capítulo quatro: autoconfiança

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CAROL

Nunca achei que diria isso, mas o dia do meu aniversário foi um dos melhores da vida, sério! Eu nunca vou esquecer esse dia importante pra nós, ainda mais que foi com os melhores pra mim. Hoje era o segundo dia que estávamos aqui e eu pegando sol, com o machucado bem feio e exposto, mas melhorando.

Tava sentada na cadeira de praia paradinha na minha, podia nem ficar na piscina, que vida difícil. Até tentei entrar mas doeu um pouco, Ruan ficou falando pra caralho na minha cabeça que eu ia ficar reclamando de dor depois e os caralho, muito bom em ser chato.

Perigo tá lá dentro mexendo no celular e o Yuri sentado na ponta da piscina. Igor tava dentro da piscina com o Pedrinho no colo, de primeira quem fez isso foi Ruan com Luana reclamando horrores do meu lado, ela tava com medo dele se afogar.

Breno conversando com o Yuri e o Borges falando com o Ruan que tava resolvendo alguma coisa no celular. O Rafael foi no morro porque o médico pediu, diz ele que voltaria ainda hoje.

A festa durou até de manhã, não bebi por motivos óbvios e o Ruan me acompanhou nisso, mas o resto dos garotos beberam e me diverti pra caralho com eles vindo pra cima de mim o tempo todo, me rendeu altas risadas com eles bêbados. Até Luana bebeu depois que Pedrinho dormiu, fiquei indignada.

Luana: Não fico com o Igor desde quando tu tava lá na casa do Ruan.- Murmurou e eu olhei pra ela com dificuldade por conta do sol.- Acha que eu devo ficar com ele de novo?

Carol: Por que você não queria mais falar com ele? - Perguntei com vontade de rir.- Ele disse que você não queria nem chegar perto dele, essas coisas.

Luana: Ai, eu tenho muito medo de ficar com ele e começar a gostar.- Murmurou.- Pior ainda se a situação que eu passei com o Ruan se repetir, tenho muito medo.

Carol: Não, amiga. Igor não é desse tipo de homem, sem dizer que Ruan não presta, né? - Dei de ombros.- Mas não confie em homens.

Luana: Minha intenção é dar pra ele.- Falou baixo e eu ri, olhando pro Igor que tava com o Pedrinho no colo.- Sem envolver nada de sentimentos porque eu sou bandida. Amei minha nova versão!

Carol: Igor é tão de boa, espero que ele arrume alguém e que seja você - Pisquei pra ela que revirou os olhos.- Você merece alguém legal, assim como ele.

Luana: Mereço transar, de resto não tô me importando muito.- Deu de ombros e eu revirei os olhos.- Mas aí, tô amando essa versão carinhosa do Ruan, ele não bebeu só pra cuidar de você.

Ele ficou o tempo todo atrás de mim pra saber se tava doendo muito, toda hora perguntava se já era a hora de tomar o remédio, achei fofo demais. Sem dizer que ele não bebeu porque disse que tava suave assim, perguntei o motivo depois e ele disse que era pra eu não me sentir excluída.

Carol: Ele tá todo amorzinho.- Falei sorrindo e ela riu. Luana me olhando sorrindo igual uma boba e eu fiz cara feia.- Que foi?

Luana: Vocês apaixonados são tudo pra mim, amo demais! - Falou animada e eu sorri de lado, Luana levantou e beijou minha testa.- Agora deixa eu dar em cima do Igor.

Eu ri vendo ela dar uma corridinha até a piscina e entrar com cuidado, Pedro tava todo feliz batendo com as mãos na água e a Luana entrou sorrindo pra ele. Ela é apaixonada no filho dela, acho isso a coisa mais linda, assim como o Ruan é com ele.

Vi o Breno entrando em casa todo molhado e o Yuri do lado, certeza que a ideia foi dele. Logo depois os dois abraçaram o Borges e o Ruan que começaram a xingar eles de tudo quanto é nome, Yuri recebeu até tapa no pescoço.

Eu ri muito deles que foram correndo pra parte de trás da casa e levantei devagar, indo fofocar com o meu namorado ou saber sobre o que eles estão falando, porque não tenho nada de interessante pra fazer.

Abri a porta e cheguei perto deles que estavam rindo de alguma coisa no celular, passei a mão no rosto e escutei um barulho atrás de mim, mas continuei prestando atenção neles. Ruan me olhou normal e o Borges cruzou os braços.

Borges: Vai agredir o cara com o fuzil dela, ala - Falou apontando pro meu braço e eu revirei os olhos.- Feia pra caralho ein.

Carol: Duvido.- Murmurei fazendo cara feia e ele riu. Ruan bateu na minha testa e continuou vendo alguma coisa no celular.- Que dia vamos embora?

Perigo: Já quer ir embora? - Perguntou sem entender e eu neguei, dando de ombros.- Semana que vem pô, eu acho.

Carol: Pelo menos um tempo sem dor de cabeça.- Murmurei e o Borges riu, olhei sem entender pra ele que saiu daqui rindo e me encostei na mesa.- Tá, o que tá rolando?

Perigo: Pô, amor, tu não vai ficar puta, né? - Respirei fundo com essa pergunta dele e já queria meter um soco na cabeça dele ali mesmo. Neguei com a cabeça pra fazer a fina e ele riu.

Carol: Não, fala logo.- Falei rápido e ele me puxou pra perto, senti sua mão na minha cintura e um beijo na lateral do meu rosto.

Encostei a mão na barriga dele que tava sem camisa, arranhei de leve e ele riu, negando com a cabeça e virando o rosto pro lado. Senti sua outra mão subir até meu rosto e segurar minha bochecha, tentando me beijar e eu me esquivando de leve.

Carol: Não vai fa...- Me afastei dele quando escutei uma voz feminina, virei a cabeça e vi a garota que eu tinha cisma ali. Ela tava rindo pra alguém atrás dela e virou o corpo, olhou pro Ruan de cima a baixo e abriu os braços.

- Vai falar comigo não? - Perguntou com um sorriso debochado e ele coçou a cabeça, ainda grudado em mim.

Não empurrei ele e nem surtei, apenas continuei ali quietinha na minha, sentindo a mão dele apertando levemente minha cintura. Seus olhos agora estavam sobre mim, meio que analisando minha postura, parecia que ia me ver surtando a qualquer momento. Mas eu não dei esse gostinho a ninguém!

Essa Lidiane não perdeu tempo, ela veio pra perto e ele se afastou me olhando, parecia que precisava da minha permissão pra isso. Ela me olhou de lado e ele deu um abraço rápido nela que ficou me olhando.

Carol: Perdeu alguma coisa na minha cara? - Perguntei depois de longos minutos que ela ficou me olhando, logo após seu olhar desceu pro meu machucado e eu revirei os olhos, me afastando de vez da mão do Ruan que tava segurando minha cintura.

Lidiane: Não, amor! - Falou um pouco depois que dei as costas pra eles e fui pra cozinha, eu ri pelo nariz e neguei com a cabeça, sentando na primeira cadeira que vi ali.

Sinceramente eu tô suave quanto a ela e Ruan, cansei de falar a mesma coisa, agora só tô tranquila. Antes eu batia cabeça, sentia ciúmes, agora eu sei que o que é meu continua sendo meu. Eu não posso controlar ele ou qualquer outra coisa do tipo, é pra isso que existe confiança.

Eu confio nele, sei que ele não vai fazer nada pra me magoar e o Ruan vem provando isso há dias. Então eu vou dar esse voto de confiança, não tô surtando internamente e muito menos com medo de ser corna.

Aliás, se ele me traísse não ia encontrar outra igual, jamais! Ia até procurar em outras o que tem em mim, mas esquece, Carol mesmo que somou e esteve perto em cada fase da vida dele sou eu, não existe outra igual, amores. Confio no meu potencial, confio em mim e me amo ainda mais por isso.

E eu nem preciso falar nada, né? Um olhar foi o suficiente pra ela me olhar de cima a baixo, a rir de deboche, aí sabemos que a gracinha tem problema mental. Eu trato bem que me trata melhor ainda, se ela fez o contrário, irei recorrer ao desprezo.

Continuei quietinha na minha e levantei depois que tomei remédio, peguei uma água geladinha e saí da cozinha, indo pra área da piscina. Passei por ali e vi eles conversando, nem olhei muito, só passei direto sentindo o olhar deles sobre mim.

Sentei na cadeira de praia e sorri pra Luana que tava me olhando, neguei com a cabeça ao ver que ela tava olhando pra dentro da casa e eu ri, vendo que o Pedrinho meteu a mãozada na cara dela que deu um grito de susto, fazendo ele gargalhar e puxar a cabeça do Igor que tava viajando e rindo olhando pra Luana.

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