, aconteceu que tu tava indo nos papo do Fiel e é isso.- Respirei fundo tentando não agredir ele e sentei na cama.- Sem estresse, Carol.

Carol: A Lidiane já quis ficar com você? - Arqueei a sobrancelha e puxei o Pedro pra sentar no meio das minhas pernas, Ruan apenas concordou com a cabeça e eu ri.

Perigo: Já, mas é diferente - Neguei com a cabeça olhando pra ele que tava com a expressão fechada.

Carol: Não, não tem nada de diferente. Eu sabia disso, você também e mesmo assim ficou a tarde inteira conversando com ela, fui lá atrás de você surtar?! Não, eu apenas fiz o mínimo que foi confiar em você, experimenta fazer o mesmo e a gente não briga mais sobre isso.- Falei baixo.

Perigo: Tu viu a mensagem que o cara te mandou, Carol? - Cruzou os braços.- Bagulho de outro mundo porra, não tem lógica isso.

Carol: Você lembra quando ela te ligou com aquela voz de puta no período fértil e eu atendi? Você não queria me falar o que aconteceu, mas mesmo assim confiei em você - Neguei.- Tu não entendeu que isso não é sobre Lidiane ou Fiel, é sobre mim e você. É sobre o que a gente tem.

Perigo: Ela tava me ajudando a fazer os bagulho da festa pra você, a garota trabalha com isso.- Balancei a cabeça e dei de ombros, olhando pro Pedro.

Carol: Eu não vou mesmo ficar brigando sobre isso, então se quiser acreditar no que eu te falei, é contigo mesmo. Só aprende a sentar e conversar sobre as coisas, não ache que discutir ou falar mais alto que o normal vai adiantar alguma merda.- Falei olhando pra ele.- Nem com criança é desse jeito e tu vai sentir na pele o que eu tô falando quando for educar o Pedro.

Ruan ficou me olhando e apenas se calou, não falei mais nada sobre isso e botei em um desenho qualquer pro Pedro ver e eu iria ver também, pelo visto. Ruan saiu do quarto todo arrumado já, com certeza ia sair com o Yuri que tava querendo sair desde cedo.

Tava quase dormindo de novo quando o Yuri entrou no quarto, ele me olhou de lado e soltou um sorrisin pro Pedro que fez graça pra ele.

Playboy: Teu maridão jogou o vaso de planta longe, o que eu faço com um cuzão desses? - Perguntou de braços cruzados e eu neguei com a cabeça.- Brigou, foi?

Carol: Ele surtou hoje porque viu o Fiel fazendo graça como sempre, sendo que ele passou a tarde com a mulher que deu em cima dele pra caralho e na minha frente ainda.- Falei baixo.

Playboy: Ruan quer dar e não sabe como pedir pô, um marmanjo desses fazendo merda - Negou com a cabeça.- Ele do nada falou que ia sair comigo, sabia que tinha alguma parada errada, ele nunca aceita.

Carol: Ai, por mim que vá.- Murmurei olhando pra roupa do Yuri.- Você tá muito lindo, deixa eu tirar uma foto.

Playboy: Suave, tira do meu que esse teu pocket aí é foda - Revirei os olhos e ele riu, Yuri chegou perto pra beijar o Pedro e eu peguei no celular dele, indo tirar a foto.

Carol: Meteu dessas de que vai pra rave daqui, se for preso não me chame, tô afim de dor de cabeça não - Reclamei dando o celular pra ele que beijou minha testa.

Fiz cara feia e ele me encarou todo estranho, depois botou a mão na minha testa e eu me afastei dele, sentindo a mão desse garoto muito gelada pro meu gosto.

Playboy: Caralho, tu tá muito quente - Abriu mó olhão e eu voltei a deitar.- Já tomou remédio, cara? Quer que eu fique contigo?

Carol: Não, pode ir, já tomei o remédio - Resmunguei.- Pedro já comeu tudo direitinho?

Playboy: Já pô, tá suave. Mas tem certeza que tá tranquilo? Quer que eu fique mermo não? - Respirei fundo e neguei.

Carol: Precisa não, tá de boa. Daqui a pouco eu durmo junto com ele, Pedro dorme rápido demais - Murmurei.

Playboy: Qualquer bagulho me liga, fica ligada, mano, se sentir mais dor tu me avisa - Balancei a cabeça e ele riu.- Breno vai comigo e o Ruan também, mó tropão.

Carol: Se divirtam, só não usa droga, por favor.- Resmunguei e ele me olhou fazendo graça, revirei os olhos e senti o Yuri beijando minha testa de novo.

Playboy: Prometo mermo, amor.- Beijei o rosto dele que fez carinho na minha cabeça e se afastou um pouco depois.

Sorri de lado e dei tchauzinho pra ele que saiu, Pedro tava comendo a própria mão e eu ajeitei ele direitinho na cama. Acabou que minha diversão foi ver desenho junto com ele até o babycria dormir de vez.

Melhor date de todos, diz se não é?

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