capítulo setenta e um: eu te amo muitão

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Falta papo de dois dias pro aniversário do Theo e eu tô animadão como se fosse meu aniversário. Nunca gostei de criança muito perto de mim desse jeito e quando descobri que a sapatona lá tava grávida fiquei puto pra caralho com isso, sempre foi uma meta minha ficar longe de filho ou algo do tipo, essa parada é foda. Mariana plantou em mim altas esperanças de um dia ter uma família com ela, filho e essas paradas, mas perdi a vontade de ter um herdeiro depois de tudo que ela fez comigo.

Mas o Theo chegou do jeitão dele que geral já sabe, marrento pra caralho que as vezes me dá mó raiva, mas eu amo esse moleque e faria altas coisas pra ver ele feliz. Trato como meu filhão mermo, sangue do meu sangue, tô ligado que ele gosta de mim igual, nossa trocação é maneira e eu achei em um moleque de metro e meio o que eu procurava por um tempo da minha vida.

Papo reto, eu não queria me enfiar na vida deles dois mermo não, nunca quis, isso aí foi sem querer vindo de mim e do Theo, até porque era pra ser só uma ameaça vindo dele, mas aconteceu e hoje os dois tão aqui dentro do meu carro, escutando música no último volume com o meio metro cantando pra caralho e voltando pro morro comigo na segurança. Nem sei como vai ficar eu e a bandida safada, mas o Theo já tá ligado em como nós dois fica, essa parada é pro resto da vida e a Mafê nem tá maluca de tentar barrar nós.

Theo: Posso dormir na sua casa hoje? - Olhei de lado pra ele que falou baixinho pra mãe dele não escutar. Soltei uma risada ao ver o olhar curioso da bandida safada pra cima de nós e eu dei de ombros, olhando pra ele de novo.- Por favor, amigo Fafá.

2R: Tua mãe que decide, Theo.- Apontei com a cabeça pra ela e ele me olhou de cara feia, encostando no banco e me olhando como se eu fosse algum monstro que estragou com a vida dele.- Moleque mandado.

Theo: Ela não vai deixar - Ele cruzou os braços com a maior cara de puto bolado pra sempre, arqueei a sobrancelha olhando pra Mafê que balançou a cabeça como se concordasse com ele e eu ri.- Você tem que pedir pra ela! Aí a gente dorme juntinho juntão.

2R: Eu não bato de frente com mulher brava, vem não - Neguei com a cabeça vendo ela rir sem nem saber do que nós tava falando. Theo me olhou semicerrando os olhos, empurrei o banco do meu lado e puxei mais o cinto, ajeitando pra ele ficar confortável.- Aí Maria, qual foi de você deixar o Theo dormir na minha casa?

Theo abriu o maior olhão negando com a cabeça e eu fiquei sem entender. Ele queria que eu pedisse como? Esse dialeto aqui de bandidão ele não tem, papo reto, esse Theo é engraçadão espontâneo num nível que eu não sei explicar, me amarro pra caralho nele.

Mafê: Maria? - Dei um sorriso pela pergunta em pura dúvida, tá acostumada quando chamo ela de bandida ou Mafê.- Theo já passou muito tempo se divertindo, agora ele vai focar em estudar amanhã. Pode não, vai ficar em casa com a mamãe linda dele.

Theo: Mas eu não quero. Eu quero ficar com o tio Fafá.- Fiquei encarando ele que tava falando serinho. Maria se calou e eu fiquei na minha, vendo o olhar dela no doido maluco do Theo que tá desafiando ela na maior cara de pau, grandão sem medo.- Eu não quero.

Mafê: Olha o tamanho do teu olho, tá com sonho e com a maior birra - Mafê cruzou os braços igual o Theo e eu ri achando a maior graça. Os dois igualzinho batendo de frente na maior marra, qual foi, memorável isso.- Não sou sua mamãe linda?

Theo: É minha mamãe linda sim, mas eu não quero dormir em casa. Eu quero ficar com ele - Fiquei calado sem saber o que falar, menor agora tá até pedindo no maior jeitinho e se fosse comigo eu iria deixar mermo.- Por favor, é quase meu aniversário tá.

Mafê: E a minha resposta continua a mesma, Theo. Você ficou com ele por muito tempo, no final de semana você vai - Ele ficou olhando pra ela e fechou a cara, cruzando os braços e olhando pro outro lado como um menor posturado que ele é, mas nem zoei, só fiquei na minha.

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