Thirty-eight

3.8K 212 132
                                    

Meta para o próximo: 100 votos e 80 comentários

Juliana
Aniversário da Helena (22/05)

— Eu reuni todos aqui porque preciso deixar vocês avisados. Todo mundo aqui sabe que eu tô namorando, né? — mostro a aliança.

— Não tá valendo. Não veio pedir pra te namorar. Ainda nem ouvi o nome desse sujeito.

— Fica quieto Marcos — minha mãe reclama com o meu pai.

— Mas ele tá certo, Cora. Tinha que ter vindo aqui — meu tio endossa.

— Gente, posso continuar? — as conversas cessam — obrigada. As únicas que até agora sabem quem eu estou namorando são essas quatro, mas as hoje cês vão conhecê-lo. Então eu peço...

— Que tanta enrolação, tá namorando um traficante por acaso? — a Rebecca me interrompe perguntando.

— Deus me livre. Como eu ia dizendo, peço que ninguém peça autógrafo, vou tá de olho principalmente em quem tá com manto. Ainda bem que os celulares são confiscados — levanto as mãos para o céu.

Nas festas de família, meu pai sempre pega o celular de todos, coloca numa caixa de acrílico, tranca com um cadeado e esconde a chave. As fotos são tiradas por uma câmera analógica e os vídeos com uma filmadora.

— As fotos ou vídeos que ele aparecer, só vão poder ser postadas daqui um tempo — a Helena fala por mim.

— Tá, e por que disso tudo? — o Pedro pergunta. Meu único primo, cresceu rodeado por mulher — Só pediria autógrafo se fosse sei lá, o Neymar, o Arrascaeta, o Gabriel Barbosa. Seu namorado não deve ser tão importante assim — dá com o ombro.

— Meu namorado é o último que você citou — ele fica sem reação e eu começo a ri.

— Que?! — minha mãe responde depois de processar a informação.

— Porra, eu aqui pensando que era sério — a Rebecca fala rindo.

— Eu também. Imagina ter o Gabigol como genro, ia tirar onda por aí. Mec life. Mas vai falar do namorado de verdade ou não?

As meninas abrem a boca para falarem algo, eu faço um sinal para ficarem quietas.

— Mec life, né pai? Hum, tá, se vocês não quiserem acreditar, tudo bem, mas não diga que eu não avisei e que não sabem das regras — digo andando para o lado externo.

— Se não cumprir, eu expulso! — a Helena grita vindo atrás de mim — a Mavi não vem? — me questiona.

— Não. Ela me mandou mensagem um pouco mais cedo, falando que não conseguiria comparecer. Com isso de apresentar o Gabriel pra família, eu esqueci de te avisar.


Gabriel

Não fico tenso quando jogo jogos importantes, ou quando bato pênaltis. Ficar assim é raro, e esses é um dos raros momentos.

— Tu tá nervoso? — O Fabinho questiona enquanto dirige. Provavelmente percebeu a minha inquietação.

— Por quê? — pergunto de volta no automático. Se antes ele tinha dúvida, agora ele tem a certeza.

— Cara, tu tá nervoso — solta uma risada — chega a ser estranho te ver assim, namoral. Você jogou duas finais de libertadores e tava tranquilo, mas pra conhecer a família da Juliana cê tá assim.

— Porra, Binho — passo a mão no rosto — tô parecendo adolescente. Pô, se eles não gostarem de mim, eu meto o foda-se. Mas seria bom eles gostarem.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora