Carol
Depois de passar quase um mês por aqui, hoje estávamos arrumando nossas coisas pra irmos embora. Acordei o Yuri antes de vir pra cá, ele acordou parecendo que o teto tava caindo em cima dele, é sempre assim, mas não deixa de ser engraçado. Agora eu tô no meu quarto quase emprestado, nosso quarto, arrumando todas as minhas roupas dentro da bolsa depois de ver o Ruan e o Theo na maior paz como se isso realmente existisse entre eles.
Mesmo com o jeito de ogro que não sente nada por ninguém, amar o Ruan sempre foi muito fácil pra mim... Um amor do nosso jeitinho de ser, que troca de olhares era suficiente pra demonstrar todos os nossos sentimentos negados, com muitas idiotices nossas e complicações intensas, porque, sim, sempre fomos chatos e complicados pra caralho, mas hoje em dia a gente se entende e aceita que não dá pra fugir do que era pra ser.
Escutei um barulho na porta e um perfume que eu conheço muito bem exalou por todo quarto que parecia pequeno desde quando ele entrou aqui, aguçando os meus cinco sentidos no automático. Nem precisei olhar pra saber quem é, Ruan tem presença pra caralho. Escutei um barulho atrás de mim e ignorei, ainda terminando de arrumar a última roupa.
Posicionei a bolsa no chão, sentando na cama ao meu lado, levando meu olhar até o Ruan de braços cruzados. Seus olhos não estavam mais com a mesma intensidade que antes, arqueei a sobrancelha, fitando sua blusa preta cobrir parte das tatuagens por todo seu peitoral, mas a do pescoço e no ombro e braço estavam aparecendo.
Os cordões fino de ouro, do seu pescoço até mais pra baixo, desaparecendo pela camisa preta da nike que marcava a presença delas. A bermuda preta que realça mais ainda a beleza dele, porque, de fato, ele é todo lindo e combina muito com preto. O perfume dele é tão forte que chega a me deixar tonta, mas desviei o olhar, colocando meu celular em cima da minha perna.
Seus olhos ainda queimavam em mim. Meu corpo tremeu levemente, respondendo tão bem ao seu olhar calmo que meus pêlos arrepiaram por isso. Voltei a encarar ele que também me encarava, fitando todo seu rosto, vendo que a expressão de antes já não tava mais ali. Ruan andou na minha direção, fazendo com que o seu perfume fosse mais presente. Ele parou na minha frente, ainda com os olhos cravados em mim, beijando minha testa, depois a minha bochecha e a ponta do meu nariz, sentando ao meu lado.
Perigo: Desculpa.
Respirei fundo, inclinando o rosto pra olhar pra ele. Sorri de lado, deitando a cabeça sobre seu ombro coberto pela camisa preta da Nike, ainda em silêncio. Senti sua mão passar pela minha cintura, apertando levemente aquela região, tomando toda a minha atenção e me trazendo ao mundo real.
Perigo: Tô cheio de problemas e nem voltei pro morro ainda. CB enchendo a porra do meu saco por conta do acordo, reunião do comando semana que vem, agora tem mais responsabilidade ainda.- Balancei a cabeça, parecendo entender o motivo que ele tava com raiva, mas é óbvio que não era só isso. Cutuquei a barriga dele, meio que mandando ele falar o motivo real, mas só escutei a risada abafada dele.- Chata e cabeçuda, porra...
Levantei a cabeça, encontrando seus olhos com pura diversão por me chamar assim, mas só arqueei a sobrancelha, vendo ele tomar postura e coçar a garganta pra começar a falar, me tirando outra risada.
Perigo: Rafael tá puto comigo porque ele disse que a Natasha teria que ficar por aqui e eu falei que não queria ela e nem a filha da puta da Mariana no meu morro, pô. Eu não confio e tô ligado que talvez aconteça dela fazer algum bagulho com ele - Abri mais os olhos, tentando escutar melhor o que ele falou e focar ali.- Mariana tem a mente maldosa pra caralho, ela vai tomar o dela sem massagem.
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Vida Bandida.
Teen FictionSEGUNDA TEMPORADA DE "CORAÇÃO BANDIDO". O amor é o que torna a Vida Bandida suportável, é a base de tudo. Quando acha que a mente e o coração tá totalmente tomado pelo ódio, a família tá ali pra lembrar que tudo passa e ainda há esperança em dias me...