capítulo trinta e três: lindo igual

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4/5 🙏
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MARIA FERNANDA

Aquele toque, o sorriso de safado, o beijo daquele filho da puta... Nossa senhora, mas o homem é mais gostoso do que eu achava antes, juro! Mas também, não vou mentir que o papo dele é ruim, porque não é, mas eu tenho tanto medo que prefiro me manter longe e ele não me ajuda muito nisso.

O Playboy viu tudo que aconteceu, fiquei até com vergonha, mas o 2R simplesmente riu como se fosse a coisa mais normal do mundo, maior idiota. Eu quase não me sinto assim relacionado a algo e achei a fala do Playboy muito engraçada, mas fugi dali o mais rápido possível.

Balancei delicadamente o Theo que já tava dormindo muito, mais tarde ele iria querer ficar a madrugada toda acordado e não tem nem condições disso. Vou embora amanhã e tenho em mente que a Geovana também vai, Theo que não venha ficar de gracinha pra não ir pra casa.

Ele acordou contra a vontade e tava todo estressado, eu soltei uma risada baixa e ele ficou me olhando tentando entender o que tava acontecendo ali. Theo odeia quando acordam ele e eu também, somos muito parecidos nisso.

Mafê: Vai tomar banho, filho.- Murmurei vendo ele quase chorar e se jogar na cama de novo, depois cruzou os braços mesmo deitado e eu ri.- Vamos, Theo...

Theo: Quero conversar não, mãe.- Murmurou virando pra parede e eu soltei uma risada alta, ele riu também e tentou disfarçar, mas já era.- Cadê o tio Fafá? Ele vai dormir comigo mesmo, né? Ele vai ver filme comigo?

E era assim. Ele ficava estressado quando acordavam ele, depois falava alguma coisa boba e, por fim, fazia várias perguntas que eu nem dava conta de raciocinar. Eu juro que não é difícil amar meu filho, até porque ele é tão animado que não dá pra odiar ele.

Mafê: Não sei, Theo... Ele disse que ia sim, agora real não sei mais.- Dei de ombros sentindo meu cabelo soltar porque o 2R puxou, revirei os olhos e passei a mão na barriga do Theo.

Theo: Ele conseguiu fazer você vim comigo, vocês são amigos agora? Eu falei pra ele ser seu amigão - Na hora eu lembrei dele me beijando e abri o maior olhão, ignorando a pergunta dele e prendendo meu cabelo.

Mafê: Aham, ele é meu amigo.- Falei baixo e o Theo levantou pulando na cama como se não tivesse amanhã.- Vai tomar banho logo, filho. Depois você vai querer voltar pra festa e eu que vou dormir.

Theo: Eu fico com o Fafá - Falou todo abusado e eu neguei com a cabeça, ele pegou minha mão e tentou me puxar pra levantar da cama.

Mafê: Não é assim, ele tem a vida dele também. Os compromissos e tal...

Theo: Ele nunca me nega e eu sou amigão dele, aí ele não pode fazer isso com o meu coraçãozinho - Falou botando a mão no peito e eu ri. As vezes eu também fico sem acreditar com as coisas que ele fala.- Vamo lá pro quarto.

Escutei uma risada e alguém abriu porta, era o 2R. Ele olhou pro Theo que deu um pulão na perna dele e eu liguei a luz, 2R fez careta e eu sorri fraco, ajeitando meu cabelo de novo e vendo ele me encarar.

Theo: Vamo ver o filme agora? - Perguntou botando a mão na cintura e o 2R coçou a cabeça, depois me olhou como se pedisse ajuda e eu dei de ombros, sentando na cama de novo. Ele que se vire sozinho, sabe muito bem lidar com o Theo.

2R: Então, Bandido... Eu vou dar um rolê com o mano Playboy, tá ligado? Aí eu nem vou demorar por aí, te prometo mermo! E quando eu chegar nos vê o filme, tu não pode dormir de novo, tá suave? - Theo balançou a cabeça e fez toque com ele que levantou a mão, eu sei que ele sabe lidar muito bem com esse doidinho.

Theo: Aí você vai comprar um sorvete só porque eu esperei, né? - O 2R soltou uma risada e ele já ia falar que sim, mas eu falei que não e o Theo levantou a mão.- Calma, mãe, tô brincando.

Mafê: Espero que esteja mesmo, cabeçudo.- Murmurei dando um tapinha de leve na cabeça dele que agarrou meu braço.- Vou dar banho no Theo, ele demora muito sozinho.

Theo: Para, mãe.- Falou cheio de vergonha e o 2R riu de novo só pra zoar, eu revirei os olhos e ele me puxou pra sairmos.- Tchau, tio Fafá. É pra você voltar mesmo!

Mafê: Tchau, senhor 2R. Trate de se cuidar que o Theo vai te matar se você não aparecer, ein...- Falei baixo e ele sorriu de lado, negou com a cabeça e cruzou os braços.

2R: Vou voltar mermo, pô. Tô Falando...- Theo saiu correndo pro quarto que era do lado do mesmo que o do Playboy e eu fiquei olhando pro 2R.- Cadê o beijinho de cria que eu mereço? Pode vindo, filhona.

Mafê: Sai fora.- Falei rindo pela bobeira e ele sorriu fazendo jus a fama dele de um homem que não presta. Senti ele puxando a minha mão e eu beijando minha testa, ele me olhou piscando e eu fui me afastando.- Vou ajudar ele, depois a gente se fala.

2R: Jae, Maria Fernanda.- Escutei a voz dele carregada de deboche e arqueei a sobrancelha, ele percebeu que eu achei estranho e riu, coçando o pescoço e me dando as costas.

A voz desse homem é surreal de gostosa igualmente a pegada dele, sinceramente, nem lembro qual foi a última vez que me senti tão desejada. Não sei como uma coisa tão boa pode ser tão proibida as vezes, ele é tão errado e eu jurei que não iria me envolver com um desses, tô correndo de problema.

Mas parece que tudo piora quando ele me olha, devo ter feito muita merda na vida pra isso acontecer. Mas eu sei que não vai passar disso, vai passar uma semana e ele vai esquecer que isso aconteceu e eu sou muito boa em esquecer as coisas quando tô afim, então acho que estamos iguais nisso.

Entrei no quarto e fechei a porta, Theo tava no banheiro e eu deixei ele lá mesmo que ele demore tanto. Quando fui abrir a porta, ele soltou uma risada alta e eu revirei os olhos, rindo baixinho. Amo tanto meu filho que chega a doer, não imagino um mundo onde ele não esteja e se ele não estiver lá, eu também não estarei.

Ele traz uma felicidade pra minha vida que eu nem sabia que precisava, depois que o pai dele morreu eu fiquei tão desamparada, mas ele nunca deixou de estar comigo e de me alegrar como sempre. Meu único amigo e minha vida é o Theo, minha alegria toda e eu sou tão grata por ser mãe de um garoto tão bom...

Escolhi uma roupa pra ele e deixei em cima da cama, a toalha tava no banheiro e eu arrumei tudo que tava fora do lugar. Esperei ele que não demorou muito pra sair com a toalha tampando todo o corpo dele e eu ri.

Theo: Nanda, acha mesmo que ele vai ver comigo? - Perguntou com a mão na cintura e a toalha quase caindo, balancei a cabeça que sim e ele sorriu indo pro banheiro.

Theo me chama de Nanda, só que é as vezes. É o mesmo apelido que ele me deu quando era pequeno, o pai dele tentava fazer com que ele falasse meu nome, Theo já me chamava de mãe nessa época.

Ele é inseguro quando prometem algo pra ele porque o pai dele disse que iria voltar e se despediu do filho como sempre. E ele não voltou, aí ele acha que ninguém vai voltar por causa disso. Eu expliquei que o pai dele morreu, mas ele ainda tem medo.

Ele voltou com a roupa toda amassada e eu soltei uma risada baixa indo ajudar ele, Theo tava me recusando porque disse que é grande, mas na primeira dificuldade tava me chamando e dizendo que é difícil ser grande.

Mafê: Eu te amo, filho.- Murmurei depois que arrumei ele e beijei o rosto do Theo, ele sorriu me abraçando e eu segurei o corpo dele. Ele agradeceu e ficou se olhando no espelho, fui passar o perfume dele e ele todo cheio de marra, tem nem tamanho e nem dente pra isso.

Theo: Te amo, mãe! - Passei a mão na barriga dele e ele deitou a cabeça no meu ombro, ficou me olhando como se tivesse vendo a coisa mais incrível na frente dele e eu sorri.- Você é muito linda, mãe.

Mafê: Por isso que você parece comigo, lindo igual.- Pisquei pra ele que riu e deu um pulo do meu colo, neguei com a cabeça e peguei na mão dele que me agarrou.

Não troco isso por nada, mesmo que eu não tenha o pai dele aqui, minha vida é boa porque meu filho tá do meu lado. Nada tira minha felicidade por isso e tô mais feliz ainda que falta pouco pro aniversário dele!

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