capítulo oitenta e um: emocional

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Maria Fernanda

Médica: Tá doendo alguma coisa em você, Theo? Agora - Theo fez uma expressão de quem estava pensativo, continuei olhando pro meu filho e ele balançou a cabeça em concordância.- Onde que tá doendo?

Theo: Minha cabeça doeu muito e eu tava muito cansado, minha barriguinha doendo e eu não conseguia dormir sem sentir uma vontade muuuito grande de vomitar - Falou um pouco alto pra médica escutar, ela me olhou e eu passei a mão no meu rosto.- E eu também tava com saudades do meu papai.

Médica: Como ele chegou quase aos 41 de febre e sem infecção aparente, creio eu que se trata de febre emocional, contando com os sintomas que ele me falou.- Balancei a cabeça, vendo ele olhar alguns papéis do Theo.- Ele teve muita dessas na mesma época do ano, muito estranho.

Maria: O pai dele morreu nesse mês, foi próximo ao aniversário dele.- Falei baixo, me sentindo bastante incomodada em citar sobre isso de novo, mas senti a mão do 2R na minha perna e, na mesma hora, procurei pelos seus olhos em mim, desviando o olhar ao perceber que ele não iria fazer isso. Theo tava no meio das pernas do 2R, falando alguma coisa com ele enquanto a médica via algumas coisas dele.

Médica: Vou receitar alguns remédios pra ele e você pode pegar lá embaixo antes de ir embora.- Balancei a cabeça, agradecendo e pegando o papel da mão dela, enquanto saía da sala. Theo se despediu dela e o 2R saiu em silêncio, simplesmente quieto na dele e isso é muito diferente, estranho, não faz parte da personalidade dele ser tão quieto.

Theo: Me leva nas costas aí, velhote, tô cansadão de andar muito - Fiz careta quando vi ele botando a mão no joelho como se tivesse correndo uma maratona. 2R agachou pra ele subir e eu fiquei calada, só deixando ele no próprio espaço pessoal e depois perguntaria o motivo dele estar assim.

2R: Não sei como ainda deixo uma criança de meio metro mandar em mim desse jeito aí.- Falou baixo, eu soltei uma risada e o Theo riu também, agarrando o pescoço dele e beijando o rosto do Fafá. Eles se amam muito e é muito legal ver isso tudo, principalmente essa relação entre os dois, eles se dão muito bem e são muito amigos.

Fui pegar o remédio enquanto os dois tava sentado no banco, quando voltei, Theo tava dormindo no colo do Rafael, nem demorei e ele já capotou. Arqueei a sobrancelha e eu entendi que o Theo tá muito estranho hoje, Fafá levantou do banco quando me viu, ajeitando meu filho no colo dele da maneira mais sútil que ele encontrou.

Maria: Achei que ele só iria dormir quando estivesse no carro, Theo é muito aleatório.- Murmurei, deixando ele levar o Theo do jeitinho dele. Respirei fundo, me sentindo extremamente cansada de hoje, mas o que importa é que meu filho vai ficar bem e eu em paz.- Obrigada por tudo, eu nem sei como te agradecer por isso.

2R: Pensei em várias formas de você me agradecer mermo e, pô, uma delas é tu casando comigo - Prendi a risada que veio com todo, vendo a expressão séria dela da forma mais gostosa possível. Revirei os olhos quando vi o carro que viemos parado no mesmo lugar de antes, indo na direção dele.- Já entendi que eu sou o emocionado da nossa relação.

Arqueei a sobrancelha, tentando entender o que ele queria. Eu não quero me relacionar e ele também não, mas esse 2R o tempo todo fica igual um maluco falando disso, eu não entendo e nem quero, última coisa que vou fazer é me envolver. E já deixei claro que não quero estragar a relação dele e do meu filho, então, se for necessário, paro de ficar com ele e tá tudo bem, tudo pelo meu filho.

Maria: Emocionado não - Dei de ombros, tidando um sorrisinho do homem que até agora não demonstrou uma expressão a não ser com o Theo. Entramos no carro, vendo o garoto começar a dirigir, olhando pra do lado de fora da janela, sentindo os pés do Theo em cima da minha perna, já que o 2R ajeitou ele direitinho em cima da gente.

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