Thirty-nine

3.6K 173 95
                                    

Juliana

Impossível. O pessoal tá indo embora agora. Ninguém tá com o celular a tempo suficiente para mandar mensagem para um Instagram de fofoca. Eu quero acreditar que nenhum dos meus parentes faria isso.

Espera. Nenhum parente faria, mas outra pessoa sim, e pegou o celular antes. A Manuela. Quis entrar na minha vida para tumultuar ou viu uma ótima oportunidade de vender fofoca e fazer dinheiro? Não importa qual das opções, hoje ela vai sair.

O Gabriel e a Larissa conversam, então eu saio andando a procura dela. Um nó se forma na minha garganta. Só consigo repetir na minha cabeça que eu não vou e nem posso ter uma crise de ansiedade hoje.

Ela só pode estar no quintal. Assim que a vejo sinto uma raiva tão grande. Só que é mais minha do que dela. Eu deixei com que isso acontecesse. Eu permiti.

- Eu fui bobinha em acreditar em você, né Manu? - uso o apelido em tom irônico - cai naquele seu papinho besta.

- Do que cê tá falando? - desvia o olhar do celular para mim.

- Esse cinismo me incomoda! Eu vou falar do texto, da página de fofoca, do fato de você ter pegado o celular antes e cê vai falar que foi tudo coincidência.

- Página de fofoca? Texto? - franze a testa e eu respiro fundo.

- Meu erro é ser boa com as pessoas! Que vontade de voar no seu pescoço! - faço um coque baixo no cabelo - Ai porque eu tô fazendo terapia, sou uma nova mulher. Depois da Karol koncá, veio aí a Manuel com "M" - vou me aproximando - É melhor você largar esse celular ou eu vou fazer você engolir - quando eu tento pegar o celular alguém me segura.

- Que merda tá acontecendo aqui? - a voz da minha amiga surge.

- Me solta Gabriel - digo me debatendo.

- Quando você se acalmar.

- Ninguém vai me responder o que tá acontecendo?!

- É essa daí. Foi ela. Entrou na minha vida pra tumultuar! Fala que foi você que mandou o texto!

- Eu não mandei nada! Pode olhar meu celular - estende o celular na nossa direção.

- Claro, já apagou tudo. Estende o celular de novo que eu quebro ele em picadinhos.

- Eu não fiz nada! Juro! - une as mãos.

- Manuela, é melhor sair daqui.- minha amiga fala.

- Se tiver como eu vou provar que...

- Manuela, vaza! - ela fala firme.

- Eu não tive nada a ver com isso, pelo menos - hesita.

- Pelo menos o quê?! Completa!

- Não, é que não... não fui eu... é, talvez eu... - diz completamente acoada. Ela tá se tremendo por conta do medo.

- Fala mais uma palavra que quem vai ir pra cima de você sou eu e não vai ter como o Gabriel segurar duas! Sai logo daqui!

Ela sai rápido levantando as mãos. Queria da pelo menos um tapa, porque tapa pode não doer tanto, mas humilha que é uma beleza. Quando não a vemos mais, o Gabi me solta.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora