Sixten

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Juliana

Acordo mais um dia com o Gabriel do lado e quase sem perceber um sorriso brota no meu rosto. Tá com ele é bom demais, uma pena que não posso me acostumar com isso. Alcanço o celular na mesa de cabeceira vendo que são 11h. Diferente de ontem, o Gabriel não tá abraçado em mim, então decido me levantar para fazer minha higiene.

Quando eu termino volto para o quarto e me sento na beirada da cama, só que sou uma pessoa um pouco inquieta e ficar nesse quarto já está me agoniando. Resolvo descer, será que o Gabriel liga? Abro a porta com cuidado, mas mesmo assim faz um barulho.

— Vai pra onde? — a voz rouca dele surge fazendo subir um calor pelo meu corpo, e eu aperto os lábios tentado controlar minha vontade.

— Eu ia descer —olho para o chão.

— Espera um pouco que a gente desce junto — confirmo com a cabeça, ele levanta e vai pro banheiro enquanto me sento novamente na cama e fico mexendo no celular — pronto, vamo — ele vai na frente, eu levanto e andando atrás dele.

— Casa tá vazia né? — Pergunto só pra confirmar.

— Tá, Fabinho e a Dhio só devem aparecer de tarde.

— Falar pra você, eu tô morrendo de fome.

— Também tô.

— Posso tomar conta daqui? Cozinhar? Mexer nas coisas? — Falo assim que entramos na cozinha.

— Pode pô — se senta na banqueta da bancada da cozinha enquanto eu abro a geladeira vendo que tem goma de tapioca e queijo na geladeira.

— Gosta de tapioca? — me viro olhando pra ele que confirma com a cabeça — Então vou fazer - tiro as coisas da geladeira e vou até armário e pego uma frigideira, não sei como consegui achar de primeira. Coloco ela no cooktop, pego meu celular e dou play na minha playlist no spotify — Na minha vida tudo acontece, mas quanto mais a gente rala, mais a gente cresce. Hoje estou feliz porque sonhei com você e amanhã posso chorar por não poder te ver — cantarolo ligando o fogo e colocando a tapioca na frigideira.

— Tá ligada que essa é uma das minhas músicas favoritas?

— É uma das minhas também, sei que você gosta porque já vi cê postando algumas vezes — viro a tapioca, coloco o recheio e pego os pratos.

— Oh, minha gata, morada dos meus sonhos, todo dia, se pudesse eu ia estar com você — ele cantarola olhando pra mim. Não tem cantada boa, mas na arte da ilusão ele tira nota alta.

— Já te via muito antes nos meus sonhos, eu procurei a vida inteira por alguém como você — completo a parte da música colocando a tapioca pronta no prato e entregando pra ele.

— Me via nos seus sonhos Juliana? — fico em silêncio e olho pra ele — Me responde sem mentir.

— É — quebro o contato visual e mordo o lábio hesitando responder — Talvez você seja meu sonho, talvez — coloco minha tapioca no prato.

— Cê sonhava comigo acordada ou dormindo? — o maldito sorriso de canto está ali.

— Pra você eu nem preciso perguntar, tenho certeza que você sonha comigo dos dois jeitos — estalo a língua no céu da boca, pego a jarra de suco na geladeira e dois copos que estão no escorredor, e me sento na banqueta ao lado.

— Quer que eu te fale a real? Você tá certa — pega a jarra e coloca suco nos dois copos — sonhei dos dois jeitos com você — um sorriso vitorioso aparece no meu rosto — Agora responde você — antes de eu fale algo escutamos o barulho na porta e eu me assusto — Deve ser a Dhiovanna.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora